sexta-feira, 5 de março de 2010

NOSSAS ORIGENS

Nossas Origens... Nossas Crenças... e Nossos Desígnios

Desígnio é o mais que um simples desejo, são as disposições de Deus: Seus planos, Seus projetos, Seus propósitos de amor para conosco. Ele tem desígnios de amor para a nossa vida e necessitamos entrar nos propósitos de Deus.

CAPITULO I – NOSSAS ORIGENS

Os Templários

1.1. A Narrativa Ortodoxa

A primeira narrativa sobre os Templários, foi feita pelo francês Guillaume de Tyre, que escreveu entre 1175 e 1185, no ápice das cruzadas, quando os exércitos ocidentais já haviam conquistado a Terra Santa a mais de cinqüenta anos e estabelecido o reino de Jerusalém há sete anos. Não houve registros do Reino de Ultramar anteriores.
Logo as fontes de Guillaume ou foram de histórias contadas pelo povo ou as ouvidas dos próprios Templários. O importante é que todas as narrativas posteriores se basearam nelas por isso as datas apresentadas são confusas e às vezes equivocadas
Segundo Guillaume, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão foi fundada em 1118 por um tal Hugues de Payen, um nobre da região de Champagne, vassalo do conde de Champagne.
Um dia, sem ter sido solicitado, Hugues apresentou-se com oito companheiros no palácio de Baudouin I, rei de Jerusalém, cujo irmão mais velho, Godfroi de Bouillon, havia capturado a Cidade Santa dezenove anos antes.
O objetivo declarado dos templários, continua Guillaume de Tyre, era, "tanto quanto permitissem suas forças, manter as estradas e rodovias seguras (...),tomando um cuidado especial com a proteção dos peregrinos". – Runcimann, History of the Cruzadas – pg 477

Segundo a tradição, seu quartel foi construído sobre as fundações do Templo de Salomão. Daí o nome da ordem.
Durante nove anos, conta ainda Guillaume de Tyre, os nove cavaleiros não admitiram novos candidatos à ordem. Deviam viver em estado de pobreza; tamanha pobreza que, nos selos oficiais, dois cavaleiros apareciam cavalgando um só cavalo, implicando não só irmandade, mas penúria.
Em uma década a fama dos Templários se espalhou na Europa.
Autoridades eclesiásticas falavam deles com louvor e aplaudiam seus trabalhos de cristãos. São Bernardo era seu principal porta voz na Europa.

