sexta-feira, 16 de julho de 2010

COMPLEMENTO A 5° INSTRUÇÃO DO GRAU DE APRENDIZ

A FILOSOFIA PITAGÓRICA
“A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos, isto é, o universo, que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito na linguagem matemática.” Galileu Galilei
INTRODUÇÃO
A Quinta instrução do aprendiz nos faz refletir e entender a simbologia e a ciência que existe por trás dos números.
Desde a mais remota antigüidade os números vêm sendo utilizados para medir extensões e quantidades, dar forma inteligível a símbolos mitológicos e religiosos, fundamentar conceitos filosóficos, matemáticos, metafísicos e místicos e, ainda, estruturar as relações que regulam o ritmo e a harmonia da música, a métrica ou o ritmo dos versos.
Nas escolas iniciáticas o número antecede a raiz do Universo manifestado. Entender os números sem conhecer a filosofia pitagórica é a nosso ver querer conhecer a vida sem viver.
Pitágoras foi um filósofo e matemático grego que nasceu em Samos entre cerca de 592 e 570 a.C. (contemporaneo de Buda, Zaratustra, Confuncio e Lao Tsé) e morreu em Metaponto entre cerca de 510 e 480 a.C. Porém sua Escola continuou após sua morte tendo sido destruida quando do massacre de Metaponto alguns anos depois.
Pitágoras foi o fundador de uma escola de pensamento grega denominada em sua homenagem de pitagórica.
Havia, para os escolhidos, um grau de Noviciado e uma iniciação de grau de Aprendiz, este grau de preparação durava cinco anos ( Pitágoras era extremamente difícil na admissão de novatos, dizia: Nem toda madeira serve para esculpir um Mercúrio.), seguindo-se depois o grau de Purificação, que corresponde ao Companheiro maçônico e finalmente o de teleiôtes (de telos=fim) que era o de Mestre, ao qual eram reveladas as primeiras e últimas causas das coisas.
Nos ateremos aqui a explanar o Grau de Aprendiz da Escola Pitagóriga, que era chamado em grego de Paraskeiê ou Preparação.
O símbolo utilizado pela escola era o pentagrama, que, como descobriu Pitágoras, possui algumas propriedades interessantes.
Um pentagrama é obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular; pelas intersecções dos segmentos desta diagonal, é obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original exatamente pela razão áurea. (Phi)
Além de grandes místicos, os pitagóricos eram grandes matemáticos. Eles descobriram propriedades interessantes e curiosas sobre os números.
A filosofia pitagórica tinha por base um sistema numérico quaternario ( existem sistemas decimal, binário, hexadecadico, etc).
Aos noviços, ensinava-se que os números continham os segredos das coisas, assim como a música, e Deus era a harmonia universal.
Os sete modos sagrados, construidos sobre as sete notas musicais, correspondem as sete cores básicas da luz, aos sete planetas e aos sete modos de existência da vida.
Pitágoras chamava Um ao primeiro concerto de harmonia, o Fogo viril, que a tudo trespassa, o Espírito que se move por si mesmo, o indivisível o grande não manifestado. A estrela semente, com sua frequencia de viabração única de onde emergiu a luz, a natureza, o universo vibrante na mesma frequencia, e do qual, o homem caiu quando usando do livre arbítrio, foi expulso do paraiso e esqueceu ao longo de sua peregrinação a frequencia da vibração criadora. Esta busca pela frequencia perdida com a qual ele poderia voltar em harmonia com a natureza e em ressonância com a estrela semente, fazendo-o tornar-se um igual ao criador, é o que chamamos a busca pela perfeição.
Em seu sistema numérico os números básicos eram assim definidos:
Um – simbolo o ponto – unico indivisível, o principio de tudo. Representa Deus.
Dois – simbolo a reta – era a explosão ( BIG BANG) do ponto em todas as direções, a extensão de Deus: Representa a Natureza.
Três – simbolo o plano (representado pelo triangulo) – era a expanção da natureza ( e da reta) : Representa o Homem
Quatro – simbolo o universo tridimensional (representado pelo tetraedro) – era a extenção do Homem: Representa a Perfeição.
Pitágoras levava muito mais longe a ciência dos números, definindo para cada um deles uma lei, um princípio, uma força ativa do universo. Alertava contudo que os pricipios essenciais se continham nos quatro primeiros, pois que, em os adicionando ou multiplicando, se encontram todos os outros. É assim que a variedade infinita dos seres que compõem o universo, é produzida pelas combinações de tres forças primordiais: matéria, alma e espírito. O espírito ou o intelecto tinha de Deus a sua natureza imortal. O corpo (a matéria) a sua parte mortal divisível e passiva. E a alma apesar de estar estreitamente ligada ao espírito era formada dum terceiro elemento que provém do fluido cósmico. A alma assemelha-se a um corpo etéreo, que o espírito cria e constrói de si mesmo. Sem este corpo etéreo, não podia o corpo material ser ativo. Este conceito levava a acreditar na transmigração da alma por varios estágios de vida até o espírito encontrar a frequencia perdida. (Transmigração é uma doutrina filosófica de origem indiana, transportada para o Egito, de onde mais tarde Pitágoras a importou para a Grécia. Os discípulos desse filósofo ensinavam ser possível uma mesma alma, depois de uma período mais ou menos longo no império dos mortos, voltar a animar outros corpos de homens ou de animais, até que transcorra o tempo de sua purificação e possa retornar à fonte da vida. Como se constata, há uma diferença capital entre a metempsicose e a doutrina da reencarnação: em primeiro lugar, a metempsicose admite a transmigração da alma para o corpo de animais, o que seria, para os Espíritas Kardecistas, uma degradação; em segundo lugar, esta transmigração não se opera senão na Terra. Os Espíritas lecionam o contrário, que a reencarnação é um progresso constante, que o homem é um ser cuja alma nada tem de comum com a dos animais, que as diferentes existências podem realizar-se, quer na Terra, quer, por uma lei progressiva, em mundos de ordem superior, até que se torne Espírito purificado.)
A partir desta base numérica quaternária a filosofia pitagórica levava a infinitas interpretações.
Eis algumas:
O dez era um número sagrado, pois continha toda somatória da gnose (1+2+3+4=10).
A perfeição- o 4- mutlipicado pelo sagrado- o 10- levava o ser ao estado de perfeição -40- ou como conhecemos a quarentena. ( E Cristo vagou quarenta dias no deserto para seu auto conhecimento...).
O 7 era o número dos adeptos (3+4=7) ou seja a união do Homem mais a perfeição, era o número dos Grandes iniciados ( Qtos anos tendes?) como se exprimia a realização completa de todas as coisas por sete graus, representava a lei da evolução. Por outro lado, muito depois houve quem mistificou este número como sendo o número da imperfeição, pois representava a adição do homem com a perfeição, porém sem Deus.
E outras conclusões.
Os pitagóricos estudaram e demonstraram várias propriedades dos números figurados. Entre estes o mais importante era o número triangular 10, chamado pelos pitagóricos de tetraktys, tétrada em português. Este número era visto como um número místico uma vez que continha os quatro elementos fogo, água, ar e terra: 10=1 + 2 + 3 + 4, e servia de representação para a completude do todo.

α
α α
α α α
α α α α
A tétrada, que os pitagóricos desenhavam com um α em cima, dois abaixo deste, depois três e por fim quatro na base, era um dos símbolos principais do seu conhecimento avançado das realidades teóricas. Representação toda perfeita em si de qualquer um dos lados que se observe.
Números Perfeitos – são aqueles cuja soma dos divisores com exceção dele mesmo, é o próprio número. Exemplos:
1. Os divisores de 6 são: 1,2,3 e 6. Então, 1 + 2 + 3 = 6.
2. Os divisores de 28 são: 1,2,4,7,14 e 28. Então, 1 + 2 + 4 + 7 + 14 = 28.
Este a nosso ver é o número (quantidade) perfeito dos membros de uma Loja.

Teorema de Pitágoras


Uma das formas de demonstrar o Teorema de Pitágoras.
Um problema não solucionado na época de Pitágoras era determinar as relações entre os lados de um triângulo retângulo. Pitágoras provou que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
A Escola Pitagórica ensejou forte influência na poderosa verbalização de Euclides, Arquimedes e Platão, na antiga era cristã, na Idade Média, na Renascença e até em nossos dias com o Neopitagorismo.
Pensamentos de Pitágoras
1. Educai as crianças e não será preciso punir os homens.
2. Não é livre quem não obteve domínio sobre si.
3. Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo.
4. O que fala semeia; o que escuta recolhe.
5. Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues.
6. Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem.
7. Todas as coisas são números.
8. A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus.
9. A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus.
10. A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e sai-se.
11. A sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la ou amá-la tornando-se filósofos.
12. Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las
Importância de Pitágoras para o Direito
Pitágoras foi o primeiro filósofo a criar uma definição que quantificava o objetivo final do Direito: a Justiça. Ele definiu que um ato justo seria a chamada "justiça aritmética", na qual cada indivíduo deveria receber uma punição ou ganho quantitativamente igual ao ato cometido. Tal argumento foi refutado por Aristóteles, pois ele acreditava em uma justiça geométrica, na qual cada indivíduo receberia uma punição ou ganho qualitativamente, ou proporcionalmente, ao ato cometido; ou seja, ser desigual para com os desiguais a fim de que estes sejam igualados com o resto da sociedade. (Isto daria um belissimo trabalho, sugiro-o aos irmãos Advogados).
"Todas as coisas são números". (Pitágoras)
Pitágoras teria chegado à concepção de que todas as coisas são números através inclusive de uma observação no campo musical: verificou no monocórdio que o som produzido varia de acordo com a extensão da corda sonora. Ou seja, descobriu que há uma dependência do som em relação à extensão, da música, (tão importante como propiciadora de vivências religiosas estáticas) em relação à matemática. – Aqui explanar sobre frequência, Frequência de vibração perdida (palavra perdida).
Pitágoras, na sua linguagem dos números, designava Deus pelo número 1 e a Matéria pelo 2; exprimia o Universo pelo número 12. A instituição do Zodíaco com seus 12 signos é a demonstração cabal deste conhecimento.
O filósofo considerava o Homem um Universo em escala reduzida e, no Universo, ele via um grande Homem. Ele chamou-lhes respectivamente Microcosmos e Macrocosmos. Assim, o Homem como uma célula contida no Todo, seria um reflexo do ternário universal constituído de Corpo, Alma e Espírito.
Alguns exemplos da matemática pitagórica:
Para calcular uma potência basta multiplicar a base o número de vezes do expoente, ou seja, por exemplo 2^2 = 2 * 2 = 4
Mas Pitágoras arranjou outra regra para calcular as potências, baseando-se na soma de números ímpares.
- O primeiro número ímpar é o 1 então: 1^2 = 1
- Os primeiros dois números ímpares são o 1 e 3, então: 2^2 = 1 + 3
- Os primeiros três números ímpares são o 1, 3 e 5, então: 3^2 = 1 + 3 +5
- Se pretendêssemos calcular 9^2 então 9^2 =1+3 +5+7+9+11+13+15+17= 81, isto é, 9^2 é igual á soma dos primeiros 9 números ímpares.
Os pitagóricos começaram a atribuir qualidades muito curiosas aos números.
Para eles, os números pares, eram considerados femininos e os ímpares , com exceção do número 1, eram masculinos.
O número 1 era o gerador de todos os outros números. No princípio era o ponto. O indivisível.

O número 5, era o símbolo do casamento, pois é a soma do primeiro número feminino, o 2, com o primeiro número masculino, o 3.
Amizade entre os números
Os pitagóricos classificavam como ``números amigos'' aqueles cuja a soma dos divisores próprios resultassem um no outro. Por exemplo, os divisores próprios de 220 são: 1, 2, 4, 5, 10, 11, 20, 22, 44, 55 e 110. A soma deles é 1 + 2 + 4 + 5 + 10 + 11 + 20 + 22 + 44 + 55 + 110 = 284. Os divisores próprios de 284 são: 1, 2, 4, 71 e 142. Somando estes números 1 + 2 + 4 + 71 + 142 = 220. Assim 220 e 284 são números amigos.
Enquanto os pitagóricos estudavam os números para obter e aplicar conhecimento, a posteridade acreditou no poder do número escrito por si só. A mística matemática pitagórica virou superstição. Durante séculos, pares de amuletos com os números 220 e 284 eram guardados por amigos afim de atrair concórdia entre eles.
Os pitagóricos só legaram à posteridade o par de números amigos 220 e 284. Posteriormente outros matemáticos encontraram através de formulas empiricas os números 17.296 e 18.416. Muito depois, já com ajuda de maquinas foi encontrado um outro par de amigos: 9.363.584 e 9.437.056.
Com os computadores modernos, os matemáticos chegaram a listar todos os pares de números amigos menores do que 100.000.000.000.000. A lista obtida até 2007 de números amigos pode ser encontrada em endereço eletrônico.
Da amizade à perfeição
O conceito de amizade entre números levou os pitagóricos a conceberem o conceito de “número perfeito''. Número perfeito era aquele que é amigo de si mesmo. Em outras palavras, a soma dos divisores próprios de um número perfeito é ele mesmo.
Por exemplo, os divisores próprios de 6 são 1, 2 e 3, cuja a soma é 1+2+3=6. Assim 6 é um número perfeito.
O segundo número perfeito é o 28. Os divisores de 28 são 1, 2, 4, 7 e 14 e 1+2+4+7+14=28. É muito comum entre lojas maçônicas considerar este o número perfeito de obreiros de uma Loja.
O terceiro e quarto números perfeitos são respectivamente 496 e 8.128. Com o avanço da computação, a lista de números perfeitos cresce todos os dias. Há uma lista com os números perfeitos descobertos até 2006 em endereço eletrônico.
Conclusão
Infelizmente muitas pessoas sentem uma verdadeira aversão por matemática. Geralmente elas associam a matemática a fórmulas que elas nunca entenderam mas precisaram decorar para provas ou concursos.
É necessário resgatar o aspecto estético e poético no que é matemático. E talvez a divulgação das propriedades algébricas dos números seja uma das formas de fazer este resgate. A amizade está entre as propriedades mais fascinantes entre os números. E a amizade numérica acabou introduzindo para o leitor outros conceitos matemáticos: divisores, números primos, compostos e perfeitos.
Será que a raridade da amizade entre números se reflete entre os seres humanos ? Talvez sim ! Mas o mesmo pitagorismo que indica a dificuldade de encontrar amigos oferece a chave para superar a solidão. Um número pode ser amigo de si mesmo. O ser humano também pode ser seu próprio amigo. E assim como os números, talvez o homem encontre a perfeição no momento que vence seu lado autodestrutivo e torna-se amigo de si mesmo.
Só quem se encontra num particular estado de consciência e maturidade espiritual pode reconhecer interiormente determinada Verdade, compreendendo e tirando proveito das palavras que querem indicá-la ou revelá-la.
Todo homem sincero encontra, pois, na Maçonaria um Caminho de Progresso que se torna sempre mais efetivo na medida da sua boa vontade e perseverança, um progresso ao mesmo tempo intelectual e moral, adaptando-se perfeitamente seu ensinamento simbólico à compreensão de todas as inteligências, ainda que não lhes seja dado a todos penetrar no verdadeiro significado íntimo deste ensinamento.
Aos Irmãos Aprendizes declamo tão somente a estrofe a eles dedicada nos Versos de Ouro:
Aos Deuses imortais sagrado culto rende.
Resguarda o coração. Tua convicção defende.
Aos Sábios Mestres e aos heróis, presta um respeito fervoroso.
Aos demais Irmãos, Companheiros e Mestres declamo os ensinamentos finais destes mesmos versos:
Conhece-te a ti mesmo, e tu conhecerás o universo e os deuses...
Evita o que pertuba a mente e o que a alma esmaga,
Aprimora a razão, esmera os valores teus;
E transpondo, enfim, a prefulgente plaga
Tu, entre os mortais, serás também um Deus!
José Arcino Silva - 01/06/2010 = 10! Perfeição!!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

