quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O EVANGELHO ESOTÉRICO DE SÃO JOÃO







Interpretação Livre: Ir. José Arcino Silva

















Batista ou Evangelista ?
Esboço feito de acordo com um ícone do século XVI - Catedral de Heráclion (Creta)

INTRODUÇÃO-

Não existe maneira rápida ou fácil de aprendermos a arte do simbolismo.
É necessário um constante e perseverante estudo e a conseqüente meditação, para que consigamos adquirir conhecimentos do que é esotérico.

- As diferenças entre o Esotérico e o Exotérico.

Esoterismo é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido oculto. O esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a um restrito número de discípulos escolhidos.
Segundo Blavatsky, criadora da moderna Teosofia, o termo "esotérico" refere-se ao que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Designa o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo Blavatsky, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade".
MATEUS 7:6
Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.

- As formas de entendermos os ensinamentos:

1- Material- As coisas são o que parecem ser. É preciso "VER PRA CRER".

2- Conciencial- Nos conscientizamos que as coisas não são exatamente o que aparentam. É O DESPERTAR.

3-Espiritual (Cósmico) - Há um processo evolutivo entre a vida e o cosmo. É preciso "CRER PRA VER"

Quando em nosso ritual se diz que São João é “ o nosso padroeiro”, mesmo após se propagar a universalidade da maçonaria, há que se questionar quem é esse São João? O Batista? O Evangelista?
Alguns “sábios” maçons já concluíram definitivamente que tratar-se de São João Esmoler.
Mas quem é este?
Segundo a Whikypedia:
Nasceu em Amathus (Antigo Limasol), em Chipre em 550 DC.
João, filho de um nobre de nome Epiphanius, governador de Chipre casou-se ainda muito novo, mas quando sua esposa e seus dois filhos morreram (provavelmente da peste -seria varíola ) ele entrou para a vida religiosa, deu seus bens para os pobres e ficou famoso pela sua santidade e caridade. Quando João tinha 50 anos e ainda um leigo ele foi escolhido Patriarca de Alexandria pelo seu irmão adotivo Nicetas, que havia ajudado o Imperador Heraclius a subir ao poder. João, o esmoler é o padroeiro da Ordem de São João em Jerusalém mais tarde convertida na Ordem dos Cavaleiros de Malta.

O Ir. Waldemar M. Bueno de Oliveira
Contato: 11- 9763.3957 da ARLS. União e Lealdade-547 - GLESP-Ritual de Emulação - Oriente de Osasco - SP. Brasil afirma categoricamente em um artigo publicado na Internet que:
´Primeiramente, cumpre observar que a maçonaria não tem dois padroeiros, ou melhor, três santos, São João da Escócia e São João Esmoler e São João de Jerusalém. É só São João da Escócia. São João Esmoler e São de Jerusalém, são os mesmos. Tomou este outro nome pelo fato de ter ido àquela cidade (Jerusalém) e ali ter realizado grande trabalho filantrópico em apoio aos peregrinos, como veremos mais adiante. Só por esse lapso de informação podemos avaliar a ignorância de muitos sobre o assunto.´
“O Santo que a Maçonaria adotou como patrono, não é São João Batista, nem São João Evangelista, pois nenhum deles tem relação alguma com a instituição filantrópica da Maçonaria. É de crer, e essa é a opinião dos irmãos mais filósofos e mais conhecedores, que o verdadeiro patrono é São João Esmoler, filho do rei de Chipre, que, no tempo das cruzadas, abandonou sua pátria, renunciou à esperança de ocupar um trono e foi a Jerusalém dar os mais generosos socorros aos peregrinos e aos cavaleiros. “

Ora meus irmãos, São João Esmoler jamais saiu da ilha de Chipre, praticou filantropia sim, mas nunca viu nem em desenhos Jerusalém, e no período em que viveu, nunca deu apoio aos cruzados, pois existe um lapso de tempo entre os dois de cerca de 600 anos.

O que queremos mostrar, não provar, é quem é o verdadeiro São João, o nosso padroeiro.

Padroeiro - Aquele que vela, protege, guarda e ilumina. Principalmente: ILUMINA!

- Os Evangelhos

•O numero de evangelhos foi fixado em quatro apenas no final do século II.
•Os Gnósticos tinham outros evangelhos.
•Quanto aos 4 Evangelhos adotados, três foram escritos em grego e um em aramaico, o de Mateus. Entre os em grego, um merece particular atenção: o atribuído a João, o apóstolo, o único dos quatro evangelista que conheceu Jesus Cristo e que ouviu suas confidências e recebeu seus ensinamentos, pois era o discípulo preferido.


• O Evangelho de João é o evangelho dos iniciados.

• São os dezoitos primeiros versículos desse Evangelho que os sacerdotes, representando o iniciado, liam somente para si, no final da missa, depois de ter despedido os assistentes, até antes do Concilio Vaticano II.
• Sempre se pensou que se ocultam sentidos secretos por trás das narrativas e das lendas antigas.
• Cristo falava ao povo por parábolas, cujo sentido explicava a seus discípulos.
• “Kryst”, em egípcio, é “o possuidor do segredo”.
• Existe portanto um segredo, e somos convidados a desvendá-lo.
• “Sondai as Escrituras, porque elas dão testemunho de Mim” (João V,39)

- A ORIGEM HELÊNICA DO CRISTIANISMO

• É comum considerar que a origem do cristianismo é judaica. Três dos evangelistas fazem freqüentes alusões aos textos da Bíblia mosaica ( Antigo Testamento), esforçando-se por meios de genealogias, aliás diferentes, por fazer Jesus um descendente de Davi, por José.
• O Evangelho de João é uma exceção, foi escrito em grego e contém raras alusões a Bíblia antiga.
• Cristo devia falar grego. No cap. VII, 35 de João, os judeus se mostram preocupados por vê-lo ir ensinar aos gregos.
• Por outro lado, o grego foi usado durante os primeiros séculos para pregar o Evangelho e para os cultos.
• O Latim só foi introduzido depois que São Gerônimo escreveu a Vulgata (fins do sec. V).
• O cristianismo está carregado de filosofia grega.
• O 4o. Evangelho, obra de espírito grego, todo impregnado de neoplatonismo, vem a propósito para restituir à cristandade o ideal.
• Lutero declarava que o Ev. de São João era o Ev. por excelência, o Ev. único, inédito. Poderia dispensar os outros.

