quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O EVANGELHO ESOTÉRICO DE SÃO JOÃO







Interpretação Livre: Ir. José Arcino Silva

















Batista ou Evangelista ?
Esboço feito de acordo com um ícone do século XVI - Catedral de Heráclion (Creta)

INTRODUÇÃO-

Não existe maneira rápida ou fácil de aprendermos a arte do simbolismo.
É necessário um constante e perseverante estudo e a conseqüente meditação, para que consigamos adquirir conhecimentos do que é esotérico.

- As diferenças entre o Esotérico e o Exotérico.

Esoterismo é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido oculto. O esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a um restrito número de discípulos escolhidos.
Segundo Blavatsky, criadora da moderna Teosofia, o termo "esotérico" refere-se ao que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Designa o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo Blavatsky, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade".
MATEUS 7:6
Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.

- As formas de entendermos os ensinamentos:

1- Material- As coisas são o que parecem ser. É preciso "VER PRA CRER".

2- Conciencial- Nos conscientizamos que as coisas não são exatamente o que aparentam. É O DESPERTAR.

3-Espiritual (Cósmico) - Há um processo evolutivo entre a vida e o cosmo. É preciso "CRER PRA VER"

Quando em nosso ritual se diz que São João é “ o nosso padroeiro”, mesmo após se propagar a universalidade da maçonaria, há que se questionar quem é esse São João? O Batista? O Evangelista?
Alguns “sábios” maçons já concluíram definitivamente que tratar-se de São João Esmoler.
Mas quem é este?
Segundo a Whikypedia:
Nasceu em Amathus (Antigo Limasol), em Chipre em 550 DC.
João, filho de um nobre de nome Epiphanius, governador de Chipre casou-se ainda muito novo, mas quando sua esposa e seus dois filhos morreram (provavelmente da peste -seria varíola ) ele entrou para a vida religiosa, deu seus bens para os pobres e ficou famoso pela sua santidade e caridade. Quando João tinha 50 anos e ainda um leigo ele foi escolhido Patriarca de Alexandria pelo seu irmão adotivo Nicetas, que havia ajudado o Imperador Heraclius a subir ao poder. João, o esmoler é o padroeiro da Ordem de São João em Jerusalém mais tarde convertida na Ordem dos Cavaleiros de Malta.

O Ir. Waldemar M. Bueno de Oliveira
Contato: 11- 9763.3957 da ARLS. União e Lealdade-547 - GLESP-Ritual de Emulação - Oriente de Osasco - SP. Brasil afirma categoricamente em um artigo publicado na Internet que:
´Primeiramente, cumpre observar que a maçonaria não tem dois padroeiros, ou melhor, três santos, São João da Escócia e São João Esmoler e São João de Jerusalém. É só São João da Escócia. São João Esmoler e São de Jerusalém, são os mesmos. Tomou este outro nome pelo fato de ter ido àquela cidade (Jerusalém) e ali ter realizado grande trabalho filantrópico em apoio aos peregrinos, como veremos mais adiante. Só por esse lapso de informação podemos avaliar a ignorância de muitos sobre o assunto.´
“O Santo que a Maçonaria adotou como patrono, não é São João Batista, nem São João Evangelista, pois nenhum deles tem relação alguma com a instituição filantrópica da Maçonaria. É de crer, e essa é a opinião dos irmãos mais filósofos e mais conhecedores, que o verdadeiro patrono é São João Esmoler, filho do rei de Chipre, que, no tempo das cruzadas, abandonou sua pátria, renunciou à esperança de ocupar um trono e foi a Jerusalém dar os mais generosos socorros aos peregrinos e aos cavaleiros. “

Ora meus irmãos, São João Esmoler jamais saiu da ilha de Chipre, praticou filantropia sim, mas nunca viu nem em desenhos Jerusalém, e no período em que viveu, nunca deu apoio aos cruzados, pois existe um lapso de tempo entre os dois de cerca de 600 anos.

O que queremos mostrar, não provar, é quem é o verdadeiro São João, o nosso padroeiro.

Padroeiro - Aquele que vela, protege, guarda e ilumina. Principalmente: ILUMINA!

- Os Evangelhos

•O numero de evangelhos foi fixado em quatro apenas no final do século II.
•Os Gnósticos tinham outros evangelhos.
•Quanto aos 4 Evangelhos adotados, três foram escritos em grego e um em aramaico, o de Mateus. Entre os em grego, um merece particular atenção: o atribuído a João, o apóstolo, o único dos quatro evangelista que conheceu Jesus Cristo e que ouviu suas confidências e recebeu seus ensinamentos, pois era o discípulo preferido.