OS LANDMARKS

Introdução:
Os Dez Mandamentos são os Landmarks da sociedade judaica cristã que predomina aqui no ocidente, Eles não foram escritos, mas transcritos.
Antígona proclamou diante de Creonte a existência dessas leis não escritas porque estabelecidas pelos deuses, ao mesmo tempo, que a exalta sua superioridade sobre as leis positivas editadas pelos homens.
O antigo direito do Reino da França tinha as “leis fundamentais do Reino”, não escritas, irreformáveis, e sobre as quais Luis XIV, rei absoluto, declarava que os reis estavam na “feliz impossibilidade” de modificá-las.
A Constituição Britânica, modelo de equilíbrio entre os poderes, louvada por Montesquieu, permanece em parte não escrita e disso extrai a sua força. Esses exemplos bastam para mostrar que a consciência humana exige, postula acima das leis ordinárias a existência de uma categoria de superleis, que nenhum legislador poderia mudar, e que estão fora do seu alcance pela grande e constrangedora razão de que não são escritas.
(Nós, sábios brasileiros, precisamos escrever as clausulas pétreas em nossa Constituição de 88, sob o medo delas também serem alteradas.)
Nos primórdios, a Ordem Maçônica não possuía regras, normas escritas as chamadas leis.
O pensamento filosófico ia se formando oralmente, se consolidando e sendo transmitido por herança dos Mestres aos Discípulos, pois sempre existiu quem ensinasse e quem ouvisse e aprendesse. Toda tradição oral, no entanto, se sujeita a alterações e interpretações e somente com princípios básicos seguros é que essa filosofia de vida pôde subsistir e se manter até agora.
Se os Landmarks (etimologicamente, limites fronteiriços que delimitam um território e que, por isso, não poderiam ser deslocados sem sacrilégio – vide Deuterônimo, XXVII, 17 ) não foram escritos por nenhum legislador, não é menos verdade que, por mais que o historiador da Maçonaria busque as origens, ele encontra textos estabelecendo a sua existência, a sua realidade institucional.
Desde a era operativa, os Old Charges mencionam os principais deles: crença em Deus, respeito à lei moral, loja, masculinidade, segredo.
O poema do Regius ( mais antigo manuscrito da maçonaria de 1390) atribui-lhes uma forma didática.
Em 1723, a Franco-Maçonaria especulativa proclama nos Estatutos de Anderson, que citam as General Regulations de Payne: “Provided always that the old Landmarks be carefully preserved” (contanto que os antigos Landmarks sejam escrupulosamente respeitados). Para ser compreendida, essa passagem deve ser colocada em seu contexto: diz respeito aos poderes da Grande Loja. Essa última dispõe do poder legislativo, mas com a condição estrita de que os antigos Landmarks permaneçam intocáveis.
Há um artigo o de n.º 55 que autoriza até o Grão-Mestre a se recusar a colocar na Ordem do dia uma proposta que julgue ser contrária a eles (os Landmarks). Desde então, não houve qualquer autoridade doutrinal que não tenha confirmado esses princípios.Eles são fundamentais.
B. Jones “Freemason’s Guide and Compendium” (Guia e compêndio do Franco-Maçom) à página 334 cita esta definição de John W. Simons em seus “Principles of masonic jurisprudence” (Princípios de jurisprudência maçônica) como segue:
“São considerados Landmarks as regras de conduta que existem desde tempos imemoráveis, seja sob a forma de lei escrita ou não escrita, que são co-essenciais à Sociedade (maçônica), que na opinião da grande maioria, são imutáveis, e que todo o maçom é obrigado a manter intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis compromissos”.
Daí os princípios:
- De que um Landmark é irreformável perpetuamente;
- De que nenhum novo Landmark pode ser criado;
- De que teoricamente, poderia contudo, ser explicitado;
- De que mesmo que se concebesse a possibilidade de se reunir em uma convenção mundial todos os Franco-Maçons regulares do planeta, e que mesmo que essa convenção emitisse um voto unânime, ele seria detido pelas regras acima citadas;
- De que um Landmark não é nenhum símbolo, nem uma alegoria, mas uma regra;
- De que não é, contudo, um dogma, pois é de origem humana;
- De que qualquer um que discorde dessas máximas sai ipso facto da verdade maçônica.



LISTA DE LANDMARKS
Somente a poucos anos, no século passado, em sua Encyclopaedia, o maçom Albert Galletin Mackey, médico inglês, teve a iniciativa de formalizar a primeira lei escrita que coligiu 25 (vinte e cinco) e se denominou de Landmarks. Eram os “antigos limites” que chegavam através da tradição e oralmente. Não devemos confundi-los com as Constituições ou outros escritos.
Sumariamente, cada um dos 25 Landmarks:

1. Os processos de reconhecimento.
2. A divisão da Maçonaria Simbólica em três graus.
3. A lenda do 3º. Grau.
4. O governo da Fraternidade por um Grão-Mestre eleito por todos os maçons.
5. A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir a todas reuniões maçônicas no território de sua jurisdição.
6. A faculdade do Grão-Mestre de autorizar dispensa para conferir graus em tempos anormais.
7. A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para fundação, instalação e funcionamento das Lojas.
8. A prerrogativa do Grão-Mestre de criar maçons ( iniciar e exaltar) por sua deliberação.
9. A necessidade dos maçons de se distribuírem em Lojas.
10. O governo de cada Loja por um Venerável e dois Vigilantes.
11. A necessidade de que toda Loja trabalhe “a coberto”.
12. O direito de todo mestre maçom de ser representado nas assembléias gerais da Ordem e de dar instruções aos seus representantes.
13. O direito de todo o maçom recorrer em alçada perante a Grande Loja ou a Assembléia Geral contra as resoluções de sua Loja.
14. O direito de todo maçom de visitar e de ter assento nas Lojas regulares.
15. Nenhum visitante, desconhecido como um maçom, poderá entrar em Loja, sem primeiro passar por um exame, conforme os antigos costumes.
16. Que nenhuma Loja poderá interferir nas atividades de outra.
17. Que todo maçom está sujeito às leis penais e regulamentos maçônicos vigentes na jurisdição em que reside.
18. Que todo candidato à iniciação há de ser homem livre e de maior idade.
19. Que todo maçom há de crer na existência de Deus como Grande Arquiteto do Universo.
20. Que todo maçom há de crer na ressurreição e uma vida futura.
21. Que um livro da lei de Deus deve constituir parte indispensável do equipamento de uma Loja.
22. Que todos os homens são iguais perante Deus e que na Loja se encontram num mesmo nível.
23. Que a Maçonaria é uma Instituição de posse de segredos que devem ser preservados.
24. A fundação de uma ciência especulativa, baseada numa arte operativa.
25. Que os Landmarks da Maçonaria são inalteráveis.

No entanto observou-se com razão que algumas dessas 25 regras, ainda que obrigatórias, não tem por isso o caráter de Landmark que Mackey lhes reconhece. São as regras 1 ; 12 e 14 ; 16 e 22; comentaremos a respeito.
Como a nossa Ordem tem como fundamento básico a tradição, até hoje, esses “Landmarks” de Mackey são “rigorosamente” observados e ninguém pensa em alterá-los. É verdade que, de vez em quando, alguém revestido de vaidade e presunção apresenta teses para “atualizar” os Landmarks, mas são pregadores do deserto que não conseguem ser levados a sério. Cabe a cada Maçon em loja ou em Assembléia, questionar, propor, discutir e até mesmo lutar para que eles sejam respeitados em sua essência e integridade.
Os 25 Landmarks nos trazem uma Ordem Maçônica completa, tanto sob o ponto de vista administrativo, como litúrgico e místico. Já houve tentativas de ampliá-los e reduzi-los, principalmente na maçonaria norte americana, mas a Maçonaria brasileira os adota em todas as potências.