-O EVANGELHO DE JOÃO

• Em vez de começar, como Lucas, pelo nascimento de João Batista, ou da natividade de Jesus, como Mateus, o Ev. de João começa como Marcos, no batismo no Jordão e silencia a respeito da vida de Jesus durante seus primeiros anos.
• O Ev. de João estabelece a existência, em nós, da energia vital que nos vem do demiurgo, que conhece todos os nossos pensamentos, pois ele vive em nós.
• Importa considerar que devemos atribuir tanta importância ao que este Ev. não contém como ao que ele contém.
• Ele mostra-nos Cristo repetindo por diversas vezes que ele é o enviado de Deus, de quem faz a vontade e com o qual está em contínua relação. Ele vem ao mundo para trazer aos homens um mandamento novo:
• AMAI-VOS UNS AOS OUTROS (J.,XIII,34)


- O PRÓLOGO

• Chama-se Prólogo do 4o. Ev. os dezoitos primeiros versículos.
• Ei-los:
• No princípio era o Verbo (o Logos, a Palavra), e o verbo estava junto a Deus ( O Theos) e o verbo era Deus (Theos)
• Ele estava no princípio junto a Deus
• Por meio dele tudo apareceu, e sem ele nada apareceu do que apareceu;
• Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
• E a luz brilha nas trevas, e as trevas não o detiveram;
• Apareceu um homem enviado por Deus, seu nome era João;
• Ele veio em testemunho, para testemunhar a respeito da Luz, a fim de que todos cressem por ele;
• Ele não era a Luz, mas devia testemunhar a respeito da Luz
• A Luz, a verdadeira, que ilumina todo homem, vinha ao mundo;
• Ele estava no mundo, e por ele o mundo apareceu, e o mundo não o conheceu;
• Ele veio para sua casa, e os seus não o acolheram
• Mas a todos aqueles que o receberam, ele deu o poder de se tornarem filhos de Deus, àqueles que acreditavam em seu Nome;
• Que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus;
• E o verbo se tornou carne, e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória como a que recebe de seu Pai um filho único, cheio de graça e de verdade;
• João testemunha a seu respeito e exclama: “ Ele era aquele de quem eu disse: “Aquele que vem depois de mim passou diante de mim, porque antes de mim ele já existia.”
• Porque nós todos recebemos de sua plenitude, e graça após graça;
• Porque a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo;
• Deus, ninguém jamais o viu; um Deus, Filho único que está no meio do Pai, este o fez conhecer.
*Tradução do cônego Émile Osty

Este prólogo contém os principais elementos da gnose joanita cristã e são a síntese da busca da perfeição tão propagada na maçonaria.

• Um primeiro ensinamento, de considerável importância, se deduz dele:
• O Logos, O Cristo, criador de nosso sistema solar, não é o Deus universal, o Deus todo poderoso, o Deus dos filósofos, o G.A.D.U., mas o Deus das religiões solares, o demiurgo intermediário entre o Homem e Deus.
• O Demiurgo é o criador do Mundo inferior (ou material).
• Isso resulta da distinção, feita no prólogo, entre o Deus supremo, designado por Théos (o Deus) e o Logos, que é apenas théos (um deus).
• Entre os gregos, chamavam-se deuses os seres que haviam alcançado um alto grau de espiritualidade.
• Deméter era a mãe dos deuses, dos iniciados, e. no final dos Versos de Ouro, Pitágoras nos diz que podemos nos tornar deuses.
• Por todo 4o. Ev., Cristo não cessa de proclamar que ele só faz cumprir a vontade de Deus.
• Foi o Concílio de Nicéia que em 325, proclamou a divindade de Cristo.
• A doutrina do Logos é a idéia central do 4o. Ev.
• Encontramo-la desenvolvida em Filón, o judeu helenizante: Filón havia compreendido que existe um segundo deus intermediário entre o Homem e o Deus superior.
• É este segundo deus, que corresponde ao demiurgo de Platão, que ele dá o nome de Logos.
• Falando-nos do Verbo, o Prólogo também faz alusão a antiga ciência sagrada, a hierologia ( entre os judeus a Kabbala). A ciência do Verbo é um dos meios de acesso ao conhecimento das manifestações do demiurgo.
• A doutrina do Verbo criador existia entre os egípcios e é lá, sem dúvidas, que Moisés a foi encontrar, quando ele diz que a luz foi criada por estas simples palavras de Deus: FAÇA-SE A LUZ.
• Por outro lado, é importante lembrar que as duas consoantes da palavra Logos em grego se parecem com o compasso (o lambda – Λ ) e o esquadro ( o gama – Γ ).


- O QUE É O VERBO?

• A linguagem comporta o uso de substantivos, adjetivos e verbos.
• Existe ai uma manifestação trinitária da força que rege tudo no mundo.
• O Verbo caracteriza a ação criadora que utiliza a substância, o Pai e a qualidade, o Espírito.
• Por outro lado, existe um verbo-princípio: é o verbo ser, que caracteriza essencialmente a existência, ele está contido em todos os outros verbos. Com efeito, dizer: ando, equivale a dizer: estou andando.
• Falando-se de Deus, pode-se dizer apenas: ELE É!
• Daí a expressão: EU SOU AQUELE QUE SOU. ( Êxodo III,14)

- FILHO DE DEUS E FILHO DO HOMEM

• No cap. X, 34, vemos os judeus criticando Cristo por se fazer Deus.
• Ele lhes responde: “Não está escrito em vossas leis: todos vós sois deuses?”
• No Prólogo, vers. 12, está dito que aqueles que acreditaram no Cristo têm o direito de ser feitos filhos de Deus.
• Deduz-se daí que a expressão Filho de Deus, não tem caráter exclusivo para o Cristo.
• E por que Filho do Homem?
• É porque Cristo foi ele próprio um homem.
• Trata-se de um problema de dupla natureza. Antes de se tornar um demiurgo, um criador, ele era apenas uma criatura privilegiada.
• Pitágoras já afirmara: “Reflete sobre cada coisa, tomando por condutor a excelente inteligência do alto. E se, depois de teres abandonado o teu corpo, chegares ao éter livre, serás deus imortal,”


- A PERSONALIDADE DE JOÃO

• Os dois santos de nome João, esotéricamente, são um, esse é o motivo pelo qual a basílica de São João de Latrão, é consagrada a ambos. ( Ver Fig. Inicial)
• João Batista precedeu o Cristo; quando ele desaparece, João, o evangelista, aparece e se torna o discípulo preferido, aquele que, por ocasião da última ceia, se recostou ao peito do Senhor e recebeu os seus ensinamentos secretos.
• Segundo Herodes, Jesus seria a reencarnação de João Batista. Mas como a doutrina do Cristo será divulgada por João, o evangelista, e como este era discípulo do Batista, vemos que João Batista, Jesus Cristo, e João Evangelista, formam uma tríade muito significativa.