Nove anos depois, em 1127, a maioria dos nove cavaleiros retornou à Europa e recebeu uma acolhida triunfal, orquestrada em grande parte pelo próprio São Bernardo. Em janeiro de 1128 um conselho foi criado
em Troyes - corte do conde de Champagne, Hugues de Payen -,também sob inspiração de São Bernardo. Nesse conselho os templários foram oficialmente reconhecidos e incorporados como uma ordem religiosa militar. Hugues de Payen recebeu o título de grão mestre. Ele e seus subordinados seriam monges guerreiros, soldados místicos, combinando a disciplina austera do claustro e um zelo marcial próximo do fanatismo; uma milícia de Cristo, como foram chamados na época.
Os templários faziam voto de pobreza, castidade e obediência. Eram obrigados a cortar o cabelo, mas proibidos de cortar a barba, distinguindo-se assim numa época em que a maioria dos homens se barbeava. Sua dieta, hábito e outros aspectos da vida diária eram regulados estritamente segundo ambas as rotinas, a da ordem monástica e a da ordem militar. Todos eram obrigados a usar hábito ou, sobretudo e toga brancos, freqüentemente envolvidos no manto branco que os tornou famosos.
Eram impelidos a lutar até a morte. Só lhes era permitido bater em retirada se enfrentassem um grupo que os excedesse em mais que o triplo. Capturados, não podiam pedir clemência ou resgate.
Em uma encíclica promulgada pelo papa Inocêncio II, definia que os templários deviam obediência a ninguém mais, além do próprio papa.
Em outras palavras, eles se tornavam independentes de todos os reis, príncipes e prelados, e de toda interferência de autoridades políticas ou religiosas. Tornaram-se, de fato, uma lei, um império internacional autônomo.
Durante as duas décadas que se seguiram ao Conselho de Troyes, a ordem se expandiu com uma rapidez extraordinária e numa escala sem precedentes. Quando Hugues de Payen visitou a Inglaterra em fins de 1128, foi recebido com "grande adoração" pelo rei Henrique I.
Os filhos jovens de famílias nobres de toda a Europa se apressaram a entrar para as fileiras da ordem, e vastas doações - em dinheiro, mercadorias e terras - foram feitas em todos os cantos da cristandade.
Hugues de Payen doou suas propriedades, e todos os novos recrutas passaram a ser obrigados a fazer o mesmo. Ao serem admitidos na ordem, os homens eram compelidos a transferir todas as suas posses.
Em 1146 os templários adotaram a famosa cruz vermelha, pattée,cujos braços se alargam e encurvam nas extremidades.
Nos cem anos seguintes, os templários se tornaram um poder com influência internacional.
Os interesses dos templários se estendiam além de guerras, diplomacia e intrigas políticas: eles criaram e estabeleceram a moderna instituição bancária. Através de empréstimos de vastas somas a monarcas necessitados, tornaram-se os banqueiros de todos os tronos da Europa - e de certos potentados muçulmanos também.
Com sua rede de preceptorias em toda a Europa e no Oriente Próximo, organizaram, mediante modestas taxas de juros, a transferência segura e eficiente de dinheiro para mercadores, uma classe que se tornou cada vez mais dependente desse serviço. O dinheiro depositado em uma cidade, por exemplo, podia ser solicitado e retirado em outra, por meio de notas promissórias escritas em códigos intricados. Os templários se tornaram, assim, os primeiros operadores de câmbio da época, e as preceptorias de Paris se tornaram o centro de finanças da Europa. É até mesmo provável que o cheque, na forma como nós o conhecemos e usamos hoje, tenha sido inventado pela ordem.
Os templários não negociavam apenas dinheiro, mas pensamento também.
Através de seu contato com as culturas muçulmana e judaica, começaram a atuar como introdutores de novas idéias, novas dimensões do conhecimento, novas ciências. Gozavam de um verdadeiro monopólio da melhor e mais avançada tecnologia de sua época o melhor que podia ser produzido por ferreiros, artesãos do couro, pedreiros, arquitetos e engenheiros militares. Contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa, da cartografia, da construção de estradas e da navegação. Possuíam seus próprios portos marítimos, marinas e frotas - sua frota comercial e militar foi uma das primeiras a utilizar o compasso magnético.