Um breve comentário sobre cada um:
1.º - Os processos de reconhecimento são os mais legítimos e inquestionáveis de todos os Landmarks. Não admitem mudanças de qualquer espécie, pois, sempre que isso se deu, funestas conseqüências vieram demonstrar o erro cometido. Os modos de reconhecimento sofreram alterações no passado. Algumas delas chegaram a provocar conflitos históricos. Além disso, esses modos variam de um Rito a outro em uma certa medida; logo este não seria literalmente um Landmark.
2.º - A divisão da Maçonaria Simbólica em três graus é um Landmark que, mais do que nenhum, tem sido preservado de alterações, apesar dos esforços feitos pelo daninho espírito inovador. Certa falta de uniformidade sobre o ensinamento final da Ordem, no grau de Mestre, foi motivada por não ser o terceiro grau considerado como finalidade; daí o Real Arco e dos Altos Graus variarem no modo de conduzirem o neófito à grande finalidade da Maçonaria Simbólica. Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivindicou este antigo Landmark, decretando que a Antiga Instituição Maçônica consistia nos três primeiros graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo o Santo Arco Real. Apesar de reconhecido por usa antiguidade, como um verdadeiro Landmark ele continua a ser violado.
3.º - A lenda do terceiro grau é um Landmark importante, cuja integridade tem sido respeitada. Nenhum Rito existe na Maçonaria, em qualquer país ou em qualquer idioma, em que não sejam expostos os elementos essenciais dessa lenda. As fórmulas escritas podem variar e na verdade, variam; a lenda, porém, do construtor do Templo constitui a essência e a identidade da Maçonaria. Qualquer Rito, que a excluísse ou a alterasse, materialmente cessaria, por isso, de ser um Rito Maçônico. O Rito Adonhiramita somente substitui o nome de Hiran por Adonhiran.
4.º - O governo da Fraternidade por um Oficial que preside, denominado Grão-Mestre, eleito pelo povo Maçônico, é o quarto Landmark da Ordem. Muitas pessoas ignorante supõem que a eleição do Grão-Mestre se pratica em virtude de ser estabelecida em lei ou regulamento da Grande Loja. Nos anais da Instituição se encontram, porém, Grão-Mestres, muito antes de existirem Grandes Lojas, e, se o atual sistema de governo legislativo por Grandes Lojas fosse abolido, sempre seria preciso a existência de um Grão-Mestre.
5.º - A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir a todas as reuniões maçônicas, feitas onde e quando se fizeram é o quinto Landmark. É em virtude desta lei, derivada de antiga usança, e não de qualquer decreto especial, que o Grão-Mestre ocupa o trono em todas as sessões de qualquer Loja subordinada, quando se ache presente.
6.º - A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para conferir graus em tempos anormais, é outro e importantíssimo Landmark. Os estatutos maçônicos exigem um mês, ou mais, para o tempo em que deva transcorrer entre a proposta e a recepção de um candidato. O Grão-Mestre, porém, tem o direito de pôr de lado, ou de dispensar, essa exigência, e permitir a iniciação imediata.
7.º - A prerrogativa que tem, o Grão-Mestre, de autorização, para fundar e manter Lojas, é outro importante Landmark. Em virtude dele, pode o Grão-mestre conceder o número suficiente de Mestres Maçons, o privilégio de se reunirem e conferirem graus. As Lojas assim constituídas chamam-se “Lojas Licenciadas”. Criadas pelo Grão-Mestre, só existem enquanto ele não resolva o contrário, podendo ser dissolvidas por ato seu. Podem viver um dia, um mês ou seis meses. Qualquer, porém, que seja o tempo de sua existência devem-na, exclusivamente, à graça do Grão-Mestre.
8.º - A prerrogativa do Grão-Mestre, de criar Maçons, por sua deliberação, é outro Landmark importante, que carece ser explicado, controvertida como tem sido a sua existência. O verdadeiro e único modo de exercer essa prerrogativa é o seguinte: O Grão-Mestre convoca em seu auxílio seis Mestres Maçons, pelo menos; forma uma Loja e, sem nenhuma prova prévia, confere os graus aos candidatos; findo isso, dissolve a Loja e despede os Irmãos. As Lojas convocadas por esse meio são chamadas “Lojas Ocasionais” ou de “Emergência”.
9.º - A necessidade de se congregarem os Maçons em Loja é outro Landmark. Os Landmarks da Ordem sempre prescreveram que os Maçons deviam congregar-se, com o fim de se entregarem a tarefas operativas, e que a essas reuniões fosse dado o nome de “Loja”. Antigamente, eram essas reuniões extemporâneas, convocadas para assuntos especiais e, logo dissolvidas, separando-se os Irmãos para, de novo, se reunirem em outros pontos e em outra épocas, conforme as necessidades e as circunstâncias exigissem. Cartas Constitutivas, Regulamentos internos, Loja e Oficinas permanentes e contribuições anuais, são invocações puramente modernas, de um período relativamente recente.
10.º - O governo da Fraternidade, quando congregado em Loja, por um Venerável e dois Vigilantes é também um Landmark. Qualquer reunião de Maçons, congregados sob qualquer outra direção, como, por exemplo, um presidente e dois vice-presidentes, não seria reconhecida como Loja. A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial que no dia da congregação, é considerada como uma Carta Constitutiva.
11.º - A necessidade de estar uma Loja a coberto, quando reunida, é um importante Landmark que não deve ser descuidado. Origina-se do caráter esotérico da Instituição. O cargo de Guarda do Templo que vela para que o lugar das reuniões esteja absolutamente vedado à intromissão de profanos, independe, em absoluto, de quaisquer leis de Grandes Lojas ou de Lojas subordinadas. E o seu dever, por este Landmark é guardar a porta do Templo, evitando que se ouça o que dentro dele se passa. Isto é difícil de se executar na prática pois deveríamos ter um Ir. No lado de fora do Templo. Desconheço qualquer Loja que pratique. Modernamente já é possível dotar os Templos de câmeras de vigilância comandadas pelo Guarda do Templo.
12.º - O direito representativo de cada Irmão, nas reuniões gerais da Fraternidade, é outro Landmark. Nas reuniões gerais, outrora chamadas Assembléias Gerais, todos os Irmãos, mesmo os simples Aprendiz, tinham o direito de tomar parte. Nas Grandes Lojas só tem direito de assistência os Veneráveis e os Vigilantes, na qualidade, porém, de representantes de todos os Irmãos das Lojas. Antigamente, cada Irmão se representava por si mesmo. Hoje, são representados por seu Oficiais. Nem por motivo dessa concessão, feita em 1717, deixa de existir o direito de representação, firmado por este Landmark. Essa disposição é de natureza inegavelmente regulamentar, não de ordem pública maçônica e a priori não são normas intangíveis;
13.º - O direito de recurso de cada Maçom das decisões dos seus Irmãos, em Loja, para a Grande Loja ou Assembléia Geral dos Irmãos, é um Landmark essencial para a preservação da justiça e para prevenir a opressão.
14.º - O direito de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer Loja, é um inquestionável Landmark da Ordem. É o consagrado direito de visitar, que sempre foi reconhecido como um direito inerente que todo Irmão exerce, quando viaja pelo Universo. É a conseqüência de encarar as Lojas como meras divisões, por conveniência, da Família Maçônica Universal. Idem ao 12 é uma disposição de natureza regulamentar, logo não constitui-se literalmente de um Landmark.
15.º - Nenhum visitante, desconhecido aos Irmãos de uma Loja pode ser admitido à visita, sem que, antes de tudo, seja examinado, conforme os antigos costumes. Esse exame só pode ser dispensado se o Maçom for conhecido de algum Irmão do Quadro, que, por ele se responsabilize.
16.º - Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que digam respeito a outras, nem conferir graus a Irmãos de outros Quadros. Essa proibição foi muitas vezes mal compreendida, com ou sem razão;
17.º - Todo Maçom está sujeito às leis e Regulamentos da Jurisdição Maçônica em que residir, mesmo não sendo membro de qualquer Loja. A inafiliação é já em si uma falta maçônica.
18.º - Por este Landmark os candidatos à iniciação devem ser isentos de defeitos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado, ou um escravo, não pode ingressar na Fraternidade. Hoje está cada dia mais difícil de se reconhecer um deficiente ou negar-lhes qualquer direito, a evolução da humanidade já excluiu os homens da escravatura, mas a proibição a mulher ainda perdura.
19.º - A crença no Grande Arquiteto do Universo, é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação.
20.º - Subsidiariamente a essa crença, é exigida a crença em uma vida futura.
21.º - É indispensável a existência, no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que, conforme a crença, se supõe conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculiaridades de fé religiosa dos seus membros, esses Livros podem variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark, que um “Livro da Lei” seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja. O Rito Moderno ou Francês permite inclusive que este Livro seja a Constituição do Pais.
22.º - Todos os Maçons são absolutamente iguais dentro da Loja, sem distinções de prerrogativas profanas, de privilégios, que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas reuniões maçônicas. A Franco-Maçonaria admite, certamente, a igualdade de todos os homens diante de Deus, mas comporta funções hierárquicas e, por outro lado, graus. A limitação de ação que o regimento da GLSC faz ao Ir que exerce o ofício de Orador é a nosso ver um desrespeito a este Landmark.
23.º - Este Landmark prescreve a conservação secreta dos conhecimentos havidos por iniciação, tanto dos métodos de trabalho, como das suas lendas e tradições que só podem ser comunicadas a outros Irmãos.
24.º - A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos, o uso simbólico e a explicação dos ditos métodos e dos termos neles empregados, com propósito de ensinamento moral, constitui outro Landmark. A preservação da lenda do Templo de Salomão, é outro fundamento deste Landmark.
25.º - O último Landmark é o que afirma a inalterabilidade dos anteriores, nada podendo ser-lhes acrescido ou retirado, nenhuma modificação podendo ser-lhes introduzida. Assim como de nossos antecessores os recebemos, assim os devemos transmitir aos nossos sucessores. NOLONUM LEGES MUTARI.
Como as Sagradas Escrituras sempre foram uma fonte digna de crédito o nome “Landmarks” foi extraído do Livro dos “Provérbios”.
“Não removas os Landmarks antigos que puseram teus pais” (Provérbios 22:28).

ALGUNS EXEMPLOS QUE A NOSSO VER FEREM OS LANDMARKS
Há uma questão polêmica na denominação correta do cargo de presidente de uma Loja Maçônica Simbólica: Mestre da Loja ou Venerável Mestre?
A palavra Mestre é um substantivo masculino[do francês antigo, maiestre, que designa aquele que é versado em uma arte ou ciência; o artífice que dirige outros oficiais; aquele que trabalha por conta própria entre outras definições.
Na antiguidade, o título era usado entre os trabalhadores da pedra para indicar o Companheiro encarregado da direção de um canteiro de obras. Mas tarde, a Maçonaria Especulativa atribuiu o título a quem presidia as assembléias de uma Loja. A partir de 1.725, o termo foi usado para designar, não mais uma função, mas uma dignidade, e tornou-se a denominação de um terceiro grau.
A palavra Venerável [do latim venerabile] é um adjetivo que designa algo ou alguém digno de veneração ou respeito.
Segundo Castellani, a utilização desta palavra para designar o presidente de uma Loja Maçônica, é um “erro crasso” pois mesmo quando usado como Venerável Mestre, continua sendo o adjetivo relativo ao substantivo Mestre.
O mesmo se contrapõe ao Mestre instalado, ou seja, o instalado é apenas um adjetivo relativo ao substantivo Mestre. Aqui também pode-se defini-lo como um titulo honorífico do Mestre Maçon. Porém jamais a um novo Grau da Maçonaria simbólica, pois fere na essência o segundo Landmark.
Castellani, em seu dicionário Etmológico faz a seguinte afirmação: “Em Maçonaria, o termo (Venerável) tem origem inglesa: derivado da palavra inglesa worship que significa adoração, culto, reverência (como forma de tratamento), quando usada como substantivo, e venerar, idolatrar, adorar, quando usada como verbo transitivo, tem o vocábulo Worshipful, que significa adorador, reverente, ou, como forma de tratamento venerável. Assim, o presidente de uma Loja passou a ser designado como Worshipful Master – normalmente apenas Master – expressão que significa Venerável Mestre e que seria adotada por todos os agrupamentos maçônicos, embora o termo Venerável, de princípio fosse aplicado apenas às corporações (Venerável Ordem, Venerável Instituição)”.
Conclusão, o cargo de presidente de uma Loja Maçônica, denominado de Mestre, assume, inexplicavelmente e erroneamente, a denominação de Venerável Mestre. Aceitamos que a frase Venerável Mestre seja utilizada como um vocativo, ou forma de tratamento, segundo normas e regras gramaticais da língua portuguesa, mas não se pode aceitar que o termo designe um cargo. (Cuidado com o segundo Landmark!)
Por este motivo, no livro O Rito de York, de autoria do respeitável irmão Anatoli Oliynik, o referido irmão, corretamente denomina o cargo de presidente de uma Loja Maçônica Simbólica, como sendo: Mestre da Loja e não Venerável Mestre.
Ressalto também aos irmãos o pequeno erro que se comete ao assinar o livro de presença: lá pede-se, nome, grau e assinatura, a grande maioria dos irmãos e eu me incluo neste grupo, coloca no Grau: MI ( Mestre Instalado). Não existe este grau na Maçonaria Simbólica. Cuidado com o segundo Landmark!
Prometo aos Irs. me corrigir daqui pra frente. Vejo que esta necessidade de identificação de Mestre Instalado se faça necessário somente no Livro de Visitantes, para facilidade de Convite para que o Mestre suba ao Oriente.

Consultamos diversos trabalhos para apresentação deste, citamos como principal fonte os trabalhos dos Ir. Sergio Cavalcante e Klebber S. Nscimento, postados no site www.formadoresdeopiniao.com.br
Parte deste material foi apresentado pelo Ir.’. Francisco José Lucas Santos, da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Lord Baden Powell, n.º 173, Glesp, no Ofício da Oratória, e está disponível no mesmo site. (E olha que a GLSC limita a oratória do Ir. Orador a saudar visitantes e dizer que os Trabalhos foram justos e perfeitos....ele é impedido até pelo Regulamento Geral da GLSC de emitir opinião própria, seria cômico se não fosse trágico... mas isso é assunto para um novo trabalho.)

ONDE FORAM PARAR TODOS OS CRIMINOSOS?