- A PERSONALIDADE DE JESUS

• Quem era então esse Jesus, cujo corpo foi tomado por empréstimo durante três anos ( o tempo das iniciações) pelo demiurgo solar?
• Se João não fala em Jesus, não o faz por ignorância, mas, para ele Jesus é apenas o filho de José.
• No cap.I, 45, “É Jesus, filho de José, de Nazaré”
• Nada se sabe de preciso sobre a juventude de Jesus. As genealogias de Mateus e Lucas, que procuram fazer de José um descendente de Davi, não estão de acordo, o que aliás não tem importância alguma, se levarmos em conta que ele não é seu pai.
• Ao omitir o nascimento e a juventude de Jesus, João presta melhor esclarecimento que os outros evangelistas, pois para ele o que importa é a partir do momento da incorporação do Cristo.

- OS ESSÊNIOS

• Se não existe nenhuma demonstração que prove que Jesus estava ligado à seita dos essênios, há fortes motivos para se pensar nisso.
• Jesus era nazareno e o nazareato era um alto grau conferido entre os essênios, aos que tivessem atingido altos graus de conhecimento.
• Os nazarenos eram uma espécie de confraria composta de adeptos que tinham regras particulares de vida. Nazir=Mestre.
• O batismo era um rito essênio.
• Entre os essênios acreditava-se que os corpos eram perecíveis mas que as almas eram imperecíveis. Os judeus não.
• Disseminados pela Palestina, em pequenos grupos, tratavam-se com fraternidade. Vemos Cristo e seus discípulos viajando pelas cidades, como os essênios.
• Sua iniciação durava três anos. Tempo de Cristo sobre a terra.
• É provável que Batista foi chefe de uma comunidade e que Jesus se ligou a estes pelo batismo

- O Batismo

• O 4o. Ev. Começa pelo batismo de Jesus.
• Na igreja primitiva, como entre os essênios, o batismo representava a purificação necessária para ser admitido na comunidade.
• Em J,I,33, mencionam-se dois batismo; o batismo pela água, praticado por J. Batista; e o batismo pelo Espírito Santo, que toma o lugar do primeiro, praticado por Cristo.
• Segundo alguns, a interpretação é que: Neste exato momento o espírito do Cristo se incorporou no organismo de Jesus.
• Isto talvez explique o silêncio do 4o. Ev sobre a juventude de Jesus.
• Mateus, cap. XIII, descreve o espanto dos escribas e sacerdotes judeus a ouvir as palavras e constatar os milagres de Cristo.
• “De onde vem esta transformação? Não é ele o filho de José?”
• “Ao saber disso, os seus saíram para se apoderarem dele; porque diziam: Ele está fora de si!” (Marc, III, 21)

- AS BODAS DE CANAÃ ( J, II, 1 a 11)

• Contrariamente aos sinóticos (aqueles que fazem a síntese –narra os fatos na ordem que ocorreram), o 4o. Ev. Nos diz que, três dias depois deste batismo, Cristo assistiu as bodas de Canaã, de que os outros evangelhos não falam.
• Este fato é de uma importância capital, Cristo acaba de se incorporar em Jesus e assiste, não se sabe por que, as bodas de Canaã.
• Maria que não via o filho há algum tempo, não se apercebeu da mudança ocorrida e mostra-lhe que falta vinho.
• Cristo lhe responde: “Mulher, o que há de comum entre mim e ti?”
• Note-se que João escreveu: “A mãe de Jesus estava lá.” Ele não diz a mãe de Cristo.
• Talvez pelo simbolismo, a transformação da água em vinho, seria apenas simbólica, a água representaria a antiga aliança, e o vinho a Nova, que Cristo veio colocar no lugar da antiga.
• Maria ainda está ligada ao antigo regime.
• essa passagem do 4o. Ev. tem outra finalidade: a de mostrar que Maria é apenas mãe de Jesus.
• Somente no Concílio de Éfaso em 431 lhe foi conferido o título de Mãe de Deus.
• A devoção por Maria é explicada pela necessidade de se dirigir ao aspecto feminino de Deus. No Ev. Joanita, Cristo só fala no Pai.
• Maria reúne os caracteres de Ísis: segura uma criança nos braços; de Diana: tem uma lua crescente sob os pés; de Atenas: está acompanhada de uma serpente e é virgem.
• Há três modos de se considerar a divindade feminina: a dos gregos, com a mãe dos deuses ou dos iniciados; a dos hindus, como a Mãe-Deus, isto é, com o aspecto feminino de Brahma; e dos cristãos, como o da Mãe de Deus.

- A NATUREZA DE CRISTO

• Enquanto os três Ev. Sinóticos fazem do Cristo o Messias esperado por judeus, João fala-nos do Logos encarnado sobre a terra, um intermediário entre o homem e Deus.
• Cristo não é o Messias esperado pelos judeus -
• a tentativa de dois dos evangelistas de fazerem Cristo descendente de Davi cai por terra numa análise mais apurada.
• O Messias deveria dar aos judeus o domínio do mundo, Cristo não o fez.
• Cristo não é o Deus supremo-
• “O Filho nada pode fazer por si mesmo, mas apenas o que vê o pai fazer, porque o filho faz aquilo que ele faz” ( J, V,19)
• “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar sua obra” (J,IV,34)
• “Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. Eu por mim, nada posso fazer... Eu não busco a minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou”(J,V, 23 a30)
• Cristo é o nosso Deus solar-
• Esta compreensão de que Cristo falava do nosso sistema planetário, e não do universo era incompreensiva para os judeus de então, que faziam da Terra o centro do Cosmo de acordo com o Gênesis.
• Em grego, o theta maiúsculo ( θ ), letra essencial da palavra Théos, é um círculo com um ponto central, o que é o símbolo astronômico do sol e que já o representavam assim entre os egípcios.
• João nos diz que Cristo é a luz e a vida, ambas originárias do sol.
• Cristo declara que ele é o pão descido do céu; que o pão é seu corpo e o vinho seu sangue. Trata-se, com efeito, dos raios solares materializados.