• O Evangelho de João é o evangelho dos iniciados.

• São os dezoitos primeiros versículos desse Evangelho que os sacerdotes, representando o iniciado, liam somente para si, no final da missa, depois de ter despedido os assistentes, até antes do Concilio Vaticano II.
• Sempre se pensou que se ocultam sentidos secretos por trás das narrativas e das lendas antigas.
• Cristo falava ao povo por parábolas, cujo sentido explicava a seus discípulos.
• “Kryst”, em egípcio, é “o possuidor do segredo”.
• Existe portanto um segredo, e somos convidados a desvendá-lo.
• “Sondai as Escrituras, porque elas dão testemunho de Mim” (João V,39)

- A ORIGEM HELÊNICA DO CRISTIANISMO

• É comum considerar que a origem do cristianismo é judaica. Três dos evangelistas fazem freqüentes alusões aos textos da Bíblia mosaica ( Antigo Testamento), esforçando-se por meios de genealogias, aliás diferentes, por fazer Jesus um descendente de Davi, por José.
• O Evangelho de João é uma exceção, foi escrito em grego e contém raras alusões a Bíblia antiga.
• Cristo devia falar grego. No cap. VII, 35 de João, os judeus se mostram preocupados por vê-lo ir ensinar aos gregos.
• Por outro lado, o grego foi usado durante os primeiros séculos para pregar o Evangelho e para os cultos.
• O Latim só foi introduzido depois que São Gerônimo escreveu a Vulgata (fins do sec. V).
• O cristianismo está carregado de filosofia grega.
• O 4o. Evangelho, obra de espírito grego, todo impregnado de neoplatonismo, vem a propósito para restituir à cristandade o ideal.
• Lutero declarava que o Ev. de São João era o Ev. por excelência, o Ev. único, inédito. Poderia dispensar os outros.

-O EVANGELHO DE JOÃO

• Em vez de começar, como Lucas, pelo nascimento de João Batista, ou da natividade de Jesus, como Mateus, o Ev. de João começa como Marcos, no batismo no Jordão e silencia a respeito da vida de Jesus durante seus primeiros anos.
• O Ev. de João estabelece a existência, em nós, da energia vital que nos vem do demiurgo, que conhece todos os nossos pensamentos, pois ele vive em nós.
• Importa considerar que devemos atribuir tanta importância ao que este Ev. não contém como ao que ele contém.
• Ele mostra-nos Cristo repetindo por diversas vezes que ele é o enviado de Deus, de quem faz a vontade e com o qual está em contínua relação. Ele vem ao mundo para trazer aos homens um mandamento novo:
• AMAI-VOS UNS AOS OUTROS (J.,XIII,34)


- O PRÓLOGO

• Chama-se Prólogo do 4o. Ev. os dezoitos primeiros versículos.
• Ei-los:
• No princípio era o Verbo (o Logos, a Palavra), e o verbo estava junto a Deus ( O Theos) e o verbo era Deus (Theos)
• Ele estava no princípio junto a Deus
• Por meio dele tudo apareceu, e sem ele nada apareceu do que apareceu;
• Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
• E a luz brilha nas trevas, e as trevas não o detiveram;
• Apareceu um homem enviado por Deus, seu nome era João;
• Ele veio em testemunho, para testemunhar a respeito da Luz, a fim de que todos cressem por ele;
• Ele não era a Luz, mas devia testemunhar a respeito da Luz
• A Luz, a verdadeira, que ilumina todo homem, vinha ao mundo;
• Ele estava no mundo, e por ele o mundo apareceu, e o mundo não o conheceu;
• Ele veio para sua casa, e os seus não o acolheram
• Mas a todos aqueles que o receberam, ele deu o poder de se tornarem filhos de Deus, àqueles que acreditavam em seu Nome;
• Que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus;
• E o verbo se tornou carne, e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória como a que recebe de seu Pai um filho único, cheio de graça e de verdade;
• João testemunha a seu respeito e exclama: “ Ele era aquele de quem eu disse: “Aquele que vem depois de mim passou diante de mim, porque antes de mim ele já existia.”
• Porque nós todos recebemos de sua plenitude, e graça após graça;
• Porque a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo;
• Deus, ninguém jamais o viu; um Deus, Filho único que está no meio do Pai, este o fez conhecer.
*Tradução do cônego Émile Osty

Este prólogo contém os principais elementos da gnose joanita cristã e são a síntese da busca da perfeição tão propagada na maçonaria.