Constantemente quer em loja, quer no mundo profano nos deparamos com depoimentos comoventes ou mesmo debates calorosos sobre a onda de violência que assola nossa cidade, nosso estado e nosso pais.
Os debates são sempre seguidos de propostas de soluções baseadas num achismo emocional que chega as raias do ridículo. O que é pior, quando este debate ocorre na TV, ou nos jornais, os “especialistas” também acham soluções fantasiosas.
Gostaria de apresentar aos Irs. um estudo técnico, embasado em dados estatísticos corretos e com pesquisas metodológicas que demonstram as soluções que por vezes nos fogem exatamente por falta de metodologia científica.
Os dados se referem aos EUA, porém os problemas e as soluções podem perfeitamente serem aproveitadas aqui no Brasil, em Santa Catarina e mesmo em Florianópolis.
Vejamos:
Em 1989, a criminalidade atingia seu pico nos EUA. Nos 15 anos anteriores, os crimes violentos haviam aumentado 80%, constituindo a essência dos telejornais e das discussões nacionais.
Quando o índice de criminalidade começaram a cair no inicio dos anos 90, esta queda foi tão rápida e repentina que surpreendeu a todo mundo. Alguns especialistas precisaram de vários anos para reconhecer a queda, tão confiantes estavam em seu contínuo crescimento.
As provas, porém, eram irrefutáveis: a longa e brutal escalada da criminalidade vinha fazendo o caminho oposto e não interromperia essa tendência até que os índices chegassem ao patamar de 40 anos atrás.
Agora os especialistas corriam para justificar suas previsões equivocadas. Os alardeados banhos de sangue, com sangue escorrendo nas ruas e guetos das grandes cidades não ocorreram.
Surgiu então a grande pergunta: onde foram parar todos aqueles criminosos?
Algumas das explicações:
1. Estratégia policial inovadora......................52 menções nos Jornais de maior circulação.
2. Crescente confiança nas prisões..................................................................47 menções.
3. Mudança no mercado de crack e outras drogas..........................................33 menções.
4. Envelhecimento da população,,,,,,,,,,,,...................................................,,,,,,,32 menções.
5. Leis mais rígidas de controle de armas..........................................................32 menções.
6. Melhora da situação econômica....................................................................28 menções.
7. Número maior de policiais.............................................................................26 menções.
8. Outras explicações (aumento da pena, remuneração pela devolução de armas, diminuição da idade para imputabilidade, etc.).... .......................................34 m3nções.
Das sete principais, apenas três podem comprovadamente ter contribuído. As outras não passam de fantasia, autopromoção ou ilusão de alguém. Uma das grandes causas mensuráveis não aparece na lista, pois não recebeu uma única menção nos jornais ou revistas.
Analisemos algumas:
A melhora da situação econômica: é verdadeiro em parte. Houve um declínio na criminalidade, quando na melhora da economia nos ano 90 e a conseqüente diminuição do desemprego. Porém isso ocorreu somente nos crimes tipificados por motivação econômica – assaltos a residências e pessoas e roubo de carros – e não a crimes violentos como homicídios, agressão e estupros. As pesquisas revelam que uma queda de 1% no desemprego responde por uma queda de 1% nos crimes não-violentos. Durante os anos 90, o desemprego caiu 2% e os crimes não-violentos caíram 40%. Houve uma queda mais acentuada ainda em relação aos crimes violentos como homicídios, e não existe correlação alguma entre eles.
Consideremos agora: A crescente confiança nas prisões.
Ao longo da primeira metade do século XX a incidência dos crimes violentos foi de um aumento constante. È claro que um dos principais fatores foi um sistema judicial leniente. O índice de condenações caiu durante a década de 60 e as penas eram menores. Isto ocorreu devido a expansão dos direitos dos acusados, principalmente os de problemas raciais. Tendo em vista que os criminosos reagem como qualquer ser humano, a incentivos. O resultado foi uma escala da violência.
Após um período de turbulência em que os incentivos acabaram reduzidos. Entre 1980 e 2000, o numero de acusados por crime relacionado a droga e condenados, aumentou 15 vezes. Em 2000 havia mais de 2 milhões de presos nas cadeias, 4 vezes mais que em 1972. Metade deste crescimento ocorreu na década de 90.
São muito fortes os indícios que vinculam o endurecimento da pena com a diminuição da criminalidade. Apesar do alto custo (cada preso custava $25 mil por ano) o encarceramento foi certamente um fator chave, respondendo por um terço da queda na criminalidade.
Outra explicação correlata com a anterior diz do: aumento da aplicação da pena capital.
O número de execuções nos EUA quadruplicou entre os anos 80 e 90. Analisemos dois fatos importantes:
1. Em virtude das delongas envolvidas para a execução de um prisioneiro (Igreja, Direitos Humanos, opinião internacional, etc.), nenhum criminoso seria levado a desistir do crime em função da ameaça de execução. Houve somente 478 execuções nos anos 90.
2. A segunda questão é ainda mais óbvia. Quantos crimes ela efetivamente impede? Um economista, Isaac Ehrlich, em seu estudo bastante citado diz ser de que 1 criminoso executado se traduz em 7 homicídios a menos que poderiam vir a ser cometidos por ele. Façamos as contas: Em 91 houve 14 execuções nos EUA, em 2001 foram 66. De acordo com Ehrlich estas 52 execuções extras responderiam por 364 a menos em 2001, uma redução sem dúvida nada modesta, porém menor que os 4% de redução efetivamente registradas em 2001. Assim, mesmo no cenário mais favorável apresentado por um defensor da pena de morte, a pena capital explicaria apenas 1/25 da redução do número de homicídios da década de90. Ademais como a pena de morte é aplicada somente para homicídios, seu efeito inibidor não pode ser responsável por um átimo sequer do declínio dos demais crimes violentos.
Vamos agora abordar o Aumento no número de policiais:
Nos EUA houve um aumento de 14% no numero de policiais ao longo dos anos 90.
Se analisarmos o índice de criminalidade em um conjunto de cidades onde houve eleições e conseqüentemente mais policiais foram contratados ( promessas de eleição, lá tem que ser cumprida), com outro conjunto de cidades onde não houve eleições logo o numero de policiais não aumentou, é possível medir o efeito do contingente policial extra sobre a criminalidade.
Ao se fazer esta comparação estatística constata-se que a contratação de mais policiais foi responsável por cerca de 10% da queda de criminalidade nos anos 90.
No entanto não foi só isso que mudou nos anos 90.
Analisemos as Estratégias policiais inovadoras:
Talvez nenhuma teoria soe mais atraente do que a crença de que uma policia inteligente iniba o crime.
A história funcionou mais radicalmente em Nova York, onde o prefeito Rudolph Giuliani ficou famoso com a Tolerância Zero.
A famosa Tolerância Zero nada mais era que inovações do tipo CompStar, um método computadorizado de lidar com focos locais da criminalidade.
A idéia mais fascinante de Giuliani e sua equipe era teoria da janela quebrada. Essa teoria defende que pequenos problemas não solucionados acabam em grandes problemas, ou seja, se alguém quebra uma janela e vê que a mesma não é logo concertada, a mensagem é que as demais janelas também podem ser quebradas e quem sabe mesmo o prédio todo incendiado.
Assim pequenos delitos como pular roleta do metrô, esmolar de forma agressiva, urinar na rua, lavar vidros de carro em sinaleira, passaram a ser drasticamente combatidos.
Os primeiros resultados foram exaltados pelos nova yorkinos, porém quando os índices começaram a crescer novamente, houve uma comoção geral.
Nova York sem dúvida inovou em estratégia policial e vivenciou um declínio de criminalidade nos anos 90, maior que qualquer outra cidade americana do porte. O numero de homicídios caiu de 30,7 por 100 mil habitantes em 1990, para 8,4 para pó 100 mil habitantes em 2000.
Uma análise fria dos números, porém nos leva a outras conclusões. Primeiramente a queda de criminalidade em NY começou em 1990. No final de 1993 já despencara quase 20%, Giuliani só assumiu a prefeitura em 1994.
Entre 1991 e 2001 o Departamento de Policia de NY cresceu 45%, mais de 3 vezes a média nacional. Como já foi visto o crescimento do numero de policiais, independentemente das estratégias reduz a criminalidade. Por um cálculo conservador era esperado para o aumento brutal do contingente de policiais uma queda de 18% na criminalidade. Assim sendo descontando este valor dos 76 % na queda total NY deixa de ser a líder no ranking de redução de criminalidade das cidades americanas, caindo para a faixa intermediaria.
O argumento de que a estratégia de NY foi a grande provocadora da queda de criminalidade cai por terra com a constatação de que houve queda em todos os lugares nos EUA nos anos 90. Mesmo em LA famosa por ter uma polícia deficiente, a criminalidade caiu em porcentual muito parecido com NY, quando não se leva em conta o aumento da força policial.
Exploremos agora a dualidade: Leis mais duras em relação ao porte de armas e Mudanças no mercado de drogas:
Primeiro, as armas. Vale à pena fazer uma pergunta elementar: O que é arma? É um instrumento de defesa ou de ataque?
Quase dois terços dos homicídios americanos envolvem uma arma de fogo. Praticamente existem mais armas nos EUA que o numero de homens. O índice de homicídios dos EUA é um dos maiores do mundo.
Na Suíça todo homem adulto recebe um rifle para o serviço militar, juntamente com a permissão para guardá-lo em casa. Numa proporção per capita, a Suíça tem tanto ou mais arma de fogo per capita que os EUA, no entanto é um dos lugares mais seguros do mundo. Em outras palavras, as armas não causam os crimes. Dito isso, os métodos americanos usados para manter as armas longe do alcance de pessoas capazes de cometer crimes é que são, na melhor das hipóteses: insuficientes.
Leis que impedem ou limitem o indivíduo de comprar uma arma se tornaram ineficientes, pois o mercado negro atende prontamente a demanda. Um freio moderadamente eficiente foi o aumento de penalidade aos indivíduos flagrados na posse ilegal de armas.
A devolução remunerada de armas, destaque dos noticiários na década de 90, rendeu belas fotos para os políticos, mas isso foi tudo. As armas devolvidas foram em geral peças de coleção ou velharias. O volume de armas devolvidas não chegou sequer aos pés do volume que davam entrada no mercado. Usando-se o numero de armas nos EUA e o número anual de homicídios, a probabilidade de uma dessas armas terem sido usadas para matar alguém é de uma em 10 mil. O programa de devolução envolve menos de mil armas por vez o que representa menos de 1/10 de redução de homicídios por vez. Sem qualquer impacto na queda de criminalidade.
Saliente-se também que a tese oposta, ou seja, quanto mais armas os cidadãos tiverem, menor será a criminalidade também é facilmente derrubada.
Quanto ao estouro da bolha do crack: Um estudo revelou que 25% dos homicídios de NY em 1988 estavam relacionados com o crack.
Estes números começaram a cair, quando os traficantes verificaram que a lucratividade com esta droga tornou-se desinteressante, uma vez que a concorrência entre traficantes ficou tão acirrada que os preços caíram, e não valia mais a pena se matarem por tão pouco, uma vez que os crimes em sua maioria eram entre traficantes e estes com os consumidores.
Assim a violência esmoreceu. DE 1991 a 2001, o índice de homicídios entre jovens negros caiu 48%. Tudo isso considerado, o crash do mercado de crack foi responsável por 15% da queda de criminalidade dos anos 90.
Por último:
Envelhecimento da população – Que os idosos não tinham tendência para o crime não era novidade, a possibilidade de um idoso médio ser preso é de 1/50 da de um adolescente, isso torna a teoria do envelhecimento da população tão atraente. A mudança demográfica é um processo lento e sutil, portanto não explica o repentino declínio da criminalidade. Houve, porém uma outra mudança demográfica, imprevista e de longa gestação, que drasticamente reduziu a criminalidade nos anos 90.
No final dos anos 60, vários estados começaram a permitir o aborto em circunstâncias extremas: estupros, incestos ou riscos para as mães. Em 1970, cinco estados já haviam legalizado o aborto e tornado o procedimento acessível.
Em 22 de janeiro de 1973, a legalização do aborto foi repentinamente estendida a todo país pela Suprema Corte.
A vontade das mães passou a prevalecer.
Nos primeiros anos que se seguiram, 750mil mulheres fizeram aborto nos EUA (1 para cada 4 nascimento com vida). Em 1980, o número chegava a 1,6 milhões (1 para cada 2,25 nascimento com vida), patamar que estacionou.
Até antes da decisão da Suprema Corte, eram predominantes as filhas de pais da classe média alta que faziam aborto ilegal e seguro. Agora em lugar da ilegalidade que custava cerca de $500, o aborto estava ao alcance de qualquer mulher por menos de $100.
O perfil mais beneficiado foi de mulheres solteiras, menos de 20 anos e pobre.
Que tipo de futuro o bebê desta mulher teria?
Um estudo demonstrou que a típica criança impedida de nascer nos primeiros anos da legalização do aborto estaria 50% mais propensa que a média, a viver na pobreza; teria igualmente 60% a mais de probabilidade de ser criada apenas por um dos genitores.
Esses dois fatores – uma infância pobre e um lar de mãe/pai solteiro – estão entre os mais fortes determinantes de um futuro criminoso.
É óbvio que a legalização do aborto nos EUA teve uma série de conseqüências: diminuiu o infanticídio, diminuiu os casamentos forçados e o número de bebes entregue para adoção (aumentou a adoção de bebes estrangeiros). As gravidezes aumentaram 30%, mas os nascimentos caíram 6%, logo o aborto passou a ser usado de modo cruel como controle da natalidade.
No entanto, o efeito mais dramático da legalização do aborto- e que levou anos para se fazer sentir- talvez tenha sido o seu impacto sobre a criminalidade. Em 1990, precisamente quando a primeira leva de crianças após a liberação do aborto chegaria a adolescência – época em que jovens do sexo masculino atingem seu auge criminoso – o índice de criminalidade começou a cair. Continuou caindo à medida que uma geração inteira alcançou a maior idade, e dela foram excluídas as crianças cujas mães não haviam querido pô-las no mundo. O aborto levou a um numero menor de filhos indesejados e filhos indesejados levam a altos índices de criminalidade. A legalização do aborto, assim levou a menos criminalidade.
Esta teoria está fadada a provocar inúmeras reações, bem como a variedades de objeções, das triviais as morais. Talvez seja mais cômodo acreditar nas estatísticas dos jornais apresentadas. Mas a matemática demonstra, não explica ou justifica.
Para ratificar, analisemos o resultado nos 5 primeiros estados a adotarem o aborto: Nova York, Califórnia, Washington, Alasca e Hawai onde as mulheres já podiam recorrer ao aborto dois anos antes da Suprema Corte liberar para todos.
Entre 1988 e 1997 os crimes violentos nestes estados caíram 13% se comparados aos demais; entre 1994 e 1997, seus índices de homicídios caíram 23% mais que nos outros estados.
Após a liberação total, também temos um índice de correlação entre aborto e criminalidade que comprovam a tese: Os estados com mais altos índices de aborto nos anos 70 apresentaram as maiores quedas na criminalidade nos anos 90, enquanto que o inverso também se comprovou.
Seja qual for a posição assumida frente ao aborto, resta uma pergunta:
Que atitude tomar quanto a troca de mais aborto por menos crimes?
Novamente podemos ter um grande debate. Mas, o mais importante é que a matemática pura, cruel e incisiva mostrou seus números incontestáveis. A adoção dos remédios, amargos, caros e impopulares para esse mal canceroso que corrói as entranhas da nossa sociedade vai depender de nós os pacientes e dos médicos-políticos que nos assistem.

José Arcino Silva

Baseado no livro: FREAKONOMICS
De: Steven D. Levit e Stephen J. Dubner
Editora Campus 12° Edição

sexta-feira, 5 de março de 2010

NOSSAS ORIGENS

Nossas Origens... Nossas Crenças... e Nossos Desígnios

Desígnio é o mais que um simples desejo, são as disposições de Deus: Seus planos, Seus projetos, Seus propósitos de amor para conosco. Ele tem desígnios de amor para a nossa vida e necessitamos entrar nos propósitos de Deus.