- LÚCIFER

• Na tradição judeu-cristã, Satanás, que encarna o mal, é considerado o anjo decaído. Seu nome teria sido Lúcifer.
• A palavra Lúcifer significa o portador da luz ( phósphoro em grego )
• Vênus a estrela mais brilhante do céu ( na verdade um planeta), recebeu o nome de Lucífera quando precede o nascer do sol e véspera quando aparece depois do por do sol. Da mesma forma João Batista, precedeu a vinda do Cristo solar e João o Apóstolo, sobreviveu a ele.
• A maçonaria joanita ( adoniranita ) adotou este aspecto místico, e passou a ser considerada como adoradora de satã.

• A CEIA

• Cristo ao compartilhar o pão com seus discípulos, criava o rito do companherismo, que é, sem dúvida, o ancestral da maçonaria.
• A palavra companheiro significa na verdade : o que compartilha o pão.
• Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (J,VI,,56)
• Nestas palavras está todo o ensinamento, o do mistério do cristianismo, exposto por símbolos, por João: por um lado, ele contém: o conhecimento e por outro lado : o amor.
• A ceia é um banquete de iniciados.
• É que, o pão que se partilha simboliza o Amor; e o vinho simboliza o Conhecimento.


CONCLUSÕES

- DEUS É ESPÍRITO

• O que faz a grandeza do ser humano, o que o une a Deus é, a existência nele, do espírito.
• São Paulo escreveu: “Vós sois o Templo de Deus e Seu Espírito habita em vós.”
• São Paulo especificou muito bem que existem três princípios: o Espírito, a alma e o corpo.
• Dizendo-nos que Deus é Espírito, que Ele é o Espírito, João nos transmite o ensinamento de que o Espírito é o ponto de partida e de chegada da evolução humana.
• Os animais não tem o Espírito, representado pela Vontade, tem só o animus, que vem do demiurgo, enquanto o ser humano, por seus gritos e exigências manifesta sua Vontade desde que nasce.
• Porque Deus é Espírito, Ele é a Vontade suprema: Que vossa vontade seja feita assim na terra como no céu.

- AS APARIÇÕES DE CRISTO DEPOIS DA MORTE DE JESUS

• As aparições de Cristo confirmam a utilização do organismo de Jesus pelo Cristo. Com efeito, é sob outra aparência que ele se mostra a Maria Madalena. Ela pergunta a um homem, que toma por jardineiro, onde está o corpo de Jesus: logo em seguida ela percebe que se trata do próprio Cristo. Mas ele diz: “Não me toques.”( J, XX, 17 ).
• Por que Cristo a proíbe de tocá-lo, senão porque se revestia de uma aparência corporal sem consistência material?
• Segundo Marcos, Cristo caminha com dois peregrinos que o haviam conhecido. Eles só o reconhecem no momento que Cristo corta o pão. Ele novamente não tinha a aparência de Jesus.
• De acordo com o 4º Ev. Cristo se mostra aos discípulos a margem do lago Tiberíades e eles também não o reconhecem. E é João quem lhes diz: “É o Senhor.”( J,XXI, 7)

- POR QUE CRISTO SE ENCARNOU NA TERRA?

• A idéia de que Cristo veio a terra para nos redimir do pecado original é uma concepção judaica, que passou para o cristianismo, porque na realidade o paraíso perdido é a aliança perdida ( em grego a palavra paradosis significa tradição ).
• Cristo não veio para apagar os pecados do mundo, mas para dar a vida e para que os que crêem nele não pereçam, mas tenham a vida eterna. ( J, III, 15 a 17 ).
• O motivo da encarnação do Logos solar nos é proposto pela doutrina hindu. Com efeito, Vichnou, correspondente de Cristo, encarna-se sobre a terra, todas as vezes que se faz sentir a necessidade de levar de volta os homens ao caminho do bem.
• O Deus solar havia sido objeto do culto dos homens desde o início das civilizações. Porém, a existência do Deus supremo, universal era ignorada.
• Pitágoras ensinou a existência do Deus supremo e construiu um templo em Atenas ao “Deus desconhecido”, o povo não entendeu.

– Portanto Cristo veio para o meio dos homens para:

• Trazer uma mensagem de amor e lembrar-nos a existência desse Deus que havia sido esquecido.
• Ensinar uma moral, superior à moral dos judeus e dos gregos: a igualdade de todos os homens, a fraternidade universal, o perdão das ofensas, a unidade de Deus.
• Trazer um conhecimento religioso, uma gnose.
• Instaurar um rito de fraternidade com a partilha do pão e do vinho.
• Nos ensinar a rezar em todos os lugares, e não em lugares pré-determinados.

– MANDAMENTO NOVO DE JOÃO

• “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. “( J, XIII,34)
• E acrescenta, versículo 35: “É por isso que todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
• A Igreja de Pedro é a igreja exotérica, endereçada as multidões, a Igreja de João é a Igreja esotérica, cujos ensinamentos são reservados aos chefes, aos líderes, aos cordeiros que marcham a frente do rebanho, aos iniciados. ( Note-se que a basílica de São Pedro, em Roma, tem o presbítero voltado para oeste, dando as costas para donde vem a luz).