Sendo soldados, a necessidade de tratar ferimentos e doenças tornou os templários adeptos do uso de drogas. A ordem mantinha seu próprio hospital, com seus próprios médicos e cirurgiões que utilizavam extratos de mofos, o que sugere um conhecimento de propriedades antibióticas. Os princípios de higiene e limpeza eram conhecidos por eles. Com um entendimento avançado para a época, consideravam a epilepsia uma doença controlável e não uma possessão demoníaca.
Inspirado em seus próprios sucessos, o Templo tornou-se, na Europa, cada vez mais rico e poderoso. Como seria de se esperar, tornou-se também mais arrogante, brutal e corrupto. "Beber como um templário" tomou-se o clichê da época.
Enquanto os templários atingiam prosperidade e notoriedade na Europa, a situação na Terra Santa deteriorava-se seriamente. Em 1185, morreu o rei Baudouin IV, de Jerusalém. Na confusão dinástica que se seguiu, Gerard de Ridefort, grão-mestre do Templo, traiu uma promessa feita ao monarca morto e, por isso, deixou a comunidade européia da Palestina à beira de uma guerra civil.
No século seguinte a situação tornou-se cada vez mais desesperadora. Por volta de 1291, quase todo o Ultramar tinha caído e a Terra Santa estava sob controle muçulmano quase total. Somente Acre permaneceu, sendo perdida em maio desse ano. Ao defender a cidade condenada, os templários se mostraram os mais heróicos. O próprio grão-mestre, apesar de severamente ferido, continuou a lutar até a morte. Como havia um espaço limitado nas galeras, mulheres e crianças foram evacuadas, enquanto todos os cavaleiros, mesmo os feridos, escolheram permanecer. Quando o último bastião em Acre caiu, o fez com intensidade apocalíptica, as paredes desmoronando e enterrando atacantes e defensores.
Os templários estabeleceram seus quartéis-generais em Chipre. Com a perda da Terra Santa, no entanto, eles perderam sua raison d'être.
Como já não havia nenhuma terra infiel a conquistar, a ordem começou a dirigir sua atenção para a Europa.
Em virtude de seu contato com as culturas islâmica e judaica, os templários tinham já absorvido muitas idéias estranhas ao cristianismo ortodoxo.
Por volta de 1306, Filipe IV, da França - Filipe, o Belo -,estava ansioso para livrar seu território dos templários, arrogantes e impulsivos, eficientemente treinados, um contingente militar muito mais forte e mais bem organizado do que qualquer outro que o próprio rei poderia reunir. Eles estavam solidamente estabelecidos em toda a França, e naquela época até mesmo sua fidelidade ao papa era apenas formal. Filipe não exercia nenhum controle sobre a ordem. E lhe devia dinheiro. Tinha sido humilhado por ela, quando, fugindo de uma rebelião em Paris, fora obrigado a buscar refúgio na preceptoria do Templo. Ele desejava a riqueza imensa do Templo que, durante sua estadia no local, tornou-se flagrante.
Havendo solicitado sua inclusão na ordem como postulante, o rei sofreu a indignidade de ser desdenhosamente rejeitado. Estes fatos - juntamente, é claro, com a perspectiva alarmante de um Estado templário independente em suas vizinhanças - foram suficientes para induzir Filipe a agir. Heresia era um pretexto conveniente.
Entre 1303 e 1305, o rei francês e seus ministros engendraram o rapto e a morte de um papa (Bonifácio VIII) e muito provavelmente a morte por envenenamento de outro (Benedito XI).
Então, em 1305, Filipe conseguiu assegurar a eleição de seu próprio candidato, o arcebispo de Bordeaux, para o trono papal vago. O novo pontífice tomou o nome de Clemente V. Comprometido com a influência de Filipe, ele não podia recusar as solicitações deste. E essas solicitações incluíam a supressão dos templários.