CAPITULO I – NOSSAS ORIGENS

Os Templários

1.1. A Narrativa Ortodoxa

A primeira narrativa sobre os Templários, foi feita pelo francês Guillaume de Tyre, que escreveu entre 1175 e 1185, no ápice das cruzadas, quando os exércitos ocidentais já haviam conquistado a Terra Santa a mais de cinqüenta anos e estabelecido o reino de Jerusalém há sete anos. Não houve registros do Reino de Ultramar anteriores.
Logo as fontes de Guillaume ou foram de histórias contadas pelo povo ou as ouvidas dos próprios Templários. O importante é que todas as narrativas posteriores se basearam nelas por isso as datas apresentadas são confusas e às vezes equivocadas
Segundo Guillaume, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão foi fundada em 1118 por um tal Hugues de Payen, um nobre da região de Champagne, vassalo do conde de Champagne.
Um dia, sem ter sido solicitado, Hugues apresentou-se com oito companheiros no palácio de Baudouin I, rei de Jerusalém, cujo irmão mais velho, Godfroi de Bouillon, havia capturado a Cidade Santa dezenove anos antes.
O objetivo declarado dos templários, continua Guillaume de Tyre, era, "tanto quanto permitissem suas forças, manter as estradas e rodovias seguras (...),tomando um cuidado especial com a proteção dos peregrinos". – Runcimann, History of the Cruzadas – pg 477

Segundo a tradição, seu quartel foi construído sobre as fundações do Templo de Salomão. Daí o nome da ordem.
Durante nove anos, conta ainda Guillaume de Tyre, os nove cavaleiros não admitiram novos candidatos à ordem. Deviam viver em estado de pobreza; tamanha pobreza que, nos selos oficiais, dois cavaleiros apareciam cavalgando um só cavalo, implicando não só irmandade, mas penúria.
Em uma década a fama dos Templários se espalhou na Europa.
Autoridades eclesiásticas falavam deles com louvor e aplaudiam seus trabalhos de cristãos. São Bernardo era seu principal porta voz na Europa.

Nove anos depois, em 1127, a maioria dos nove cavaleiros retornou à Europa e recebeu uma acolhida triunfal, orquestrada em grande parte pelo próprio São Bernardo. Em janeiro de 1128 um conselho foi criado
em Troyes - corte do conde de Champagne, Hugues de Payen -,também sob inspiração de São Bernardo. Nesse conselho os templários foram oficialmente reconhecidos e incorporados como uma ordem religiosa militar. Hugues de Payen recebeu o título de grão mestre. Ele e seus subordinados seriam monges guerreiros, soldados místicos, combinando a disciplina austera do claustro e um zelo marcial próximo do fanatismo; uma milícia de Cristo, como foram chamados na época.
Os templários faziam voto de pobreza, castidade e obediência. Eram obrigados a cortar o cabelo, mas proibidos de cortar a barba, distinguindo-se assim numa época em que a maioria dos homens se barbeava. Sua dieta, hábito e outros aspectos da vida diária eram regulados estritamente segundo ambas as rotinas, a da ordem monástica e a da ordem militar. Todos eram obrigados a usar hábito ou, sobretudo e toga brancos, freqüentemente envolvidos no manto branco que os tornou famosos.
Eram impelidos a lutar até a morte. Só lhes era permitido bater em retirada se enfrentassem um grupo que os excedesse em mais que o triplo. Capturados, não podiam pedir clemência ou resgate.
Em uma encíclica promulgada pelo papa Inocêncio II, definia que os templários deviam obediência a ninguém mais, além do próprio papa.
Em outras palavras, eles se tornavam independentes de todos os reis, príncipes e prelados, e de toda interferência de autoridades políticas ou religiosas. Tornaram-se, de fato, uma lei, um império internacional autônomo.
Durante as duas décadas que se seguiram ao Conselho de Troyes, a ordem se expandiu com uma rapidez extraordinária e numa escala sem precedentes. Quando Hugues de Payen visitou a Inglaterra em fins de 1128, foi recebido com "grande adoração" pelo rei Henrique I.
Os filhos jovens de famílias nobres de toda a Europa se apressaram a entrar para as fileiras da ordem, e vastas doações - em dinheiro, mercadorias e terras - foram feitas em todos os cantos da cristandade.
Hugues de Payen doou suas propriedades, e todos os novos recrutas passaram a ser obrigados a fazer o mesmo. Ao serem admitidos na ordem, os homens eram compelidos a transferir todas as suas posses.
Em 1146 os templários adotaram a famosa cruz vermelha, pattée,cujos braços se alargam e encurvam nas extremidades.
Nos cem anos seguintes, os templários se tornaram um poder com influência internacional.
Os interesses dos templários se estendiam além de guerras, diplomacia e intrigas políticas: eles criaram e estabeleceram a moderna instituição bancária. Através de empréstimos de vastas somas a monarcas necessitados, tornaram-se os banqueiros de todos os tronos da Europa - e de certos potentados muçulmanos também.
Com sua rede de preceptorias em toda a Europa e no Oriente Próximo, organizaram, mediante modestas taxas de juros, a transferência segura e eficiente de dinheiro para mercadores, uma classe que se tornou cada vez mais dependente desse serviço. O dinheiro depositado em uma cidade, por exemplo, podia ser solicitado e retirado em outra, por meio de notas promissórias escritas em códigos intricados. Os templários se tornaram, assim, os primeiros operadores de câmbio da época, e as preceptorias de Paris se tornaram o centro de finanças da Europa. É até mesmo provável que o cheque, na forma como nós o conhecemos e usamos hoje, tenha sido inventado pela ordem.
Os templários não negociavam apenas dinheiro, mas pensamento também.
Através de seu contato com as culturas muçulmana e judaica, começaram a atuar como introdutores de novas idéias, novas dimensões do conhecimento, novas ciências. Gozavam de um verdadeiro monopólio da melhor e mais avançada tecnologia de sua época o melhor que podia ser produzido por ferreiros, artesãos do couro, pedreiros, arquitetos e engenheiros militares. Contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa, da cartografia, da construção de estradas e da navegação. Possuíam seus próprios portos marítimos, marinas e frotas - sua frota comercial e militar foi uma das primeiras a utilizar o compasso magnético.
Sendo soldados, a necessidade de tratar ferimentos e doenças tornou os templários adeptos do uso de drogas. A ordem mantinha seu próprio hospital, com seus próprios médicos e cirurgiões que utilizavam extratos de mofos, o que sugere um conhecimento de propriedades antibióticas. Os princípios de higiene e limpeza eram conhecidos por eles. Com um entendimento avançado para a época, consideravam a epilepsia uma doença controlável e não uma possessão demoníaca.
Inspirado em seus próprios sucessos, o Templo tornou-se, na Europa, cada vez mais rico e poderoso. Como seria de se esperar, tornou-se também mais arrogante, brutal e corrupto. "Beber como um templário" tomou-se o clichê da época.
Enquanto os templários atingiam prosperidade e notoriedade na Europa, a situação na Terra Santa deteriorava-se seriamente. Em 1185, morreu o rei Baudouin IV, de Jerusalém. Na confusão dinástica que se seguiu, Gerard de Ridefort, grão-mestre do Templo, traiu uma promessa feita ao monarca morto e, por isso, deixou a comunidade européia da Palestina à beira de uma guerra civil.
No século seguinte a situação tornou-se cada vez mais desesperadora. Por volta de 1291, quase todo o Ultramar tinha caído e a Terra Santa estava sob controle muçulmano quase total. Somente Acre permaneceu, sendo perdida em maio desse ano. Ao defender a cidade condenada, os templários se mostraram os mais heróicos. O próprio grão-mestre, apesar de severamente ferido, continuou a lutar até a morte. Como havia um espaço limitado nas galeras, mulheres e crianças foram evacuadas, enquanto todos os cavaleiros, mesmo os feridos, escolheram permanecer. Quando o último bastião em Acre caiu, o fez com intensidade apocalíptica, as paredes desmoronando e enterrando atacantes e defensores.
Os templários estabeleceram seus quartéis-generais em Chipre. Com a perda da Terra Santa, no entanto, eles perderam sua raison d'être.
Como já não havia nenhuma terra infiel a conquistar, a ordem começou a dirigir sua atenção para a Europa.
Em virtude de seu contato com as culturas islâmica e judaica, os templários tinham já absorvido muitas idéias estranhas ao cristianismo ortodoxo.
Por volta de 1306, Filipe IV, da França - Filipe, o Belo -,estava ansioso para livrar seu território dos templários, arrogantes e impulsivos, eficientemente treinados, um contingente militar muito mais forte e mais bem organizado do que qualquer outro que o próprio rei poderia reunir. Eles estavam solidamente estabelecidos em toda a França, e naquela época até mesmo sua fidelidade ao papa era apenas formal. Filipe não exercia nenhum controle sobre a ordem. E lhe devia dinheiro. Tinha sido humilhado por ela, quando, fugindo de uma rebelião em Paris, fora obrigado a buscar refúgio na preceptoria do Templo. Ele desejava a riqueza imensa do Templo que, durante sua estadia no local, tornou-se flagrante.
Havendo solicitado sua inclusão na ordem como postulante, o rei sofreu a indignidade de ser desdenhosamente rejeitado. Estes fatos - juntamente, é claro, com a perspectiva alarmante de um Estado templário independente em suas vizinhanças - foram suficientes para induzir Filipe a agir. Heresia era um pretexto conveniente.
Entre 1303 e 1305, o rei francês e seus ministros engendraram o rapto e a morte de um papa (Bonifácio VIII) e muito provavelmente a morte por envenenamento de outro (Benedito XI).
Então, em 1305, Filipe conseguiu assegurar a eleição de seu próprio candidato, o arcebispo de Bordeaux, para o trono papal vago. O novo pontífice tomou o nome de Clemente V. Comprometido com a influência de Filipe, ele não podia recusar as solicitações deste. E essas solicitações incluíam a supressão dos templários.
Filipe planejou seus movimentos cuidadosamente. Uma lista de acusações foi compilada, em parte por espiões infiltrados na ordem, em parte por confissão voluntária de um suposto templário renegado. Armado dessas acusações, Filipe podia finalmente agir.
Quando atacou, o fez de modo súbito, rápido e letal. Numa operação de segurança digna das SS ou da Gestapo, o rei enviou ordens secretas e seladas aos seus senescais em todo o país. Elas deveriam ser abertas em todos os lugares simultaneamente e implementadas imediatamente. Na madrugada de 13 de outubro de 1307, todos os templários na França deveriam ser capturados e presos pelos homens do rei, as preceptorias colocadas sob guarda real e seus bens confiscados. O objetivo de surpreender foi atingido, mas seu principal interesse - a imensa fortuna da ordem - lhe escapou. Ela jamais foi encontrada. O que aconteceu com o fabuloso tesouro dos templários permaneceu um mistério.
Na França, os templários capturados foram julgados e muitos submetidos à tortura. Confissões estranhas foram extraídas, e acusações ainda mais estranhas foram feitas. Os templários, supostamente, adoravam um demônio chamado Baphomet. Em suas cerimônias secretas, supostamente se prostravam em frente a uma cabeça barbada que falava com eles e os investia de poderes ocultos.
Nunca mais foram vistas testemunhas dessas cerimônias não autorizadas. Outras acusações eram ainda mais vagas: infanticídio, ensinar mulheres a abortar, dar beijos obscenos na iniciação de postulantes, homossexualidade. De todas as acusações levantadas contra esses monges soldados, que haviam lutado e oferecido suas vidas por Cristo, uma se sobressai como a mais bizarra e aparentemente improvável: foram acusados de negar ritualmente a Cristo, de repudiar, tripudiar e cuspir na cruz.
Em 1312 os Templários foram oficialmente dissolvidos pelo Papa, e finalmente em 1314, Jaques De Molay, o Grão Mestre, e Geoffroi de Charnay, preceptor da Normandia, foram assados até a morte em fogo lento. (Citar a lenda da praga sobre Felipe e o Papa).
Os Templários desapareceram ostensivamente do palco da história, mas a ordem não deixou de existir.
Na Escócia, em guerra com a Inglaterra, a dissolução da ordem, determinada pelo Papa, nunca foi proclamada, portanto a ordem nunca foi tecnicamente dissolvida. Templários de varias nacionalidades encontraram refúgio ali, e a ordem se manteve coerente por mais quatro séculos.
Em Portugal, a ordem foi purificada por uma investigação e simplesmente mudou seu nome, com os Templários se tornando Cavaleiros de Cristo. Vasco da Gama era um Cavaleiro de Cristo e o Infante Don Henrique, O Navegador, era o Grão Mestre.
Navios navegavam sob a familiar cruz vermelha, e foi sob esta mesma cruz que as três caravelas de Colombo cruzaram o Atlântico em direção ao novo mundo. O próprio Colombo era genro de um Cavaleiro de Cristo, tendo tido acesso aos mapas e diários do sogro.
Cabral também aqui chegou com as velas da cruz vermelha sopradas e infladas pelo vento.
Assim de varias maneiras diferentes os Templários sobreviveram ao ataque de 13 de outubro de 1307.
Em 1522 a progênie dos Templários Prussianos, os Cavaleiros Teutônicos repudiou sua lealdade a Roma e lançou seu apoio ao novo rebelde chamado Martinho Lutero.
Dois séculos depois de sua dissolução, os Templários se vingaram, embora indiretamente, da Igreja Romana que os havia traído.
De Felipe, o Belo, a vingança só viria dois séculos adiante, quando da decapitação de Luiz XVI, descendente de Felipe, da dinastia dos Burbon, que foi decapitado em praça pública.
Testemunhas afirmaram que um homem encapuzado, vestido de branco com uma cruz vermelha no peito, subiu ao cadafalso,mergulhou sua mão no sangue do monarca, respingou sobre a multidão e gritou: “Jaques de Molay, estás vingado!”
Esta é a história oficial, uma outra versão, será tema de nosso próximo capitulo.