- A GNOSE JOANITA

• O joanismo reaproxima o Homem de Deus e faz dele um deus, como ensinava Pitágoras. Com efeito, o Logos leva o neófito, passo a passo, até o Conhecimento superior e ao Amor pela Beleza. Reunindo assim, a matéria a força, o Homem ao Conhecimento, a Sabedoria e ao Amor, a Beleza o misto de que pode edificar o Templo, do qual ele é, ao mesmo tempo, o fiel e oficiante.
• A suprema Beleza é o Amor, o ágape; o Conhecimento é a gnosi. Reunindo a gnosi e o ágape, constitui a Sabedoria (Sophia).
• Os Templários e os cátaros estavam ligados à Igreja de João; a doutrina do Templo.
• O esoterismo cristão foi conservado, em sua tradição mais pura, pelos irmãos de São João, que se propagaram por toda a Europa, e se perpetuou, no mais absoluto segredo, a sombra dos claustros, por um método de meditação e de iniciação baseado no 4º Evangelho.


Quem for capaz de compreender, que compreenda, porque em tudo isso há muito mais do que encerra a nossa vã filosofia - como diz Hamlet.

Portanto irmãos quem será nosso padroeiro?
O santo filantrópico - São João Esmoler ?
O santo da iniciação pelo batismo – São João Batista?
Ou o santo propagador e divulgador da nova gnose – São João Evangelista?

Sois livre pensador, pesquisem para concluir.

Este trabalho é baseado no livro de : PAUL LE COUR
O Evangelho Esotérico de São João
Editora Pensamento


Certamente estais a questionar - mas e onde esta a universalidade?
Isto é assunto para um novo trabalho.

Que a paz reine em nossas colunas!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O ISLÃ
"Em nome de Deus, Clemente, Misericordioso..."

O islamismo, religião que mais cresce no mundo contemporâneo, nasceu na Península Arábica principalmente a partir da reflexão de Maomé em torno da multiplicidade de deuses existentes nas tribos da própria península assim como das religiões petrificadas, anquilosadas (inertes – paralizadas) e presas no formalismo ritualístico, sem a vivificação espiritual desejada e desejável, como o cristianismo ortodoxo grego, o cristianismo romano e o judaísmo.

“Nos 13 séculos que se passaram de sua gênese, a religião congrega hoje mais de 800 milhões de adeptos, “unidos pelo sentimento profundo de pertencerem a uma só comunidade”. E essa expansão, que continua, é devida principalmente a um espírito de universalidade que transcende qualquer distinção de raça e permite a cada povo se integrar no Islã mas, ao mesmo tempo, conservar sua cultura própria.” (O Correio da Unesco, 1981).

O Berço
A Península Arábica está localizada no Oriente Médio, limitada entre o Mar Vermelho a oeste, o Oceano Índico ao sul e o Golfo Pérsico a leste, ligada ao continente pelo deserto, que cobre a maior parte da Península. Não existem rios permanentes e o clima é extremamente seco, apresentando oscilações térmicas de áreas e variações de temperatura. Ao centro e a leste encontram-se numerosos oásis, que têm origem na umidade do subsolo, originando poços de água em torno dos quais crescia uma exuberante vegetação tornando possível a vida na região.
A Arábia pré-islâmica
Por diversas vezes os romanos estiveram às portas da Península Arábica, porém questionaram as vantagens de conquistar uma região tão inóspita e agreste, passando a figurar nos mapas de Roma apenas como a desconhecida província arábica.
As populações que habitavam a região central e setentrional eram de origem semita e encontravam-se divididas em numerosas tribos ou grupos. Os árabes do deserto, conhecidos por beduínos, eram nômades, de características bem diversas dos árabes do sul. Falavam árabe, idioma que acabou se impondo em toda a região.
A difícil sobrevivência levou-os ao cultivo de uma escassa agricultura de tâmaras e trigo, praticada nos oásis, à criação de rebanhos, às incursões e ao comércio de caravanas que souberam incrementar por toda a península. Os oásis e as cidades serviam-lhes de escala e de entrepostos de mercadorias, utilizando-se das razias (batalhas) para a conquista das melhores regiões.
Segundo alguns geógrafos e historiadores, a Arábia desértica do norte, “machucada por um sol abrasador”, contrastava com o sudoeste, região que se chamou de "Arábia Feliz" (Yemmen), destacando-se a cidade de Aden, entreposto de grande importância comercial nas relações com o Oriente.
A costa marítima era ocupada pelas tribos sedentarizadas que habitavam Meca e Yatreb (mais tarde “Medina”), as duas principais cidades, vivendo como comerciantes ou pequenos artífices, e exportando para o Ocidente o café, o incenso, as tâmaras e os perfumes. Afora o crescimento desse comércio internacional, também existiam relações mercantis com os árabes do deserto.
Nem os beduínos nem os árabes urbanos possuíam um governo centralizado, prevalecia a organização tribal, não eram raros os conflitos entre as tribos.
Apesar das diferenças culturais, contudo, todos os árabes eram da mesma raça e diziam-se descendentes de Abraão; a religião mostrava uma nítida influência do judaísmo, não apenas por sua proximidade com o "patriarca". Durante esse período, acreditavam em um deus supremo, Alá, porém não deixavam de adorar uma infinidade de deuses inferiores, os djins, e, através de imagens ou totens, continuavam a cultivar o politeísmo de seus ancestrais.
Cada tribo possuía seus próprios ídolos. Apesar de terem um santuário tribal, existia um comum a todos, que se encontrava em Meca, na Kaaba, onde estava depositada a Pedra Negra que, desde tempos imemoriais, se acredita ter sido trazida do céu pelo Arcanjo Gabriel, e todos os ídolos tribais.
Desde a época de Maomé os fiéis sempre rezaram ao redor da Kaaba, em Meca, capital do islamismo.
A importância de Meca não parava de crescer. Para lá fluíam as mais diversas tribos em busca da adoração da Pedra Negra e de seus deuses. Cada tribo trazia de seus lugares remotos produtos típicos que comercializavam a partir das sagradas orações, realizadas por meio de um ritual; porém, todas as transações comerciais eram controladas pela tribo dos coraixitas, uma quase aristocracia árabe.