• Um primeiro ensinamento, de considerável importância, se deduz dele:
• O Logos, O Cristo, criador de nosso sistema solar, não é o Deus universal, o Deus todo poderoso, o Deus dos filósofos, o G.A.D.U., mas o Deus das religiões solares, o demiurgo intermediário entre o Homem e Deus.
• O Demiurgo é o criador do Mundo inferior (ou material).
• Isso resulta da distinção, feita no prólogo, entre o Deus supremo, designado por Théos (o Deus) e o Logos, que é apenas théos (um deus).
• Entre os gregos, chamavam-se deuses os seres que haviam alcançado um alto grau de espiritualidade.
• Deméter era a mãe dos deuses, dos iniciados, e. no final dos Versos de Ouro, Pitágoras nos diz que podemos nos tornar deuses.
• Por todo 4o. Ev., Cristo não cessa de proclamar que ele só faz cumprir a vontade de Deus.
• Foi o Concílio de Nicéia que em 325, proclamou a divindade de Cristo.
• A doutrina do Logos é a idéia central do 4o. Ev.
• Encontramo-la desenvolvida em Filón, o judeu helenizante: Filón havia compreendido que existe um segundo deus intermediário entre o Homem e o Deus superior.
• É este segundo deus, que corresponde ao demiurgo de Platão, que ele dá o nome de Logos.
• Falando-nos do Verbo, o Prólogo também faz alusão a antiga ciência sagrada, a hierologia ( entre os judeus a Kabbala). A ciência do Verbo é um dos meios de acesso ao conhecimento das manifestações do demiurgo.
• A doutrina do Verbo criador existia entre os egípcios e é lá, sem dúvidas, que Moisés a foi encontrar, quando ele diz que a luz foi criada por estas simples palavras de Deus: FAÇA-SE A LUZ.
• Por outro lado, é importante lembrar que as duas consoantes da palavra Logos em grego se parecem com o compasso (o lambda – Λ ) e o esquadro ( o gama – Γ ).


- O QUE É O VERBO?

• A linguagem comporta o uso de substantivos, adjetivos e verbos.
• Existe ai uma manifestação trinitária da força que rege tudo no mundo.
• O Verbo caracteriza a ação criadora que utiliza a substância, o Pai e a qualidade, o Espírito.
• Por outro lado, existe um verbo-princípio: é o verbo ser, que caracteriza essencialmente a existência, ele está contido em todos os outros verbos. Com efeito, dizer: ando, equivale a dizer: estou andando.
• Falando-se de Deus, pode-se dizer apenas: ELE É!
• Daí a expressão: EU SOU AQUELE QUE SOU. ( Êxodo III,14)

- FILHO DE DEUS E FILHO DO HOMEM

• No cap. X, 34, vemos os judeus criticando Cristo por se fazer Deus.
• Ele lhes responde: “Não está escrito em vossas leis: todos vós sois deuses?”
• No Prólogo, vers. 12, está dito que aqueles que acreditaram no Cristo têm o direito de ser feitos filhos de Deus.
• Deduz-se daí que a expressão Filho de Deus, não tem caráter exclusivo para o Cristo.
• E por que Filho do Homem?
• É porque Cristo foi ele próprio um homem.
• Trata-se de um problema de dupla natureza. Antes de se tornar um demiurgo, um criador, ele era apenas uma criatura privilegiada.
• Pitágoras já afirmara: “Reflete sobre cada coisa, tomando por condutor a excelente inteligência do alto. E se, depois de teres abandonado o teu corpo, chegares ao éter livre, serás deus imortal,”


- A PERSONALIDADE DE JOÃO

• Os dois santos de nome João, esotéricamente, são um, esse é o motivo pelo qual a basílica de São João de Latrão, é consagrada a ambos. ( Ver Fig. Inicial)
• João Batista precedeu o Cristo; quando ele desaparece, João, o evangelista, aparece e se torna o discípulo preferido, aquele que, por ocasião da última ceia, se recostou ao peito do Senhor e recebeu os seus ensinamentos secretos.
• Segundo Herodes, Jesus seria a reencarnação de João Batista. Mas como a doutrina do Cristo será divulgada por João, o evangelista, e como este era discípulo do Batista, vemos que João Batista, Jesus Cristo, e João Evangelista, formam uma tríade muito significativa.