1. Os Templários

1.2. A Versão Obscura

A versão que apresentamos no trabalho anterior sobre os Templários é aquela contada escrita e reconhecida como verdadeira e que é apresentada pelos escritores e pesquisadores, principalmente pelos autores de “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, maiores autoridades sobre o assunto, na minha opinião.
Porém eles mesmo concluíram que existe uma versão mais difusa, mais provocativa e mais especulativa.
Ainda durante sua existência, um mito envolvia os cavaleiros. Alguns diziam que eles eram mágicos e feiticeiros, adeptos de segredos e alquimistas. Muitos de seus contemporâneos os repudiavam, acreditando que tivessem poderes sujos.
O mito que envolvia o Templo sobreviveu à queda deste.
Diz-se que, enquanto a fumaça do fogo lento sufocava a vida de seu corpo, Jacques de Molay lançou, das chamas, uma imprecação. De acordo com a tradição, ele chamou seus perseguidores - o papa Clemente e o rei Filipe - para juntarem-se a ele e apresentarem-se perante a corte de Deus no mesmo ano. O papa Clemente morreu no mês seguinte, supostamente de uma crise de disenteria. No final do ano, Filipe morreu também, de causas que permanecem obscuras até hoje. Certamente, não há necessidade de explicações sobrenaturais. Os templários possuíam grande experiência na utilização de venenos. E, sem dúvida, havia pessoas - cavaleiros refugiados viajando incógnitos, simpatizantes da ordem ou parentes de confrades perseguidos - para executar a vingança apropriada. Entretanto, a aparente concretização da praga do grão-mestre deu crédito à crença nos poderes ocultos da ordem. E a praga não terminou aí. De acordo com a lenda, ela lançou infortúnios sobre a linhagem da família real durante muito tempo, projetando-se para o futuro, encerrando-se somente após a decapitação de Luiz XVI, descendente direto de Felipe.
Os ecos do poder místico dos templários reverberaram através dos séculos.
A aura ao redor dos Templários não diminuiu, com o fim da Revolução Francesa, muito pelo contrário.
Na Maçonaria o Grau de Templário existe em alguns ritos e a Ordem De Molay, leva adiante o misticismo que sempre acompanhou os Cavaleiros de Cristo.
Um dos maiores mistérios que envolviam os Templários era sua associação como guardiões do Cálice Sagrado ou Santo Graal, ou como aparece nos antigos manuscritos: sangraal ou sangreal ou ainda numa forma mais moderna de escrita: sangue real.
Outro estranho mistério, menos divulgado, porém não menor é sobre a suposta adoração a um demônio chamado Baphomet, que apareceu em vários depoimentos, sob tortura, dos Templários na França e após na inquisição.
Este demônio, desconhecido até então, só conhecido dos Templários, era associado a uma suposta cabeça que eles eram obrigados a beijar em suas iniciações.
Segundo escritores modernos, Baphomet seria a tradução do árabe abufihamet, que pronunciado em espanhol passou a ser buphirimat.
Isto significa “pai da compreensão” ou pai da sabedoria e em árabe a palavra pai, também significa fonte.
Logo o possível demônio evocado e adorado pelos Templários que lhes serviu de prova de heresia, não passava realmente da hoje comprovada gnose da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, que buscavam através do conhecimento e da sabedoria a força de sua fé e a beleza e harmonia com Deus.
Alguns historiadores associam esta cabeça, a cabeça morta (caput mortuum) dos alquimista ou pedra filosofal. Outros ainda o relacionam com o famoso sudário de Turim que parece ter pertencido aos Templários entre 1204 e 1307, dobrado ele poderia parecer uma cabeça. Há ainda quem associe, até, a cabeça de João Batista, uma vez que os Templários eram Johanitas.
De todas as acusações levantadas contra os Templários as mais sérias eram as de blasfêmia e heresias: negar e tripudiar de Cristo e cuspir sobre a cruz.
Ora se a Inquisição desejasse fabricar evidências eles poderiam ter pensado em algo mais palpável e provável.
Porém é evidente que a atitude dos Templários em relação a Jesus realmente ia de encontro (chocava-se) á da ortodoxia católica. Mas isso é assunto de outro trabalho.
Voltando, hoje estudiosos do mistério que envolveu sempre os Templários, se debruçam sobre novas evidências: a existência de uma Ordem por detrás dos Templários.
Uma Ordem ainda mais misteriosa e muito mais atuante, uma Ordem da qual os Templários seriam tão somente o braço armado e visível, esta seria a Ordem do Monastério do Sinai ou simplesmente Ordem do Sinai.
As evidências da existência desta Ordem ficam clara a partir da confusão de datas e o fulminante crescimento após a fundação, da Ordem dos Templários.
Tais discrepâncias preconizam uma Ordem mãe, da qual os Templários surgiram e apareceram.
Segundo vasta documentação (ver “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”) recém descobertas, esta Ordem foi fundada por Godfroi de Bouillon, irmão de Baldouin I, em 1090, nove anos antes da conquista de Jerusalém pelos cruzados, aquém Baldouin I devia seu trono.
A Ordem do Sinai teria armado as cruzadas, conquistado a Palestina, criado a Ordem dos Templários para manter a conquista e comandado toda a cena política e religiosa do século XII.
A separação das duas Ordens ocorreu em 1188, na famosa batalha do corte do Olmo (Batalha de Gisors entre Felipe II pelos franceses versus Henrique II pelos ingleses), uma batalha em que somente se cortou uma árvore (sic).
Um ano antes Jerusalém havia sido perdida para os sarracenos.
A partir daí, criador e criatura percorreram caminhos diferentes. A história de ascensão e queda da Ordem dos Templários já conhecemos,a da Ordem do Sinai é cercada de mistérios até hoje.
O que restou dos Templários após Jacques De Molay, muito provavelmente foi reabsorvida pela Ordem do Sinai, que segundo documentos existentes continuou a influir no mundo até nossos dias, sempre separando e afrontando o poder de Roma do poder profano.
Estes mesmos documentos apontam a existência de 22 Grão Mestres desde 1188 até 1956, última data constante dos documentos. Estes Grão mestres, ao assumir seus postos adotavam o nome de João, partindo de João II (quem seria o João I, o Batista ou o Evangelista?) numa alusão perfeita a doutrina Johanita e em contraponto com a doutrina de Pedro (ou Paulo) adotada pela Igreja Romana.
O último Grão Mestre da Ordem do Sinai, Jean Cocteau, falecido em 1963, levava o nome de João XXIII.
Em 1959, quando ainda vivo Cocteau, o Papa Pio XII morreu, os cardeais reunidos elegeram o cardeal Roncalli, que escolheu para consternação geral o nome de João XXIII, voltando Roma a ser dirigida por um João, nome que havia sido implicitamente estigmatizado desde de João XV, quando foi usado por um antipapa, que, além disso, já adotara o nome de João XXIII e que abdicou em 1415.
Há quem afirme que o cardeal Roncalli era membro da Ordem Rosa Cruz, onde se filiou quando atuava na Turquia em 1935.
Em 1188, quando do rompimento com os Templários, a Ordem do Sinai também adotou o nome de Rosa Cruz Veritas.
A convivência dos de dois João XXIII, um em Roma e outro na Ordem do Sinai, nos parece estranho...muito estranho.
Independentemente das coincidências, das verdades e meias verdades, não há dúvidas que o Papa João XXIII, mais que qualquer outro homem, foi responsável pela reconciliação da Igreja Católica Romana, trazendo-a para o século XX, com o Concílio Vaticano II.
Além disso, revisou a posição da Igreja sobre a Maçonaria, quebrando dois séculos de enraizada tradição ao afirmar que um católico poderia ser maçom.
Em sua carta apostólica de junho de 1960, enfatiza o sofrimento de Jesus como ser humano, e sustenta que a redenção da humanidade tinha acontecido com o derramamento de sangue de Jesus.
No contexto a paixão humana de Jesus e o derramamento de seu sangue assumem uma conseqüência maior que a ressurreição ou mesmo a mecânica da crucificação.
As implicações desta conclusão são enormes, elas alteram na essência a base da crença cristã.
Se a redenção da humanidade foi conseguida pelo derramamento do sangue de Jesus, sua morte e ressurreição se tornam acidentais, se não supérfluas.
Com esta carta, o Papa João XXIII estabelece de fato que a morte de Jesus, na cruz, não é mais um dogma necessário à fé cristã.
Exatamente como, segundo documentos comprovam, pensavam os Templários e a partir do qual se baseou toda a condenação por heresia em 1314 Na França e após na Inquisição no resto do mundo.
Prevaleceu finalmente o pensamento e o conhecimento dos Templários.



A ORIGEM DA MAÇONARIA

Das duas versões que apresentei aos irmãos sobre os Templários, certamente meus amados irmãos já concluíram que se a maçonaria tem suas raízes associadas a eles, o mais provável é que a Ordem do Sinai seja a mãe da maçonaria do que propriamente a dos Templários.
Até mesmo porque esta, historicamente comprovado, extinguiu-se com a morte de Jaques De Molay em 1314, enquanto aquela permaneceu atuante.
Segundo consta no “Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, a Ordem do Sinai, teve como Grão Mestre ao longo dos tempos personagens conhecidos, famosos e anônimos, como toda ordem.
Entre os famosos, citaria Sandro Felipepi (1483-1510), ou como é mais conhecido, Boticcelli, Leonardo da Vincci (1510-1519), Robert Boyle (1654-1691), Isaac Newton (1691-1727), Vitor Hugo (1844-1885) e outros menos cotados para nós, porém baluartes da história européia, principalmente da França e Inglaterra.
Como nosso interesse é tão somente a pesquisa maçônica nos ateremos apenas aquilo que influiu em nossas origens, deixando ao amados irmãos que se interessarem, a leitura completa da influencia da Ordem do Sinai no mundo como um todo.
Entre 1637 e 1654, foi Grão Mestres da Ordem, J. Valentim Andréa e Frederico o Palatinado, do Reno, casado com Elizabeth Stuart, da dinastia inglesa, neta de Mary a rainha da Escócia, era um pretendente ao reino de França.
Associados aos Rosacruzes, por influencia do Grão Mestre da Ordem, que era seu conselheiro mor, Frederick se achou revestido de uma missão espiritual e política. Quando em 1618 assumiu como rei da Bohêmia, provocou ódio do Papa e do Santo Império Romano e sua nova pretensão, ao trono de Franca precipitou o caos causado pela conhecida Guerra dos Trinta anos, tornando a Alemanha o palco do mais sangrento conflito da história européia, antes do séc.XX, um conflito onde a Igreja Romana quase conseguiu impor novamente a hegemonia que tivera durante a Idade Média.
Em meio a este turbilhão, Andréa, o Grão Mestre, criou uma rede de sociedades secretas, ou mais ou menos secretas, conhecidas como União Cristãs. O objetivo destas sociedades era preservar o conhecimento ameaçado, especialmente os avanços científicos mais recentes, muito dos quais a Igreja considerava heréticos.
Ao mesmo tempo a União acolhia refugiados da Inquisição, que acompanhava as invasões da guerra em curso e eliminava todos os vestígios do pensamento Rosacruz.
A União enviava em segurança para a Inglaterra e Escócia, estes cientistas e pensadores, onde encontravam remanescentes das Ordens Templárias que começavam a unir-se a construtores de Templos, forjando aquilo que viria a ser a freemaçonaria.
A contribuição destes homens vindos do continente foi preponderante para o desabrochar de Lojas Maçônicas especulativas.
Somente para constatação, entre os europeus deslocados para a Inglaterra, por Andréa, estavam Samuel Hartlib, Adam Komensky, mais conhecido como Comenius. Estes homens tornaram-se íntimos de Robert Moray, cuja admissão em Loja Maçônica em 1641 é o mais antigo registro oficial da ordem.
Aqueles cientistas que não eram ligados a ordem iniciáticas, também eram agrupados naquilo que tornou-se conhecido na Inglaterra, sob o Protetorado de Cromwell, como “colégio invisível”.
Com a restauração da monarquia em 1660, o colégio invisível tornou-se a Royal Society, com o governante da família Stuart, Charles II, como seu patrono e patrocinador. Praticamente todos os membros da Royal Society eram maçons.
Novamente no exílio em 1745, os Stuarts se envolveram profundamente na disseminação da maçonaria, agora no continente, a partir da França.
Eles são considerados a fonte do Rito Escocês, e responsáveis pela introdução de graus mais altos ( do 4 ao 33) criando uma rede de interação entre a maçonaria a alquimia, a cabala e o hermetismo, fontes inspiradoras dos Rosacruzes.
Era já então, Grão Mestre da Ordem do Sinai, Charles Rodclyffe, muito provável promulgador e projetista do ritual escocês. Rodclyffe foi também fundador em 1725, em Paris da primeira Loja Maçônica do continente europeu e foi também Grão Mestre do Oriente de França em 1736.
A partir da disseminação da maçonaria em território europeu, vários ritos também foram criados em função da característica de cada nação.
Assim na França, surgiu o Rito Francês ou Moderno, na Alemanha o Rito de Schoreder, na Inglaterra o de York.
Como proliferaram os ritos passou também a proliferar as bases culturais e religiosas que estes ritos traziam.
Apesar de um principio comum, o de homens livres e de bons costumes, que se reuniam para o bem da humanidade, a incorporação de crenças, costumes e mesmo culturas particulares passaram a diferenciar estas Lojas maçônicas.
Algumas Lojas adotaram ritos que hoje são pouco conhecidos e culturas maçônicas alheias mesmo ao principio básico de homens livres.
Por exemplo: na Alemanha existiu uma extensão do Rito Escocês, conhecido como “observância rigorosa”.
Seu nome deriva do voto que exigia obediência sem réplica, sem questionamento aos mistérios superiores desconhecido. A base da observância rigorosa era a afirmação de que ela descendia diretamente dos Templários, sobreviventes do expurgo de 1307-14 e que teriam perpetuado a Ordem na Escócia.
Alguma verdade existia por trás da informação: na Escócia jamais foi promulgada a encíclica papal da extinção da ordem. Um contingente Templário lutou ao lado de Robert Bruce, pela independência da Escócia na batalha de Bannockburn, como comprovam textos históricos.
Em Argyllshire, existe um cemitério Templário, onde a mais antiga lápide data do sec. XIII e as mais recentes combinam antigos símbolos Templários idênticos aos encontrados ma Inglaterra e França, com símbolos específicos da maçonaria, atestando assim algum tipo de fusão.
A disseminação da maçonaria na Europa e no Novo Mundo deu-se principalmente pelo esforço de François de Lorraine.
Sua corte em Viena, tornou-se a capital maçônica da Europa. A considerar como fato desconhecido o de que seu irmão Maxximilian de Lorraine, era na mesma época (1780-1801), Grão Mestre da Ordem do Sinai.
Portanto meus amados irmãos, pesquisar a Ordem dos Templários e todas as outras Ordens Místicas, Secretas ou não, exemplo a Ordem Jesuítica, é o mesmo que pesquisar sobre os primórdios da maçonaria.
Mas o que isto nos interessa?
Para onde nos leva?
Certamente ao conhecimento, a sabedoria, a força da fé, não só cristã, mas no Ente Criador do Universo, no Grande Arquiteto e na beleza da harmonia humana, a comunhão dos princípios que nos regem e nos motivam. A Gnose. O conhecimento pleno!
Mas... O que pensavam os Templários? No que acreditavam?
Certamente seguiremos adiante.
Que a paz reine em nossas colunas!