Maomé e a epopéia de sua Fé

Meca não dispunha de uma organização ou instituições políticas, nem possuía um forte sentimento nacional. O principal personagem da mudança cultural, política e religiosa foi inquestionavelmente Maomé. Pertencente à família dos haxemitas, ramo pobre da poderosa tribo dos coraixitas; seu nascimento é estimado como ocorrido em torno do ano 570.
Muito cedo Maomé ficou órfão, passando a viver no deserto sob os cuidados de seu avô, onde aprendeu a conhecer a difícil vida dos beduínos e suas necessidades materiais e espirituais. Ainda jovem, retornou a Meca, tornando-se um excelente guia de caravanas, mantendo contatos com povos monoteístas, principalmente judeus e cristãos, de quem sofreu profundas influências religiosas. Aos 25 anos, Maomé casou-se com uma viúva rica, proprietária de camelos, chamada Khadidja. O casamento deu-lhe profunda estabilidade material, porém, como todos os profetas, sua vida está envolta em muitas lendas. Acredita-se que foi a partir daí que começou a formular os princípios de uma nova doutrina religiosa, iniciando um período de meditações e jejuns. Constantemente isolava-se no deserto buscando seguir os ensinamentos de Jesus Cristo, a quem considerava um dos últimos profetas.
Foi durante suas andanças pelo deserto, durante tempos solitário numa caverna, que afirmou ter tido a visão do Arcanjo Gabriel, que o incumbira de ser o profeta de Alá. Maomé tinha 40 anos de idade e era dotado de enorme emotividade. Durante suas visões encontrava-se sempre em transe. Dedicou-se à pregação junto aos seus familiares, não se contentando com a vida economicamente tranqüila de que ora dispunha.
Após três anos, seguido por um pequeno grupo de fiéis convertidos à nova fé, Maomé começou a falar para os coraixitas em frente à Kaaba, pregando a destruição dos ídolos e afirmando a existência de um único Deus. As mudanças religiosas propostas pelo profeta acabaram por entrar em choque com os líderes coraixitas, pois a implantação do monoteísmo significaria a diminuição da peregrinação de fiéis a Meca, uma vez que Alá, não tendo forma física, estaria em toda parte.
Sentindo o perigo daquela subversão de idéias em torno do monoteísmo, temendo o esvaziamento de Meca como centro comercial de toda a Península Arábica, os coraixitas tentaram matá-lo. Alertado por alguns seguidores, Maomé fugiu de Meca para Yatreb, em 622, ficando este ato conhecido como Hégira, marco inicial do calendário muçulmano. Apesar de ter sido bem recebido por vários de seus seguidores em Yatreb, encontrou forte oposição dos judeus da cidade, que resistiram às tentativas de conversão, e foram assassinados em massa. Nesse momento, Maomé implantou um governo teocrático, transformando a cidade em sua base e mudando seu nome para Medina, a cidade do profeta.
Percebendo ser inútil a tentativa de conversão pacífica, Maomé optou pela Guerra Santa. Meca foi sitiada e obrigada a aceitar a volta do Profeta que, graças ao apoio dos beduínos, já convertidos, destruiu os ídolos da Kaaba, mantendo apenas um único elo de ligação entre as tribos: a Pedra Negra.
No ano 630, o Estado Árabe estava praticamente formado, unido em torno da bandeira do islamismo e de seu único chefe, Maomé, que assumia não apenas o poder político como também o religioso, iniciando-se, assim, um governo teocrático.
Acredita-se que o Profeta tenha subido aos céus numa nuvem a partir da Cúpula do Rochedo, em Jerusalém, no ano 632 d.C. No ocidente são comuns as referências à “morte de Maomé em 632 d.C. acometido de um mal súbito”, de todo o modo, a comunidade islâmica ficou mergulhada em grave crise. Todos os atos, editos e decisões estratégicas foram tomadas unicamente por Maomé, não havia orientação clara relativa a sucessão em sua ausência. Um Estado Teocrático, na falta do líder, sem um indicativo claro de forma sucessória, eis a raiz da crise.

Jerusalém: Lugar Sagrado de três grandes Fés

Cidade Santa para as 3 principais religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo. Todas acreditam – de forma ligeiramente diferente, embora – no mesmo Deus que falou com Abraão, com Moisés, com Isaías e outros profetas, todos referidos no Alcorão como “o povo do Livro”.
Para os judeus é a Terra Prometida, o local em que pela primeira vez um Templo – o Templo de Salomão – foi construído diretamente por inspiração divina. Era como se o Grande Arquiteto pessoalmente ditasse cada detalhe da construção de seu Templo...
Para os cristãos é a Terra Santa em que Jesus de Nazaré pregou, peregrinou, foi supliciado na Cruz, ressuscitou e trouxe o Batismo com o Espírito Santo.
Para os muçulmanos, embora haja quase consenso sobre o falecimento do Profeta e seu sepultamento em Meca, Jerusalém é a Terra em que também Maomé pregou e em que se construiria, no exato local onde outrora ficava o Templo de Salomão, a mesquita de Al-Aqsa e, a partir da Cúpula do Rochedo, a fé popular acredita que Maomé subiu aos céus!
Saladino
Em 1174 morreu Amauri, rei de Jerusalém e Nur ed-Din, líder dos muçulmanos que tinha como seu lugar-tenente e homem de confiança um muçulmano Xiita nascido em Tikrit, Mesopotâmia, atual Iraque. Extremamente culto, religioso, habilidoso com as armas e cavalheiresco tornou-se famoso por seus feitos ao longo da história: Salah ed-Din Yousuf ibn-Ayyoun, conhecido como Saladino.
Em pouco tempo sua argúcia, seu legendário cavalheirismo, seu fervor religioso e suas inquestionáveis habilidades bélicas fizeram dele Sultão inconteste dos Muçulmanos de toda a vasta região que vai do Egito à Pérsia, liderando um exército de mais de 500 mil homens em armas.
Relatos acerca de seu cavalheirismo, de sua honra, de sua Fé e religiosidade, assim como da urbanidade com que tratava seus adversários chegaram rapidamente à Europa granjeando-lhe grande respeito. Todos percebiam estar diante de um temível adversário: um estadista excepcionalmente arguto e um comandante militar excepcionalmente competente.
Capaz a um só tempo de unir todos os muçulmanos e vencer as batalhas mais difíceis e complexas, foi seguramente o mais valoroso líder muçulmano desde Maomé.