- A PERSONALIDADE DE JESUS

• Quem era então esse Jesus, cujo corpo foi tomado por empréstimo durante três anos ( o tempo das iniciações) pelo demiurgo solar?
• Se João não fala em Jesus, não o faz por ignorância, mas, para ele Jesus é apenas o filho de José.
• No cap.I, 45, “É Jesus, filho de José, de Nazaré”
• Nada se sabe de preciso sobre a juventude de Jesus. As genealogias de Mateus e Lucas, que procuram fazer de José um descendente de Davi, não estão de acordo, o que aliás não tem importância alguma, se levarmos em conta que ele não é seu pai.
• Ao omitir o nascimento e a juventude de Jesus, João presta melhor esclarecimento que os outros evangelistas, pois para ele o que importa é a partir do momento da incorporação do Cristo.

- OS ESSÊNIOS

• Se não existe nenhuma demonstração que prove que Jesus estava ligado à seita dos essênios, há fortes motivos para se pensar nisso.
• Jesus era nazareno e o nazareato era um alto grau conferido entre os essênios, aos que tivessem atingido altos graus de conhecimento.
• Os nazarenos eram uma espécie de confraria composta de adeptos que tinham regras particulares de vida. Nazir=Mestre.
• O batismo era um rito essênio.
• Entre os essênios acreditava-se que os corpos eram perecíveis mas que as almas eram imperecíveis. Os judeus não.
• Disseminados pela Palestina, em pequenos grupos, tratavam-se com fraternidade. Vemos Cristo e seus discípulos viajando pelas cidades, como os essênios.
• Sua iniciação durava três anos. Tempo de Cristo sobre a terra.
• É provável que Batista foi chefe de uma comunidade e que Jesus se ligou a estes pelo batismo

- O Batismo

• O 4o. Ev. Começa pelo batismo de Jesus.
• Na igreja primitiva, como entre os essênios, o batismo representava a purificação necessária para ser admitido na comunidade.
• Em J,I,33, mencionam-se dois batismo; o batismo pela água, praticado por J. Batista; e o batismo pelo Espírito Santo, que toma o lugar do primeiro, praticado por Cristo.
• Segundo alguns, a interpretação é que: Neste exato momento o espírito do Cristo se incorporou no organismo de Jesus.
• Isto talvez explique o silêncio do 4o. Ev sobre a juventude de Jesus.
• Mateus, cap. XIII, descreve o espanto dos escribas e sacerdotes judeus a ouvir as palavras e constatar os milagres de Cristo.
• “De onde vem esta transformação? Não é ele o filho de José?”
• “Ao saber disso, os seus saíram para se apoderarem dele; porque diziam: Ele está fora de si!” (Marc, III, 21)

- AS BODAS DE CANAÃ ( J, II, 1 a 11)

• Contrariamente aos sinóticos (aqueles que fazem a síntese –narra os fatos na ordem que ocorreram), o 4o. Ev. Nos diz que, três dias depois deste batismo, Cristo assistiu as bodas de Canaã, de que os outros evangelhos não falam.
• Este fato é de uma importância capital, Cristo acaba de se incorporar em Jesus e assiste, não se sabe por que, as bodas de Canaã.
• Maria que não via o filho há algum tempo, não se apercebeu da mudança ocorrida e mostra-lhe que falta vinho.
• Cristo lhe responde: “Mulher, o que há de comum entre mim e ti?”
• Note-se que João escreveu: “A mãe de Jesus estava lá.” Ele não diz a mãe de Cristo.
• Talvez pelo simbolismo, a transformação da água em vinho, seria apenas simbólica, a água representaria a antiga aliança, e o vinho a Nova, que Cristo veio colocar no lugar da antiga.
• Maria ainda está ligada ao antigo regime.
• essa passagem do 4o. Ev. tem outra finalidade: a de mostrar que Maria é apenas mãe de Jesus.
• Somente no Concílio de Éfaso em 431 lhe foi conferido o título de Mãe de Deus.
• A devoção por Maria é explicada pela necessidade de se dirigir ao aspecto feminino de Deus. No Ev. Joanita, Cristo só fala no Pai.
• Maria reúne os caracteres de Ísis: segura uma criança nos braços; de Diana: tem uma lua crescente sob os pés; de Atenas: está acompanhada de uma serpente e é virgem.
• Há três modos de se considerar a divindade feminina: a dos gregos, com a mãe dos deuses ou dos iniciados; a dos hindus, como a Mãe-Deus, isto é, com o aspecto feminino de Brahma; e dos cristãos, como o da Mãe de Deus.