Filipe planejou seus movimentos cuidadosamente. Uma lista de acusações foi compilada, em parte por espiões infiltrados na ordem, em parte por confissão voluntária de um suposto templário renegado. Armado dessas acusações, Filipe podia finalmente agir.
Quando atacou, o fez de modo súbito, rápido e letal. Numa operação de segurança digna das SS ou da Gestapo, o rei enviou ordens secretas e seladas aos seus senescais em todo o país. Elas deveriam ser abertas em todos os lugares simultaneamente e implementadas imediatamente. Na madrugada de 13 de outubro de 1307, todos os templários na França deveriam ser capturados e presos pelos homens do rei, as preceptorias colocadas sob guarda real e seus bens confiscados. O objetivo de surpreender foi atingido, mas seu principal interesse - a imensa fortuna da ordem - lhe escapou. Ela jamais foi encontrada. O que aconteceu com o fabuloso tesouro dos templários permaneceu um mistério.
Na França, os templários capturados foram julgados e muitos submetidos à tortura. Confissões estranhas foram extraídas, e acusações ainda mais estranhas foram feitas. Os templários, supostamente, adoravam um demônio chamado Baphomet. Em suas cerimônias secretas, supostamente se prostravam em frente a uma cabeça barbada que falava com eles e os investia de poderes ocultos.
Nunca mais foram vistas testemunhas dessas cerimônias não autorizadas. Outras acusações eram ainda mais vagas: infanticídio, ensinar mulheres a abortar, dar beijos obscenos na iniciação de postulantes, homossexualidade. De todas as acusações levantadas contra esses monges soldados, que haviam lutado e oferecido suas vidas por Cristo, uma se sobressai como a mais bizarra e aparentemente improvável: foram acusados de negar ritualmente a Cristo, de repudiar, tripudiar e cuspir na cruz.
Em 1312 os Templários foram oficialmente dissolvidos pelo Papa, e finalmente em 1314, Jaques De Molay, o Grão Mestre, e Geoffroi de Charnay, preceptor da Normandia, foram assados até a morte em fogo lento. (Citar a lenda da praga sobre Felipe e o Papa).
Os Templários desapareceram ostensivamente do palco da história, mas a ordem não deixou de existir.
Na Escócia, em guerra com a Inglaterra, a dissolução da ordem, determinada pelo Papa, nunca foi proclamada, portanto a ordem nunca foi tecnicamente dissolvida. Templários de varias nacionalidades encontraram refúgio ali, e a ordem se manteve coerente por mais quatro séculos.
Em Portugal, a ordem foi purificada por uma investigação e simplesmente mudou seu nome, com os Templários se tornando Cavaleiros de Cristo. Vasco da Gama era um Cavaleiro de Cristo e o Infante Don Henrique, O Navegador, era o Grão Mestre.
Navios navegavam sob a familiar cruz vermelha, e foi sob esta mesma cruz que as três caravelas de Colombo cruzaram o Atlântico em direção ao novo mundo. O próprio Colombo era genro de um Cavaleiro de Cristo, tendo tido acesso aos mapas e diários do sogro.
Cabral também aqui chegou com as velas da cruz vermelha sopradas e infladas pelo vento.
Assim de varias maneiras diferentes os Templários sobreviveram ao ataque de 13 de outubro de 1307.
Em 1522 a progênie dos Templários Prussianos, os Cavaleiros Teutônicos repudiou sua lealdade a Roma e lançou seu apoio ao novo rebelde chamado Martinho Lutero.
Dois séculos depois de sua dissolução, os Templários se vingaram, embora indiretamente, da Igreja Romana que os havia traído.
De Felipe, o Belo, a vingança só viria dois séculos adiante, quando da decapitação de Luiz XVI, descendente de Felipe, da dinastia dos Burbon, que foi decapitado em praça pública.
Testemunhas afirmaram que um homem encapuzado, vestido de branco com uma cruz vermelha no peito, subiu ao cadafalso,mergulhou sua mão no sangue do monarca, respingou sobre a multidão e gritou: “Jaques de Molay, estás vingado!”
Esta é a história oficial, uma outra versão, será tema de nosso próximo capitulo.