Os Preceitos da Religião Muçulmana

O Cinco Pilares do Islã, segundo Roger Garaudy na Obra “Promessas do Islã”, publicada no Brasil pela Nova Fronteira em 1988, podem ser assim resumidos:

1. Profissão de Fé: “Existe um único Deus e Maomé é seu profeta”. Nenhuma outra divindade se não Deus: Maomé, seu mensageiro. O universo inteiro ganha assim um sentido, o absoluto revelando-se no relativo sob a forma de "sinais", de símbolos. A natureza e os homens, do mesmo modo que a palavra do Alcorão, eram uma aparição, uma manifestação de Deus. "Não há nada que não cante seus louvores, mas vocês não compreendem seu canto" (XVII, 44).

2. Oração: a prece é e a participação consciente do homem no canto de louvor que liga todas as criaturas ao seu criador. "Volte a si mesmo para encontrar toda a existência resumida em você.”
A prece integra o homem de fé a essa adoração universal: realizando-a, com o rosto voltado para Meca, todos os muçulmanos do mundo e todas as mesquitas cujo nicho do mirhab designa a direção da Kaaba são assim integrados, por círculos concêntricos, a essa vasta gravitação dos corações rumo ao seu centro.
A ablução ritual, antes da prece, simboliza o retorno no homem à pureza primitiva pela qual, rejeitando a si mesmo tudo o que pode macular a imagem de Deus, ele se torna seu perfeito espelho.

3. Jejum durante o mês sagrado do Ramadã. O jejum, interrupção voluntária do ritmo vital, afirmação da liberdade do homem em relação ao seu “eu” e aos seus desejos, e ao mesmo tempo lembrança da presença em nós mesmos daquele que tem fome, como de um outro eu mesmo que devo contribuir para tirar da miséria e da morte.

4. Zakat. Não é esmola, mas uma espécie de justiça interior institucionalizada, obrigatória, que torna efetiva a solidariedade dos homens da fé, isto é, daqueles que sabem vencer em si mesmos o egoísmo e a avareza. O zakat é a lembrança permanente de que toda riqueza, como tudo, pertence a Deus, e que o indivíduo não pode dispor dela à vontade, que cada homem é membro de uma comunidade.

5. A peregrinação a Meca, enfim, não apenas concretiza a realidade mundial da comunidade muçulmana, mas, dentro de cada peregrino, vivifica a viagem interior em direção ao centro de si mesmo.
O tema central do Islã, em todas as suas manifestações, é esse duplo movimento de fluxo do homem em direção a Deus e de refluxo de Deus em direção ao homem, sístole e diástole do coração muçulmano: “Na verdade, somos de Deus e a Ele retornamos” (II, 156)
Todos os preceitos que devem ser seguidos encontram-se reunidos no Alcorão (a grafia “Corão” também é considerada correta), livro sagrado escrito a partir das sínteses dos ensinamentos de Maomé. Trata-se de um livro com conotações nitidamente político-religiosas, assumindo o caráter de uma verdadeira constituição para o povo islâmico. Os feitos de Maomé foram reunidos por seus familiares em um livro denominado Suna, no qual se encontram as bases da tradição, formuladas a partir dos exemplos dados por Maomé durante sua vida. Destaca-se, entre os preceitos básicos da Suna, a Djihad. Por vezes mal compreendida, a Djihad ou Jihad, pode ser traduzida realmente como “Guerra Santa”. Segundo ainda Roger Garaudy, filósofo franco-argelino convertido ao islamismo, há duas grandes formas de se fazer a Guerra Santa preconizada pelo Profeta. Há a “Grande Jihad” ou luta contra o ego e a “Pequena Jihad” que é a busca de persuasão do infiel aos caminhos do Profeta. Seguindo ainda aquele autor, “idolatria é adorar como se fosse Deus algo que não é Deus”. Neste sentido, a egolatria é uma das formas mais condenáveis de idolatria e a Grande Jihad volta-se a dar combate a esta forma de idolatria. A “Pequena Jihad” busca, principalmente pela persuasão, mas à força se necessário, proteger o Islã e trazer novos crentes para o Islã.
A partir da existência de dois livros sagrados, o mundo muçulmano dividiu-se em dois grandes grupos: os xiitas, seguidores exclusivamente do Alcorão, que negam qualquer outra fonte de ensinamento; e os sunitas, que adotam como fonte de ensinamento, além do Alcorão, a Suna, coletânea de relatos acerca das práticas adotadas por Maomé e seus seguidores.

Breve cronologia:
570: nascimento de Maomé.
610: Maomé tem a primeira visão do arcanjo Gabriel.
622: Hégira - início do calendário muçulmano.
630: Maomé destrói os ídolos da Kaaba; nascimento do Islã.
632: Ascenção de Maomé aos céus a partir da Cúpula do Rochedo, em Jerusalém ou, segundo informes da historiografia ocidental, “morte de Maomé em Medina”.
O ILUMINISMO

O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social.[4] Immanuel Kant, um dos mais conhecidos expoentes do pensamento iluminista, num texto escrito precisamente como resposta à questão O que é o Iluminismo?, descreveu de maneira lapidar a mencionada atitude:

"O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! ("ouse saber") Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo".

No século XVIII, uma nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições. O chamado movimento iluminista aparece nesse período como um desdobramento de concepções desenvolvidas desde o período renascentista, quando os princípios de individualidade e razão ganharam espaço nos séculos iniciais da Idade Moderna.

No século XVII o francês René Descartes concebeu um modelo de verdade incontestável. Segundo este autor, a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades inerentes ao homem: duvidar e refletir. Nesse mesmo período surgiram proeminentes estudos no campo das ciências da natureza que também irão influenciar profundamente o pensamento iluminista.

Entre outros estudos destacamos a obra do inglês Isaac Newton. Por meio de seus experimentos e observações, Newton conseguiu elaborar uma série de leis naturais que regiam o mundo material. Tais descobertas acabaram colocando à mostra um tipo de explicação aos fenômenos naturais independente das concepções de fundo religioso. Dessa maneira, a dúvida, o experimento e a observação seriam instrumentos do intelecto capazes de decifrar as “normas” que organizam o mundo.

Tal maneira de relacionar-se com o mundo, não só contribuiu para o desenvolvimento dos saberes no campo da Física, da Matemática, da Biologia e da Química. O método utilizado inicialmente por Newton acabou influenciando outros pensadores que também acreditavam que, por meio da razão, poderiam estabelecer as leis que naturalmente regiam as relações sociais, a História, a Política e a Economia.