Esta história é baseada no Livro:
MICHAEL BAIGENT - RICHARD LEIGH - HENRY LINCOLN
O SANTO GRAAL E A LINHAGEM SAGRADA
Tradução Nadir Ferrari
1982

quarta-feira, 3 de março de 2010

O SANTO GRAAL E A LINHAGEM SAGRADA


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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O EVANGELHO ESOTÉRICO DE SÃO JOÃO







Interpretação Livre: Ir. José Arcino Silva

















Batista ou Evangelista ?
Esboço feito de acordo com um ícone do século XVI - Catedral de Heráclion (Creta)

INTRODUÇÃO-

Não existe maneira rápida ou fácil de aprendermos a arte do simbolismo.
É necessário um constante e perseverante estudo e a conseqüente meditação, para que consigamos adquirir conhecimentos do que é esotérico.

- As diferenças entre o Esotérico e o Exotérico.

Esoterismo é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido oculto. O esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a um restrito número de discípulos escolhidos.
Segundo Blavatsky, criadora da moderna Teosofia, o termo "esotérico" refere-se ao que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Designa o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo Blavatsky, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade".
MATEUS 7:6
Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.

- As formas de entendermos os ensinamentos:

1- Material- As coisas são o que parecem ser. É preciso "VER PRA CRER".

2- Conciencial- Nos conscientizamos que as coisas não são exatamente o que aparentam. É O DESPERTAR.

3-Espiritual (Cósmico) - Há um processo evolutivo entre a vida e o cosmo. É preciso "CRER PRA VER"

Quando em nosso ritual se diz que São João é “ o nosso padroeiro”, mesmo após se propagar a universalidade da maçonaria, há que se questionar quem é esse São João? O Batista? O Evangelista?
Alguns “sábios” maçons já concluíram definitivamente que tratar-se de São João Esmoler.
Mas quem é este?
Segundo a Whikypedia:
Nasceu em Amathus (Antigo Limasol), em Chipre em 550 DC.
João, filho de um nobre de nome Epiphanius, governador de Chipre casou-se ainda muito novo, mas quando sua esposa e seus dois filhos morreram (provavelmente da peste -seria varíola ) ele entrou para a vida religiosa, deu seus bens para os pobres e ficou famoso pela sua santidade e caridade. Quando João tinha 50 anos e ainda um leigo ele foi escolhido Patriarca de Alexandria pelo seu irmão adotivo Nicetas, que havia ajudado o Imperador Heraclius a subir ao poder. João, o esmoler é o padroeiro da Ordem de São João em Jerusalém mais tarde convertida na Ordem dos Cavaleiros de Malta.

O Ir. Waldemar M. Bueno de Oliveira
Contato: 11- 9763.3957 da ARLS. União e Lealdade-547 - GLESP-Ritual de Emulação - Oriente de Osasco - SP. Brasil afirma categoricamente em um artigo publicado na Internet que:
´Primeiramente, cumpre observar que a maçonaria não tem dois padroeiros, ou melhor, três santos, São João da Escócia e São João Esmoler e São João de Jerusalém. É só São João da Escócia. São João Esmoler e São de Jerusalém, são os mesmos. Tomou este outro nome pelo fato de ter ido àquela cidade (Jerusalém) e ali ter realizado grande trabalho filantrópico em apoio aos peregrinos, como veremos mais adiante. Só por esse lapso de informação podemos avaliar a ignorância de muitos sobre o assunto.´
“O Santo que a Maçonaria adotou como patrono, não é São João Batista, nem São João Evangelista, pois nenhum deles tem relação alguma com a instituição filantrópica da Maçonaria. É de crer, e essa é a opinião dos irmãos mais filósofos e mais conhecedores, que o verdadeiro patrono é São João Esmoler, filho do rei de Chipre, que, no tempo das cruzadas, abandonou sua pátria, renunciou à esperança de ocupar um trono e foi a Jerusalém dar os mais generosos socorros aos peregrinos e aos cavaleiros. “

Ora meus irmãos, São João Esmoler jamais saiu da ilha de Chipre, praticou filantropia sim, mas nunca viu nem em desenhos Jerusalém, e no período em que viveu, nunca deu apoio aos cruzados, pois existe um lapso de tempo entre os dois de cerca de 600 anos.

O que queremos mostrar, não provar, é quem é o verdadeiro São João, o nosso padroeiro.

Padroeiro - Aquele que vela, protege, guarda e ilumina. Principalmente: ILUMINA!

- Os Evangelhos

•O numero de evangelhos foi fixado em quatro apenas no final do século II.
•Os Gnósticos tinham outros evangelhos.
•Quanto aos 4 Evangelhos adotados, três foram escritos em grego e um em aramaico, o de Mateus. Entre os em grego, um merece particular atenção: o atribuído a João, o apóstolo, o único dos quatro evangelista que conheceu Jesus Cristo e que ouviu suas confidências e recebeu seus ensinamentos, pois era o discípulo preferido.


• O Evangelho de João é o evangelho dos iniciados.

• São os dezoitos primeiros versículos desse Evangelho que os sacerdotes, representando o iniciado, liam somente para si, no final da missa, depois de ter despedido os assistentes, até antes do Concilio Vaticano II.
• Sempre se pensou que se ocultam sentidos secretos por trás das narrativas e das lendas antigas.
• Cristo falava ao povo por parábolas, cujo sentido explicava a seus discípulos.
• “Kryst”, em egípcio, é “o possuidor do segredo”.
• Existe portanto um segredo, e somos convidados a desvendá-lo.
• “Sondai as Escrituras, porque elas dão testemunho de Mim” (João V,39)

- A ORIGEM HELÊNICA DO CRISTIANISMO

• É comum considerar que a origem do cristianismo é judaica. Três dos evangelistas fazem freqüentes alusões aos textos da Bíblia mosaica ( Antigo Testamento), esforçando-se por meios de genealogias, aliás diferentes, por fazer Jesus um descendente de Davi, por José.
• O Evangelho de João é uma exceção, foi escrito em grego e contém raras alusões a Bíblia antiga.
• Cristo devia falar grego. No cap. VII, 35 de João, os judeus se mostram preocupados por vê-lo ir ensinar aos gregos.
• Por outro lado, o grego foi usado durante os primeiros séculos para pregar o Evangelho e para os cultos.
• O Latim só foi introduzido depois que São Gerônimo escreveu a Vulgata (fins do sec. V).
• O cristianismo está carregado de filosofia grega.
• O 4o. Evangelho, obra de espírito grego, todo impregnado de neoplatonismo, vem a propósito para restituir à cristandade o ideal.
• Lutero declarava que o Ev. de São João era o Ev. por excelência, o Ev. único, inédito. Poderia dispensar os outros.

-O EVANGELHO DE JOÃO

• Em vez de começar, como Lucas, pelo nascimento de João Batista, ou da natividade de Jesus, como Mateus, o Ev. de João começa como Marcos, no batismo no Jordão e silencia a respeito da vida de Jesus durante seus primeiros anos.
• O Ev. de João estabelece a existência, em nós, da energia vital que nos vem do demiurgo, que conhece todos os nossos pensamentos, pois ele vive em nós.
• Importa considerar que devemos atribuir tanta importância ao que este Ev. não contém como ao que ele contém.
• Ele mostra-nos Cristo repetindo por diversas vezes que ele é o enviado de Deus, de quem faz a vontade e com o qual está em contínua relação. Ele vem ao mundo para trazer aos homens um mandamento novo:
• AMAI-VOS UNS AOS OUTROS (J.,XIII,34)


- O PRÓLOGO

• Chama-se Prólogo do 4o. Ev. os dezoitos primeiros versículos.
• Ei-los:
• No princípio era o Verbo (o Logos, a Palavra), e o verbo estava junto a Deus ( O Theos) e o verbo era Deus (Theos)
• Ele estava no princípio junto a Deus
• Por meio dele tudo apareceu, e sem ele nada apareceu do que apareceu;
• Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
• E a luz brilha nas trevas, e as trevas não o detiveram;
• Apareceu um homem enviado por Deus, seu nome era João;
• Ele veio em testemunho, para testemunhar a respeito da Luz, a fim de que todos cressem por ele;
• Ele não era a Luz, mas devia testemunhar a respeito da Luz
• A Luz, a verdadeira, que ilumina todo homem, vinha ao mundo;
• Ele estava no mundo, e por ele o mundo apareceu, e o mundo não o conheceu;
• Ele veio para sua casa, e os seus não o acolheram
• Mas a todos aqueles que o receberam, ele deu o poder de se tornarem filhos de Deus, àqueles que acreditavam em seu Nome;
• Que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus;
• E o verbo se tornou carne, e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória como a que recebe de seu Pai um filho único, cheio de graça e de verdade;
• João testemunha a seu respeito e exclama: “ Ele era aquele de quem eu disse: “Aquele que vem depois de mim passou diante de mim, porque antes de mim ele já existia.”
• Porque nós todos recebemos de sua plenitude, e graça após graça;
• Porque a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo;
• Deus, ninguém jamais o viu; um Deus, Filho único que está no meio do Pai, este o fez conhecer.
*Tradução do cônego Émile Osty

Este prólogo contém os principais elementos da gnose joanita cristã e são a síntese da busca da perfeição tão propagada na maçonaria.

• Um primeiro ensinamento, de considerável importância, se deduz dele:
• O Logos, O Cristo, criador de nosso sistema solar, não é o Deus universal, o Deus todo poderoso, o Deus dos filósofos, o G.A.D.U., mas o Deus das religiões solares, o demiurgo intermediário entre o Homem e Deus.
• O Demiurgo é o criador do Mundo inferior (ou material).
• Isso resulta da distinção, feita no prólogo, entre o Deus supremo, designado por Théos (o Deus) e o Logos, que é apenas théos (um deus).
• Entre os gregos, chamavam-se deuses os seres que haviam alcançado um alto grau de espiritualidade.
• Deméter era a mãe dos deuses, dos iniciados, e. no final dos Versos de Ouro, Pitágoras nos diz que podemos nos tornar deuses.
• Por todo 4o. Ev., Cristo não cessa de proclamar que ele só faz cumprir a vontade de Deus.
• Foi o Concílio de Nicéia que em 325, proclamou a divindade de Cristo.
• A doutrina do Logos é a idéia central do 4o. Ev.
• Encontramo-la desenvolvida em Filón, o judeu helenizante: Filón havia compreendido que existe um segundo deus intermediário entre o Homem e o Deus superior.
• É este segundo deus, que corresponde ao demiurgo de Platão, que ele dá o nome de Logos.
• Falando-nos do Verbo, o Prólogo também faz alusão a antiga ciência sagrada, a hierologia ( entre os judeus a Kabbala). A ciência do Verbo é um dos meios de acesso ao conhecimento das manifestações do demiurgo.
• A doutrina do Verbo criador existia entre os egípcios e é lá, sem dúvidas, que Moisés a foi encontrar, quando ele diz que a luz foi criada por estas simples palavras de Deus: FAÇA-SE A LUZ.
• Por outro lado, é importante lembrar que as duas consoantes da palavra Logos em grego se parecem com o compasso (o lambda – Λ ) e o esquadro ( o gama – Γ ).


- O QUE É O VERBO?

• A linguagem comporta o uso de substantivos, adjetivos e verbos.
• Existe ai uma manifestação trinitária da força que rege tudo no mundo.
• O Verbo caracteriza a ação criadora que utiliza a substância, o Pai e a qualidade, o Espírito.
• Por outro lado, existe um verbo-princípio: é o verbo ser, que caracteriza essencialmente a existência, ele está contido em todos os outros verbos. Com efeito, dizer: ando, equivale a dizer: estou andando.
• Falando-se de Deus, pode-se dizer apenas: ELE É!
• Daí a expressão: EU SOU AQUELE QUE SOU. ( Êxodo III,14)

- FILHO DE DEUS E FILHO DO HOMEM

• No cap. X, 34, vemos os judeus criticando Cristo por se fazer Deus.
• Ele lhes responde: “Não está escrito em vossas leis: todos vós sois deuses?”
• No Prólogo, vers. 12, está dito que aqueles que acreditaram no Cristo têm o direito de ser feitos filhos de Deus.
• Deduz-se daí que a expressão Filho de Deus, não tem caráter exclusivo para o Cristo.
• E por que Filho do Homem?
• É porque Cristo foi ele próprio um homem.
• Trata-se de um problema de dupla natureza. Antes de se tornar um demiurgo, um criador, ele era apenas uma criatura privilegiada.
• Pitágoras já afirmara: “Reflete sobre cada coisa, tomando por condutor a excelente inteligência do alto. E se, depois de teres abandonado o teu corpo, chegares ao éter livre, serás deus imortal,”


- A PERSONALIDADE DE JOÃO

• Os dois santos de nome João, esotéricamente, são um, esse é o motivo pelo qual a basílica de São João de Latrão, é consagrada a ambos. ( Ver Fig. Inicial)
• João Batista precedeu o Cristo; quando ele desaparece, João, o evangelista, aparece e se torna o discípulo preferido, aquele que, por ocasião da última ceia, se recostou ao peito do Senhor e recebeu os seus ensinamentos secretos.
• Segundo Herodes, Jesus seria a reencarnação de João Batista. Mas como a doutrina do Cristo será divulgada por João, o evangelista, e como este era discípulo do Batista, vemos que João Batista, Jesus Cristo, e João Evangelista, formam uma tríade muito significativa.