1. Os Templários

1.2. A Versão Obscura

A versão que apresentamos no trabalho anterior sobre os Templários é aquela contada escrita e reconhecida como verdadeira e que é apresentada pelos escritores e pesquisadores, principalmente pelos autores de “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, maiores autoridades sobre o assunto, na minha opinião.
Porém eles mesmo concluíram que existe uma versão mais difusa, mais provocativa e mais especulativa.
Ainda durante sua existência, um mito envolvia os cavaleiros. Alguns diziam que eles eram mágicos e feiticeiros, adeptos de segredos e alquimistas. Muitos de seus contemporâneos os repudiavam, acreditando que tivessem poderes sujos.
O mito que envolvia o Templo sobreviveu à queda deste.
Diz-se que, enquanto a fumaça do fogo lento sufocava a vida de seu corpo, Jacques de Molay lançou, das chamas, uma imprecação. De acordo com a tradição, ele chamou seus perseguidores - o papa Clemente e o rei Filipe - para juntarem-se a ele e apresentarem-se perante a corte de Deus no mesmo ano. O papa Clemente morreu no mês seguinte, supostamente de uma crise de disenteria. No final do ano, Filipe morreu também, de causas que permanecem obscuras até hoje. Certamente, não há necessidade de explicações sobrenaturais. Os templários possuíam grande experiência na utilização de venenos. E, sem dúvida, havia pessoas - cavaleiros refugiados viajando incógnitos, simpatizantes da ordem ou parentes de confrades perseguidos - para executar a vingança apropriada. Entretanto, a aparente concretização da praga do grão-mestre deu crédito à crença nos poderes ocultos da ordem. E a praga não terminou aí. De acordo com a lenda, ela lançou infortúnios sobre a linhagem da família real durante muito tempo, projetando-se para o futuro, encerrando-se somente após a decapitação de Luiz XVI, descendente direto de Felipe.
Os ecos do poder místico dos templários reverberaram através dos séculos.
A aura ao redor dos Templários não diminuiu, com o fim da Revolução Francesa, muito pelo contrário.
Na Maçonaria o Grau de Templário existe em alguns ritos e a Ordem De Molay, leva adiante o misticismo que sempre acompanhou os Cavaleiros de Cristo.
Um dos maiores mistérios que envolviam os Templários era sua associação como guardiões do Cálice Sagrado ou Santo Graal, ou como aparece nos antigos manuscritos: sangraal ou sangreal ou ainda numa forma mais moderna de escrita: sangue real.
Outro estranho mistério, menos divulgado, porém não menor é sobre a suposta adoração a um demônio chamado Baphomet, que apareceu em vários depoimentos, sob tortura, dos Templários na França e após na inquisição.
Este demônio, desconhecido até então, só conhecido dos Templários, era associado a uma suposta cabeça que eles eram obrigados a beijar em suas iniciações.
Segundo escritores modernos, Baphomet seria a tradução do árabe abufihamet, que pronunciado em espanhol passou a ser buphirimat.
Isto significa “pai da compreensão” ou pai da sabedoria e em árabe a palavra pai, também significa fonte.
Logo o possível demônio evocado e adorado pelos Templários que lhes serviu de prova de heresia, não passava realmente da hoje comprovada gnose da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, que buscavam através do conhecimento e da sabedoria a força de sua fé e a beleza e harmonia com Deus.
Alguns historiadores associam esta cabeça, a cabeça morta (caput mortuum) dos alquimista ou pedra filosofal. Outros ainda o relacionam com o famoso sudário de Turim que parece ter pertencido aos Templários entre 1204 e 1307, dobrado ele poderia parecer uma cabeça. Há ainda quem associe, até, a cabeça de João Batista, uma vez que os Templários eram Johanitas.
De todas as acusações levantadas contra os Templários as mais sérias eram as de blasfêmia e heresias: negar e tripudiar de Cristo e cuspir sobre a cruz.
Ora se a Inquisição desejasse fabricar evidências eles poderiam ter pensado em algo mais palpável e provável.
Porém é evidente que a atitude dos Templários em relação a Jesus realmente ia de encontro (chocava-se) á da ortodoxia católica. Mas isso é assunto de outro trabalho.
Voltando, hoje estudiosos do mistério que envolveu sempre os Templários, se debruçam sobre novas evidências: a existência de uma Ordem por detrás dos Templários.