Um dos primeiros pensadores influenciados por esse conjunto de idéias foi o britânico John Locke. Segundo a sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil, o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade. No entanto, os interesses de um indivíduo perante o seu próximo poderiam acabar ameaçando a garantia de tais direitos. Foi a partir de então que o Estado surgiria como uma instituição social coletivamente aceita na garantia de tais direitos.

Essa concepção lançada por Locke incitou uma dura crítica aos governos de sua época, pautados pelos chamados princípios absolutistas. No absolutismo a autoridade máxima do rei contava com poderes ilimitados para conduzir os destinos de uma determinada nação. O poder político concentrado nas mãos da autoridade real seria legitimado por uma justificativa religiosa onde o monarca seria visto como um representante divino. Entretanto, para os iluministas a fé não poderia interferir ou legitimar os governos.

No ano de 1748, a obra “Do espírito das leis”, o filósofo Montesquieu defende um governo onde os poderes fossem divididos. O equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário poderia conceber um Estado onde as leis não seriam desrespeitadas em favor de um único grupo. A independência desses poderes era contrária a do governo absolutista, onde o rei tinha completa liberdade de interferir, criar e descumprir as leis.

Essa supremacia do poder real foi fortemente atacada pelo francês Voltaire (1694 – 1778). Segundo esse pensador, a interferência religiosa nos assuntos políticos estabelecia a criação de governos injustos e legitimadores do interesse de uma parcela restrita da sociedade. Sem defender o radical fim das monarquias de sua época, acreditava que os governos deveriam se inspirar pela razão tomando um tom mais racional e progressista.

Um outro importante pensador do movimento iluminista foi Jean-Jaques Rousseau, que criticava a civilização ao apontar que ela expropria a bondade inerente ao homem. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como itens essenciais na construção de uma sociedade mais justa. Entretanto, esse modelo de vida ideal só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida.

Esses primeiros pensadores causaram grande impacto na Europa de seu tempo. No entanto, é de suma importância destacar como a ação difusora dos filósofos Diderot e D’Alembert foi fundamental para que os valores iluministas ganhassem tamanha popularidade. Em esforço conjunto, e contando com a participação de outros iluministas, esse dois pensadores criaram uma extensa compilação de textos da época reunidos na obra “Enciclopédia”.

A difusão do iluminismo acabou abrindo portas para novas interpretações da economia e do governo. A fisiocracia defendia que as produções das riquezas dependiam fundamentalmente da terra. As demais atividades econômicas era apenas um simples desdobramento da riqueza produzida em terra. Além disso, a economia não poderia sofrer a intervenção do Estado, pois teria formas naturais de se organizar e equilibrar.

Ao mesmo tempo, o iluminismo influenciou as monarquias nacionais que viam com bons olhos os princípios racionalistas defendidos pelo iluminismo. Essa adoção dos princípios iluministas por parte das monarquias empreendeu uma modernização do aparelho administrativo com o objetivo de atender os interesses dos nobres e da burguesia nacional.
Resumo
Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.
Os ideais iluministas
Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas.
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

AUSTRALIA: um líder que fala francamente

Kevin Rudd, Primer Ministro da Austrália.

Aos muçulmanos que querem viver sob a lei Islamica da Sharia foi dito, a terça feira passada, que providenciem para ir embora da Australia, cujo governo pos em prática uma campanha contra os radicais, em um esforço para evitar potenciais ataques terroristas.
Rudd também despertou a fúria de alguns muçulmanos Australianos quando declarou que ele deu todo seu apoio às agências de contra-inteligência australianas para que mantenham sob observação e vigilância as mesquitas existentes no País.
A seguir estão relatadas algumas de suas palavras:

”São os imigrantes, e não os Australianos, os que devem adaptar-se. É pegar ou largar. Estou farto de que esta Nação tenha que se preocupar em saber se estamos ofendendo outras culturas ou outros indivíduos.
Desde os ataques terroristas em Bali, está havendo um aumento de patriotismo na maioria dos Australianos”.
”Nossa cultura foi se desenvolvendo ao longo de dois séculos de lutas, de atribulações e de vitórias por parte de milhões de homens e mulheres que buscavam a liberdade”.
”Aqui falamos principalmente Inglês, não libanês, ou árabe, chinês, espanhol, japonês, russo ou qualquer outro idioma. De modo que, se você quer participar de nossa sociedade, aprenda nosso idioma”.
”A maioria dos Australianos crê em Deus. Esta não é uma posição cristã, politica ou da extrema direita. Este é um fato, porque homens e mulheres cristãos, de princípios cristãos, fundaram esta Nação. Isto é históricamente comprovável. E é sem dúvida apropriado que isto apareça nas paredes de nossas escolas. Se Deus ofende você, sugiro que você resolva viver em outra parte do mundo, porque aqui Deus é parte de nossa cultura”.
”Nós aceitamos tuas crenças, e sem perguntar porque. Tudo o que pedimos é que você aceite as nossas, e viva em harmonia, e desfrute em paz conosco”.
”Este é nosso País, é nossa Pátria, e estes são os nossos hábitos e nosso estilo de vida, e permitiremos que vocês desfrutem do que é nosso, mas isto quando pararem de se queixar, de choramingar e de protestar contra nossa bandeira, contra nossa língua, contra nosso compromisso nacionalista, contra nossas crenças cristãs ou contra nosso estilo de vida.
Convidamos você a tirar proveito de outra de nossas grandes liberdades Australianas, que é “O DIREITO DE IR EMBORA”. Se você não está contente aqui, então VÁ EMBORA. Não fomos nós a obrigar você a vir aqui; foi você que pediu para emigrar para cá. De modo que está na hora de aceitar o País que acolheu você”.

Quem sabe se, enviando este texto de uns para os outros entre nós,
chegaremos a encontrar a coragem para começar a dizer as mesmas
verdades.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Olá Irmãos!!

Temos um blog para nos comunicar.
Vamos tentar fazer dele nosso meio de comunicação diário?
Creio que vale a pena tentar. Se der certo vamos em frente. Se não der tentamos de outra forma.

TF Abraço
Ir. Arcino