- A PERSONALIDADE DE JESUS

• Quem era então esse Jesus, cujo corpo foi tomado por empréstimo durante três anos ( o tempo das iniciações) pelo demiurgo solar?
• Se João não fala em Jesus, não o faz por ignorância, mas, para ele Jesus é apenas o filho de José.
• No cap.I, 45, “É Jesus, filho de José, de Nazaré”
• Nada se sabe de preciso sobre a juventude de Jesus. As genealogias de Mateus e Lucas, que procuram fazer de José um descendente de Davi, não estão de acordo, o que aliás não tem importância alguma, se levarmos em conta que ele não é seu pai.
• Ao omitir o nascimento e a juventude de Jesus, João presta melhor esclarecimento que os outros evangelistas, pois para ele o que importa é a partir do momento da incorporação do Cristo.

- OS ESSÊNIOS

• Se não existe nenhuma demonstração que prove que Jesus estava ligado à seita dos essênios, há fortes motivos para se pensar nisso.
• Jesus era nazareno e o nazareato era um alto grau conferido entre os essênios, aos que tivessem atingido altos graus de conhecimento.
• Os nazarenos eram uma espécie de confraria composta de adeptos que tinham regras particulares de vida. Nazir=Mestre.
• O batismo era um rito essênio.
• Entre os essênios acreditava-se que os corpos eram perecíveis mas que as almas eram imperecíveis. Os judeus não.
• Disseminados pela Palestina, em pequenos grupos, tratavam-se com fraternidade. Vemos Cristo e seus discípulos viajando pelas cidades, como os essênios.
• Sua iniciação durava três anos. Tempo de Cristo sobre a terra.
• É provável que Batista foi chefe de uma comunidade e que Jesus se ligou a estes pelo batismo

- O Batismo

• O 4o. Ev. Começa pelo batismo de Jesus.
• Na igreja primitiva, como entre os essênios, o batismo representava a purificação necessária para ser admitido na comunidade.
• Em J,I,33, mencionam-se dois batismo; o batismo pela água, praticado por J. Batista; e o batismo pelo Espírito Santo, que toma o lugar do primeiro, praticado por Cristo.
• Segundo alguns, a interpretação é que: Neste exato momento o espírito do Cristo se incorporou no organismo de Jesus.
• Isto talvez explique o silêncio do 4o. Ev sobre a juventude de Jesus.
• Mateus, cap. XIII, descreve o espanto dos escribas e sacerdotes judeus a ouvir as palavras e constatar os milagres de Cristo.
• “De onde vem esta transformação? Não é ele o filho de José?”
• “Ao saber disso, os seus saíram para se apoderarem dele; porque diziam: Ele está fora de si!” (Marc, III, 21)

- AS BODAS DE CANAÃ ( J, II, 1 a 11)

• Contrariamente aos sinóticos (aqueles que fazem a síntese –narra os fatos na ordem que ocorreram), o 4o. Ev. Nos diz que, três dias depois deste batismo, Cristo assistiu as bodas de Canaã, de que os outros evangelhos não falam.
• Este fato é de uma importância capital, Cristo acaba de se incorporar em Jesus e assiste, não se sabe por que, as bodas de Canaã.
• Maria que não via o filho há algum tempo, não se apercebeu da mudança ocorrida e mostra-lhe que falta vinho.
• Cristo lhe responde: “Mulher, o que há de comum entre mim e ti?”
• Note-se que João escreveu: “A mãe de Jesus estava lá.” Ele não diz a mãe de Cristo.
• Talvez pelo simbolismo, a transformação da água em vinho, seria apenas simbólica, a água representaria a antiga aliança, e o vinho a Nova, que Cristo veio colocar no lugar da antiga.
• Maria ainda está ligada ao antigo regime.
• essa passagem do 4o. Ev. tem outra finalidade: a de mostrar que Maria é apenas mãe de Jesus.
• Somente no Concílio de Éfaso em 431 lhe foi conferido o título de Mãe de Deus.
• A devoção por Maria é explicada pela necessidade de se dirigir ao aspecto feminino de Deus. No Ev. Joanita, Cristo só fala no Pai.
• Maria reúne os caracteres de Ísis: segura uma criança nos braços; de Diana: tem uma lua crescente sob os pés; de Atenas: está acompanhada de uma serpente e é virgem.
• Há três modos de se considerar a divindade feminina: a dos gregos, com a mãe dos deuses ou dos iniciados; a dos hindus, como a Mãe-Deus, isto é, com o aspecto feminino de Brahma; e dos cristãos, como o da Mãe de Deus.

- A NATUREZA DE CRISTO

• Enquanto os três Ev. Sinóticos fazem do Cristo o Messias esperado por judeus, João fala-nos do Logos encarnado sobre a terra, um intermediário entre o homem e Deus.
• Cristo não é o Messias esperado pelos judeus -
• a tentativa de dois dos evangelistas de fazerem Cristo descendente de Davi cai por terra numa análise mais apurada.
• O Messias deveria dar aos judeus o domínio do mundo, Cristo não o fez.
• Cristo não é o Deus supremo-
• “O Filho nada pode fazer por si mesmo, mas apenas o que vê o pai fazer, porque o filho faz aquilo que ele faz” ( J, V,19)
• “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar sua obra” (J,IV,34)
• “Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. Eu por mim, nada posso fazer... Eu não busco a minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou”(J,V, 23 a30)
• Cristo é o nosso Deus solar-
• Esta compreensão de que Cristo falava do nosso sistema planetário, e não do universo era incompreensiva para os judeus de então, que faziam da Terra o centro do Cosmo de acordo com o Gênesis.
• Em grego, o theta maiúsculo ( θ ), letra essencial da palavra Théos, é um círculo com um ponto central, o que é o símbolo astronômico do sol e que já o representavam assim entre os egípcios.
• João nos diz que Cristo é a luz e a vida, ambas originárias do sol.
• Cristo declara que ele é o pão descido do céu; que o pão é seu corpo e o vinho seu sangue. Trata-se, com efeito, dos raios solares materializados.


- LÚCIFER

• Na tradição judeu-cristã, Satanás, que encarna o mal, é considerado o anjo decaído. Seu nome teria sido Lúcifer.
• A palavra Lúcifer significa o portador da luz ( phósphoro em grego )
• Vênus a estrela mais brilhante do céu ( na verdade um planeta), recebeu o nome de Lucífera quando precede o nascer do sol e véspera quando aparece depois do por do sol. Da mesma forma João Batista, precedeu a vinda do Cristo solar e João o Apóstolo, sobreviveu a ele.
• A maçonaria joanita ( adoniranita ) adotou este aspecto místico, e passou a ser considerada como adoradora de satã.

• A CEIA

• Cristo ao compartilhar o pão com seus discípulos, criava o rito do companherismo, que é, sem dúvida, o ancestral da maçonaria.
• A palavra companheiro significa na verdade : o que compartilha o pão.
• Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (J,VI,,56)
• Nestas palavras está todo o ensinamento, o do mistério do cristianismo, exposto por símbolos, por João: por um lado, ele contém: o conhecimento e por outro lado : o amor.
• A ceia é um banquete de iniciados.
• É que, o pão que se partilha simboliza o Amor; e o vinho simboliza o Conhecimento.


CONCLUSÕES

- DEUS É ESPÍRITO

• O que faz a grandeza do ser humano, o que o une a Deus é, a existência nele, do espírito.
• São Paulo escreveu: “Vós sois o Templo de Deus e Seu Espírito habita em vós.”
• São Paulo especificou muito bem que existem três princípios: o Espírito, a alma e o corpo.
• Dizendo-nos que Deus é Espírito, que Ele é o Espírito, João nos transmite o ensinamento de que o Espírito é o ponto de partida e de chegada da evolução humana.
• Os animais não tem o Espírito, representado pela Vontade, tem só o animus, que vem do demiurgo, enquanto o ser humano, por seus gritos e exigências manifesta sua Vontade desde que nasce.
• Porque Deus é Espírito, Ele é a Vontade suprema: Que vossa vontade seja feita assim na terra como no céu.

- AS APARIÇÕES DE CRISTO DEPOIS DA MORTE DE JESUS

• As aparições de Cristo confirmam a utilização do organismo de Jesus pelo Cristo. Com efeito, é sob outra aparência que ele se mostra a Maria Madalena. Ela pergunta a um homem, que toma por jardineiro, onde está o corpo de Jesus: logo em seguida ela percebe que se trata do próprio Cristo. Mas ele diz: “Não me toques.”( J, XX, 17 ).
• Por que Cristo a proíbe de tocá-lo, senão porque se revestia de uma aparência corporal sem consistência material?
• Segundo Marcos, Cristo caminha com dois peregrinos que o haviam conhecido. Eles só o reconhecem no momento que Cristo corta o pão. Ele novamente não tinha a aparência de Jesus.
• De acordo com o 4º Ev. Cristo se mostra aos discípulos a margem do lago Tiberíades e eles também não o reconhecem. E é João quem lhes diz: “É o Senhor.”( J,XXI, 7)

- POR QUE CRISTO SE ENCARNOU NA TERRA?

• A idéia de que Cristo veio a terra para nos redimir do pecado original é uma concepção judaica, que passou para o cristianismo, porque na realidade o paraíso perdido é a aliança perdida ( em grego a palavra paradosis significa tradição ).
• Cristo não veio para apagar os pecados do mundo, mas para dar a vida e para que os que crêem nele não pereçam, mas tenham a vida eterna. ( J, III, 15 a 17 ).
• O motivo da encarnação do Logos solar nos é proposto pela doutrina hindu. Com efeito, Vichnou, correspondente de Cristo, encarna-se sobre a terra, todas as vezes que se faz sentir a necessidade de levar de volta os homens ao caminho do bem.
• O Deus solar havia sido objeto do culto dos homens desde o início das civilizações. Porém, a existência do Deus supremo, universal era ignorada.
• Pitágoras ensinou a existência do Deus supremo e construiu um templo em Atenas ao “Deus desconhecido”, o povo não entendeu.

– Portanto Cristo veio para o meio dos homens para:

• Trazer uma mensagem de amor e lembrar-nos a existência desse Deus que havia sido esquecido.
• Ensinar uma moral, superior à moral dos judeus e dos gregos: a igualdade de todos os homens, a fraternidade universal, o perdão das ofensas, a unidade de Deus.
• Trazer um conhecimento religioso, uma gnose.
• Instaurar um rito de fraternidade com a partilha do pão e do vinho.
• Nos ensinar a rezar em todos os lugares, e não em lugares pré-determinados.

– MANDAMENTO NOVO DE JOÃO

• “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. “( J, XIII,34)
• E acrescenta, versículo 35: “É por isso que todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
• A Igreja de Pedro é a igreja exotérica, endereçada as multidões, a Igreja de João é a Igreja esotérica, cujos ensinamentos são reservados aos chefes, aos líderes, aos cordeiros que marcham a frente do rebanho, aos iniciados. ( Note-se que a basílica de São Pedro, em Roma, tem o presbítero voltado para oeste, dando as costas para donde vem a luz).

- A GNOSE JOANITA

• O joanismo reaproxima o Homem de Deus e faz dele um deus, como ensinava Pitágoras. Com efeito, o Logos leva o neófito, passo a passo, até o Conhecimento superior e ao Amor pela Beleza. Reunindo assim, a matéria a força, o Homem ao Conhecimento, a Sabedoria e ao Amor, a Beleza o misto de que pode edificar o Templo, do qual ele é, ao mesmo tempo, o fiel e oficiante.
• A suprema Beleza é o Amor, o ágape; o Conhecimento é a gnosi. Reunindo a gnosi e o ágape, constitui a Sabedoria (Sophia).
• Os Templários e os cátaros estavam ligados à Igreja de João; a doutrina do Templo.
• O esoterismo cristão foi conservado, em sua tradição mais pura, pelos irmãos de São João, que se propagaram por toda a Europa, e se perpetuou, no mais absoluto segredo, a sombra dos claustros, por um método de meditação e de iniciação baseado no 4º Evangelho.


Quem for capaz de compreender, que compreenda, porque em tudo isso há muito mais do que encerra a nossa vã filosofia - como diz Hamlet.

Portanto irmãos quem será nosso padroeiro?
O santo filantrópico - São João Esmoler ?
O santo da iniciação pelo batismo – São João Batista?
Ou o santo propagador e divulgador da nova gnose – São João Evangelista?

Sois livre pensador, pesquisem para concluir.

Este trabalho é baseado no livro de : PAUL LE COUR
O Evangelho Esotérico de São João
Editora Pensamento


Certamente estais a questionar - mas e onde esta a universalidade?
Isto é assunto para um novo trabalho.

Que a paz reine em nossas colunas!