- A NATUREZA DE CRISTO

• Enquanto os três Ev. Sinóticos fazem do Cristo o Messias esperado por judeus, João fala-nos do Logos encarnado sobre a terra, um intermediário entre o homem e Deus.
• Cristo não é o Messias esperado pelos judeus -
• a tentativa de dois dos evangelistas de fazerem Cristo descendente de Davi cai por terra numa análise mais apurada.
• O Messias deveria dar aos judeus o domínio do mundo, Cristo não o fez.
• Cristo não é o Deus supremo-
• “O Filho nada pode fazer por si mesmo, mas apenas o que vê o pai fazer, porque o filho faz aquilo que ele faz” ( J, V,19)
• “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar sua obra” (J,IV,34)
• “Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. Eu por mim, nada posso fazer... Eu não busco a minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou”(J,V, 23 a30)
• Cristo é o nosso Deus solar-
• Esta compreensão de que Cristo falava do nosso sistema planetário, e não do universo era incompreensiva para os judeus de então, que faziam da Terra o centro do Cosmo de acordo com o Gênesis.
• Em grego, o theta maiúsculo ( θ ), letra essencial da palavra Théos, é um círculo com um ponto central, o que é o símbolo astronômico do sol e que já o representavam assim entre os egípcios.
• João nos diz que Cristo é a luz e a vida, ambas originárias do sol.
• Cristo declara que ele é o pão descido do céu; que o pão é seu corpo e o vinho seu sangue. Trata-se, com efeito, dos raios solares materializados.


- LÚCIFER

• Na tradição judeu-cristã, Satanás, que encarna o mal, é considerado o anjo decaído. Seu nome teria sido Lúcifer.
• A palavra Lúcifer significa o portador da luz ( phósphoro em grego )
• Vênus a estrela mais brilhante do céu ( na verdade um planeta), recebeu o nome de Lucífera quando precede o nascer do sol e véspera quando aparece depois do por do sol. Da mesma forma João Batista, precedeu a vinda do Cristo solar e João o Apóstolo, sobreviveu a ele.
• A maçonaria joanita ( adoniranita ) adotou este aspecto místico, e passou a ser considerada como adoradora de satã.

• A CEIA

• Cristo ao compartilhar o pão com seus discípulos, criava o rito do companherismo, que é, sem dúvida, o ancestral da maçonaria.
• A palavra companheiro significa na verdade : o que compartilha o pão.
• Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (J,VI,,56)
• Nestas palavras está todo o ensinamento, o do mistério do cristianismo, exposto por símbolos, por João: por um lado, ele contém: o conhecimento e por outro lado : o amor.
• A ceia é um banquete de iniciados.
• É que, o pão que se partilha simboliza o Amor; e o vinho simboliza o Conhecimento.


CONCLUSÕES

- DEUS É ESPÍRITO

• O que faz a grandeza do ser humano, o que o une a Deus é, a existência nele, do espírito.
• São Paulo escreveu: “Vós sois o Templo de Deus e Seu Espírito habita em vós.”
• São Paulo especificou muito bem que existem três princípios: o Espírito, a alma e o corpo.
• Dizendo-nos que Deus é Espírito, que Ele é o Espírito, João nos transmite o ensinamento de que o Espírito é o ponto de partida e de chegada da evolução humana.
• Os animais não tem o Espírito, representado pela Vontade, tem só o animus, que vem do demiurgo, enquanto o ser humano, por seus gritos e exigências manifesta sua Vontade desde que nasce.
• Porque Deus é Espírito, Ele é a Vontade suprema: Que vossa vontade seja feita assim na terra como no céu.