Uma Ordem ainda mais misteriosa e muito mais atuante, uma Ordem da qual os Templários seriam tão somente o braço armado e visível, esta seria a Ordem do Monastério do Sinai ou simplesmente Ordem do Sinai.
As evidências da existência desta Ordem ficam clara a partir da confusão de datas e o fulminante crescimento após a fundação, da Ordem dos Templários.
Tais discrepâncias preconizam uma Ordem mãe, da qual os Templários surgiram e apareceram.
Segundo vasta documentação (ver “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”) recém descobertas, esta Ordem foi fundada por Godfroi de Bouillon, irmão de Baldouin I, em 1090, nove anos antes da conquista de Jerusalém pelos cruzados, aquém Baldouin I devia seu trono.
A Ordem do Sinai teria armado as cruzadas, conquistado a Palestina, criado a Ordem dos Templários para manter a conquista e comandado toda a cena política e religiosa do século XII.
A separação das duas Ordens ocorreu em 1188, na famosa batalha do corte do Olmo (Batalha de Gisors entre Felipe II pelos franceses versus Henrique II pelos ingleses), uma batalha em que somente se cortou uma árvore (sic).
Um ano antes Jerusalém havia sido perdida para os sarracenos.
A partir daí, criador e criatura percorreram caminhos diferentes. A história de ascensão e queda da Ordem dos Templários já conhecemos,a da Ordem do Sinai é cercada de mistérios até hoje.
O que restou dos Templários após Jacques De Molay, muito provavelmente foi reabsorvida pela Ordem do Sinai, que segundo documentos existentes continuou a influir no mundo até nossos dias, sempre separando e afrontando o poder de Roma do poder profano.
Estes mesmos documentos apontam a existência de 22 Grão Mestres desde 1188 até 1956, última data constante dos documentos. Estes Grão mestres, ao assumir seus postos adotavam o nome de João, partindo de João II (quem seria o João I, o Batista ou o Evangelista?) numa alusão perfeita a doutrina Johanita e em contraponto com a doutrina de Pedro (ou Paulo) adotada pela Igreja Romana.
O último Grão Mestre da Ordem do Sinai, Jean Cocteau, falecido em 1963, levava o nome de João XXIII.
Em 1959, quando ainda vivo Cocteau, o Papa Pio XII morreu, os cardeais reunidos elegeram o cardeal Roncalli, que escolheu para consternação geral o nome de João XXIII, voltando Roma a ser dirigida por um João, nome que havia sido implicitamente estigmatizado desde de João XV, quando foi usado por um antipapa, que, além disso, já adotara o nome de João XXIII e que abdicou em 1415.
Há quem afirme que o cardeal Roncalli era membro da Ordem Rosa Cruz, onde se filiou quando atuava na Turquia em 1935.
Em 1188, quando do rompimento com os Templários, a Ordem do Sinai também adotou o nome de Rosa Cruz Veritas.
A convivência dos de dois João XXIII, um em Roma e outro na Ordem do Sinai, nos parece estranho...muito estranho.
Independentemente das coincidências, das verdades e meias verdades, não há dúvidas que o Papa João XXIII, mais que qualquer outro homem, foi responsável pela reconciliação da Igreja Católica Romana, trazendo-a para o século XX, com o Concílio Vaticano II.
Além disso, revisou a posição da Igreja sobre a Maçonaria, quebrando dois séculos de enraizada tradição ao afirmar que um católico poderia ser maçom.
Em sua carta apostólica de junho de 1960, enfatiza o sofrimento de Jesus como ser humano, e sustenta que a redenção da humanidade tinha acontecido com o derramamento de sangue de Jesus.
No contexto a paixão humana de Jesus e o derramamento de seu sangue assumem uma conseqüência maior que a ressurreição ou mesmo a mecânica da crucificação.
As implicações desta conclusão são enormes, elas alteram na essência a base da crença cristã.
Se a redenção da humanidade foi conseguida pelo derramamento do sangue de Jesus, sua morte e ressurreição se tornam acidentais, se não supérfluas.
Com esta carta, o Papa João XXIII estabelece de fato que a morte de Jesus, na cruz, não é mais um dogma necessário à fé cristã.
Exatamente como, segundo documentos comprovam, pensavam os Templários e a partir do qual se baseou toda a condenação por heresia em 1314 Na França e após na Inquisição no resto do mundo.
Prevaleceu finalmente o pensamento e o conhecimento dos Templários.