- AS APARIÇÕES DE CRISTO DEPOIS DA MORTE DE JESUS

• As aparições de Cristo confirmam a utilização do organismo de Jesus pelo Cristo. Com efeito, é sob outra aparência que ele se mostra a Maria Madalena. Ela pergunta a um homem, que toma por jardineiro, onde está o corpo de Jesus: logo em seguida ela percebe que se trata do próprio Cristo. Mas ele diz: “Não me toques.”( J, XX, 17 ).
• Por que Cristo a proíbe de tocá-lo, senão porque se revestia de uma aparência corporal sem consistência material?
• Segundo Marcos, Cristo caminha com dois peregrinos que o haviam conhecido. Eles só o reconhecem no momento que Cristo corta o pão. Ele novamente não tinha a aparência de Jesus.
• De acordo com o 4º Ev. Cristo se mostra aos discípulos a margem do lago Tiberíades e eles também não o reconhecem. E é João quem lhes diz: “É o Senhor.”( J,XXI, 7)

- POR QUE CRISTO SE ENCARNOU NA TERRA?

• A idéia de que Cristo veio a terra para nos redimir do pecado original é uma concepção judaica, que passou para o cristianismo, porque na realidade o paraíso perdido é a aliança perdida ( em grego a palavra paradosis significa tradição ).
• Cristo não veio para apagar os pecados do mundo, mas para dar a vida e para que os que crêem nele não pereçam, mas tenham a vida eterna. ( J, III, 15 a 17 ).
• O motivo da encarnação do Logos solar nos é proposto pela doutrina hindu. Com efeito, Vichnou, correspondente de Cristo, encarna-se sobre a terra, todas as vezes que se faz sentir a necessidade de levar de volta os homens ao caminho do bem.
• O Deus solar havia sido objeto do culto dos homens desde o início das civilizações. Porém, a existência do Deus supremo, universal era ignorada.
• Pitágoras ensinou a existência do Deus supremo e construiu um templo em Atenas ao “Deus desconhecido”, o povo não entendeu.

– Portanto Cristo veio para o meio dos homens para:

• Trazer uma mensagem de amor e lembrar-nos a existência desse Deus que havia sido esquecido.
• Ensinar uma moral, superior à moral dos judeus e dos gregos: a igualdade de todos os homens, a fraternidade universal, o perdão das ofensas, a unidade de Deus.
• Trazer um conhecimento religioso, uma gnose.
• Instaurar um rito de fraternidade com a partilha do pão e do vinho.
• Nos ensinar a rezar em todos os lugares, e não em lugares pré-determinados.

– MANDAMENTO NOVO DE JOÃO

• “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. “( J, XIII,34)
• E acrescenta, versículo 35: “É por isso que todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
• A Igreja de Pedro é a igreja exotérica, endereçada as multidões, a Igreja de João é a Igreja esotérica, cujos ensinamentos são reservados aos chefes, aos líderes, aos cordeiros que marcham a frente do rebanho, aos iniciados. ( Note-se que a basílica de São Pedro, em Roma, tem o presbítero voltado para oeste, dando as costas para donde vem a luz).

- A GNOSE JOANITA

• O joanismo reaproxima o Homem de Deus e faz dele um deus, como ensinava Pitágoras. Com efeito, o Logos leva o neófito, passo a passo, até o Conhecimento superior e ao Amor pela Beleza. Reunindo assim, a matéria a força, o Homem ao Conhecimento, a Sabedoria e ao Amor, a Beleza o misto de que pode edificar o Templo, do qual ele é, ao mesmo tempo, o fiel e oficiante.
• A suprema Beleza é o Amor, o ágape; o Conhecimento é a gnosi. Reunindo a gnosi e o ágape, constitui a Sabedoria (Sophia).
• Os Templários e os cátaros estavam ligados à Igreja de João; a doutrina do Templo.
• O esoterismo cristão foi conservado, em sua tradição mais pura, pelos irmãos de São João, que se propagaram por toda a Europa, e se perpetuou, no mais absoluto segredo, a sombra dos claustros, por um método de meditação e de iniciação baseado no 4º Evangelho.


Quem for capaz de compreender, que compreenda, porque em tudo isso há muito mais do que encerra a nossa vã filosofia - como diz Hamlet.

Portanto irmãos quem será nosso padroeiro?
O santo filantrópico - São João Esmoler ?
O santo da iniciação pelo batismo – São João Batista?
Ou o santo propagador e divulgador da nova gnose – São João Evangelista?

Sois livre pensador, pesquisem para concluir.

Este trabalho é baseado no livro de : PAUL LE COUR
O Evangelho Esotérico de São João
Editora Pensamento


Certamente estais a questionar - mas e onde esta a universalidade?
Isto é assunto para um novo trabalho.

Que a paz reine em nossas colunas!