A ORIGEM DA MAÇONARIA

Das duas versões que apresentei aos irmãos sobre os Templários, certamente meus amados irmãos já concluíram que se a maçonaria tem suas raízes associadas a eles, o mais provável é que a Ordem do Sinai seja a mãe da maçonaria do que propriamente a dos Templários.
Até mesmo porque esta, historicamente comprovado, extinguiu-se com a morte de Jaques De Molay em 1314, enquanto aquela permaneceu atuante.
Segundo consta no “Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, a Ordem do Sinai, teve como Grão Mestre ao longo dos tempos personagens conhecidos, famosos e anônimos, como toda ordem.
Entre os famosos, citaria Sandro Felipepi (1483-1510), ou como é mais conhecido, Boticcelli, Leonardo da Vincci (1510-1519), Robert Boyle (1654-1691), Isaac Newton (1691-1727), Vitor Hugo (1844-1885) e outros menos cotados para nós, porém baluartes da história européia, principalmente da França e Inglaterra.
Como nosso interesse é tão somente a pesquisa maçônica nos ateremos apenas aquilo que influiu em nossas origens, deixando ao amados irmãos que se interessarem, a leitura completa da influencia da Ordem do Sinai no mundo como um todo.
Entre 1637 e 1654, foi Grão Mestres da Ordem, J. Valentim Andréa e Frederico o Palatinado, do Reno, casado com Elizabeth Stuart, da dinastia inglesa, neta de Mary a rainha da Escócia, era um pretendente ao reino de França.
Associados aos Rosacruzes, por influencia do Grão Mestre da Ordem, que era seu conselheiro mor, Frederick se achou revestido de uma missão espiritual e política. Quando em 1618 assumiu como rei da Bohêmia, provocou ódio do Papa e do Santo Império Romano e sua nova pretensão, ao trono de Franca precipitou o caos causado pela conhecida Guerra dos Trinta anos, tornando a Alemanha o palco do mais sangrento conflito da história européia, antes do séc.XX, um conflito onde a Igreja Romana quase conseguiu impor novamente a hegemonia que tivera durante a Idade Média.
Em meio a este turbilhão, Andréa, o Grão Mestre, criou uma rede de sociedades secretas, ou mais ou menos secretas, conhecidas como União Cristãs. O objetivo destas sociedades era preservar o conhecimento ameaçado, especialmente os avanços científicos mais recentes, muito dos quais a Igreja considerava heréticos.
Ao mesmo tempo a União acolhia refugiados da Inquisição, que acompanhava as invasões da guerra em curso e eliminava todos os vestígios do pensamento Rosacruz.
A União enviava em segurança para a Inglaterra e Escócia, estes cientistas e pensadores, onde encontravam remanescentes das Ordens Templárias que começavam a unir-se a construtores de Templos, forjando aquilo que viria a ser a freemaçonaria.
A contribuição destes homens vindos do continente foi preponderante para o desabrochar de Lojas Maçônicas especulativas.
Somente para constatação, entre os europeus deslocados para a Inglaterra, por Andréa, estavam Samuel Hartlib, Adam Komensky, mais conhecido como Comenius. Estes homens tornaram-se íntimos de Robert Moray, cuja admissão em Loja Maçônica em 1641 é o mais antigo registro oficial da ordem.
Aqueles cientistas que não eram ligados a ordem iniciáticas, também eram agrupados naquilo que tornou-se conhecido na Inglaterra, sob o Protetorado de Cromwell, como “colégio invisível”.
Com a restauração da monarquia em 1660, o colégio invisível tornou-se a Royal Society, com o governante da família Stuart, Charles II, como seu patrono e patrocinador. Praticamente todos os membros da Royal Society eram maçons.
Novamente no exílio em 1745, os Stuarts se envolveram profundamente na disseminação da maçonaria, agora no continente, a partir da França.
Eles são considerados a fonte do Rito Escocês, e responsáveis pela introdução de graus mais altos ( do 4 ao 33) criando uma rede de interação entre a maçonaria a alquimia, a cabala e o hermetismo, fontes inspiradoras dos Rosacruzes.
Era já então, Grão Mestre da Ordem do Sinai, Charles Rodclyffe, muito provável promulgador e projetista do ritual escocês. Rodclyffe foi também fundador em 1725, em Paris da primeira Loja Maçônica do continente europeu e foi também Grão Mestre do Oriente de França em 1736.
A partir da disseminação da maçonaria em território europeu, vários ritos também foram criados em função da característica de cada nação.
Assim na França, surgiu o Rito Francês ou Moderno, na Alemanha o Rito de Schoreder, na Inglaterra o de York.
Como proliferaram os ritos passou também a proliferar as bases culturais e religiosas que estes ritos traziam.
Apesar de um principio comum, o de homens livres e de bons costumes, que se reuniam para o bem da humanidade, a incorporação de crenças, costumes e mesmo culturas particulares passaram a diferenciar estas Lojas maçônicas.
Algumas Lojas adotaram ritos que hoje são pouco conhecidos e culturas maçônicas alheias mesmo ao principio básico de homens livres.
Por exemplo: na Alemanha existiu uma extensão do Rito Escocês, conhecido como “observância rigorosa”.
Seu nome deriva do voto que exigia obediência sem réplica, sem questionamento aos mistérios superiores desconhecido. A base da observância rigorosa era a afirmação de que ela descendia diretamente dos Templários, sobreviventes do expurgo de 1307-14 e que teriam perpetuado a Ordem na Escócia.
Alguma verdade existia por trás da informação: na Escócia jamais foi promulgada a encíclica papal da extinção da ordem. Um contingente Templário lutou ao lado de Robert Bruce, pela independência da Escócia na batalha de Bannockburn, como comprovam textos históricos.
Em Argyllshire, existe um cemitério Templário, onde a mais antiga lápide data do sec. XIII e as mais recentes combinam antigos símbolos Templários idênticos aos encontrados ma Inglaterra e França, com símbolos específicos da maçonaria, atestando assim algum tipo de fusão.
A disseminação da maçonaria na Europa e no Novo Mundo deu-se principalmente pelo esforço de François de Lorraine.
Sua corte em Viena, tornou-se a capital maçônica da Europa. A considerar como fato desconhecido o de que seu irmão Maxximilian de Lorraine, era na mesma época (1780-1801), Grão Mestre da Ordem do Sinai.
Portanto meus amados irmãos, pesquisar a Ordem dos Templários e todas as outras Ordens Místicas, Secretas ou não, exemplo a Ordem Jesuítica, é o mesmo que pesquisar sobre os primórdios da maçonaria.
Mas o que isto nos interessa?
Para onde nos leva?
Certamente ao conhecimento, a sabedoria, a força da fé, não só cristã, mas no Ente Criador do Universo, no Grande Arquiteto e na beleza da harmonia humana, a comunhão dos princípios que nos regem e nos motivam. A Gnose. O conhecimento pleno!
Mas... O que pensavam os Templários? No que acreditavam?
Certamente seguiremos adiante.
Que a paz reine em nossas colunas!

Esta história é baseada no Livro:
MICHAEL BAIGENT - RICHARD LEIGH - HENRY LINCOLN
O SANTO GRAAL E A LINHAGEM SAGRADA
Tradução Nadir Ferrari
1982